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Afonso Fernandes buscará assinaturas para criar CPI do futebol acreano

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Da redação ac24horas

Em entrevista concedida ao programa Boa Conversa, edição Aleac, o deputado estadual Afonso Fernandes (Solidariedade) falou nesta terça-feira, 25, sobre sua recente visita a Brasília e os passos que está tomando para investigar a situação do futebol no Acre.


Segundo o parlamentar, a visita não se limitou a um encontro com o senador Jorge Kajuru (PSB), mas também envolveu reuniões com importantes ministérios, buscando recursos e soluções para o esporte no estado.


“Aproveitei a minha estadia em Brasília para visitar o senador Jorge Kajuru, que é também, além de um jornalista esportivo, é um dos abnegados pelo esporte brasileiro. Inclusive, recebi de presente dele o relatório final da CPI do futebol, onde foram investigadas as relações do futebol com as vendas no Brasil como um todo. Um negócio bem criterioso, bem elaborado, e fomos buscar experiências para poder aplicar aqui no Acre também. Levantamos essa bandeira, não é uma bandeira de investigar por investigar, não é para perseguir ninguém, é a bandeira de reconstruir o futebol no Acre. Só que essa reconstrução precisa ser feita com critérios”, afirmou Fernandes.


O deputado fez um alerta sobre a situação atual dos clubes de futebol no Acre, que, segundo ele, enfrentam sérias dificuldades financeiras e administrativas. Ele mencionou o Rio Branco como exemplo de um clube em situação crítica e destacou a falta de investimento nas categorias de base e o calendário reduzido de competições. Fernandes também criticou o envolvimento de empresários de fora do estado no futebol local, apontando que esses contratos muitas vezes não trazem benefícios duradouros para o esporte no Acre.


“Os clubes locais estão quase à beira da falência, exemplo disso você pode citar o Rio Branco, basta olhar para frente que vocês vão ver como está a sede social do Rio Branco, e está à beira da falência por falta de recursos. Não se faz categorias de base, simplesmente o calendário é curtíssimo e hoje a relação que foi criada é de empresários de fora com o futebol daquele ano, que vêm para cá, fazem seus contratos, contrato é uma coisa super legal, depende dos dois lados, o que resolvem colocar nesses contratos. E aqui vêm, participam de campeonatos relâmpago, não deixam nada de bom para o futebol acreano, a não ser esse calendário curtíssimo. Não se trabalha a categoria de base. Infelizmente, a gente começa a sentir que há alguma coisa obscura por trás. E digo isso com propriedade”, enfatizou o deputado.


Fernandes também mencionou um episódio recente envolvendo atletas do Atlético Acreano, que tiveram seus celulares apreendidos pela polícia no ano passado. Segundo o parlamentar, os dispositivos estariam relacionados à manipulação de resultados no futebol local. O deputado afirmou que investigações estão em andamento para esclarecer a situação e buscar uma solução para esses problemas.


“Hoje, por exemplo, estive na delegacia geral de polícia do estado do Acre. Vocês devem ter conhecimento de que, no ano passado, dois atletas do Atlético Aquino tiveram os seus celulares apreendidos e tinham relação com a produção de resultados do futebol. Então, o que a gente vai buscar, investigar, é se realmente isso é um fato verídico e o que nós podemos fazer para acabar com essa prática também no futebol acreano”, disse.


Afonso Fernandes ainda comentou sobre o andamento da criação de uma CPI do Futebol na Assembleia Legislativa. Ele explicou que o processo está em estágio inicial, mas destacou que já está em busca das assinaturas necessárias para formalizar a comissão e iniciar os trabalhos investigativos. Para que uma CPI seja criada, é preciso o apoio de pelo menos um terço dos deputados, ou seja, oito assinaturas.


“É embrionário, mas é uma determinação minha. É óbvio que existem critérios. O regimento interno da Casa diz que para se criar uma CPI, eu preciso de assinaturas. Eu preciso de, no mínimo, um terço de assinaturas, ou seja, eu preciso de oito assinaturas para criar essa CPI. Essa CPI, se for instalada, vai ter prazo para realizar os trabalhos, prazo para entregar relatórios, e esses relatórios serão encaminhados ao Ministério Público do Estado do Acre”, explicou o deputado.


Quanto ao relatório da CPI do Futebol, Fernandes ainda não teve tempo de analisá-lo por completo, mas afirmou que começará a estudá-lo com sua equipe para verificar se há alguma correlação com o Acre.


“O relatório é bem extenso, ele tem mais de mil páginas. E eu não vou brincar com as palavras, eu ainda não li o relatório como um todo. Recebi de presente na quinta-feira passada, vou me debruçar com a minha equipe sobre esse relatório e vamos buscar ver se tem alguma correlação com o estado do Acre. Mas, tendo ou não, a gente precisa cuidar do nosso pedacinho de chão, do nosso futebol, que precisa realmente voltar ao patamar que já foi”, finalizou.


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