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Moraes nega que STF esteja condenando “velhinhas com a bíblia na mão”

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Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (25) que a Corte esteja condenando “velhinhas com a bíblia na mão” pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O termo é utilizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro para se referir às sentenças proferidas pela Corte.


A declaração foi feita durante o julgamento de questões preliminares suscitadas pelas defesas de oito denunciados pela trama golpista, entre eles, o ex-presidente e o general Braga Netto.


Nesta terça-feira, o Supremo decide se recebe a denúncia apresentada em fevereiro pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o denominado núcleo crucial da trama.


Durante a sessão, Moraes disse que foi criada uma “narrativa mentirosa” para afirmar que a Corte está condenando “velhinhas com a bíblia na mão, que estariam passeando em um domingo ensolarado”.


O relator do processo na Primeira Turma apresentou dados que mostram que, das 497 condenações pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, 454 são de pessoas com até 59 anos de idade. Entre 60 e 69 anos foram 36 condenações e entre 70 e 75 anos, sete condenações.


“Essa narrativa se criou e se repete através de notícias fraudulentas pelas redes socais, fake news, de que são mulheres, só mulheres e idosas [condenadas]”, afirmou o ministro.


O julgamento continua para análise das questões preliminares. Em seguida, os ministros vão decidir se Bolsonaro e os demais acusados vão se tornar réus.


A denúncia julgada pela turma trata do denominado núcleo crucial, composto pelos seguintes acusados:


Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;


Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;


General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;


Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin;


Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;


Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;


Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;


Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.


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