É domingo, e como canta Tom Jobim: “as águas de março vão fechando o verão”, que para os amazônidas é inverno. Há um tempo de calar, assim como há um tempo de falar. Mas o que escrever em tempos de tanto blá-blá-blá?
Engenheiro
O “engenheiro verão” está chegando e nem o estado e muito menos o município apresentaram nenhum plano de ação para a melhoria dos ramais. Como o ac24horas mostrou, há regiões em que a situação é de calamidade, de emergência, beira ao isolamento total. Onde está o direito de ir e vir das pessoas?
Acreanês
Já pensou se o editor ‘xiringasse’ uma ‘ruma’ de palavras que não faz sentido algum para quem não mora aqui no estado? Ninguém entenderia nada. O Acre é ‘mermo’ enjoado até no vocabulário. Então antes de ir ao ‘piseiro’, vamos ‘espocar’ de vez sem fazer muitos arrodeios, afinal, não somos assessoria de imprensa.
Luz amarela
A pesquisa Data Control divulgada semana passada, mostra uma queda de 11 pontos percentuais na aceitação do governador Gladson Cameli (entre ótimo e bom). Ele tinha 56% dia 2 de janeiro. Tem 45% em meados de março. E ninguém, pelo menos até agora, contestou esses dados.
Avaliação
Cá pra nós, o “Zero Um” tem adotado um jeito diferente, não apenas no novo visual com barba e bigode, mas, nos gestos que o aproximavam mais do eleitor. Neste mês de março passou oito dias flertando com a imprensa nacional, fazendo política em Brasília. Certamente, esses, diretamente não são os únicos motivos para o declive apresentado na pesquisa.
Comparação
Interessante que o desemprego é o assunto que mais preocupa os acreanos. E olha que o estado vem batendo recordes na criação de novos postos de trabalho. O que parece é que essa comunicação não chega na ponta. Respeitando as devidas proporções, Camelí parece sofrer aqui, o que o Lula III passa a nível nacional. O eleitor começou a pesar quanto tem no bolso e nos alimentos que consegue colocar na mesa.
Perolas do Coronel
Nessas agendas do Palácio Rio Branco outro fato, ligado ao setor produtivo, chamou a atenção. Em Cruzeiro do Sul, onde o Assur realizou junto com o Luiz Gonzaga um encontro para debater a economia regional do Juruá, mais uma vez, o “Zero Um” passou longe. Optaram por fazer uma agenda mais social, a entrega de CNHs e capacetes no Teatro Nauas com uma multidão de servidores públicos.
Um novo retrato
O Acre parece se livrar a cada dia do famoso “Seringal do Jorge Viana”. Hoje o pop star dos anos 90 e 2000 observa a prevalência da teologia da prosperidade através da fé. Os tempos são outros, mas, a esquerda finge não acreditar. Prefere repetir cartas marcadas por programas que dão o peixe e não a vara para pescar.
Imagem
Uma cena inusitada chamou atenção de um internauta que enviou à coluna. Um morador de rua que montou dormida no portão de entrada do Parque de Exposição Wildy Viana. Nesses dias em que dezenas de autoridades da assistência social circulam na região em atenção às centenas de famílias desabrigadas, o cidadão em situação de vulnerabilidade parece “invisível” aos olhos do estado.
Não pode
O episódio envolvendo o senador Plínio Valério (PSDB/AM) e a ministra Marina Silva é muito singular e revela a podridão em que se vive atualmente. Muitos encaram a brincadeira misógina com o raciocínio: “Nossa! Que coisa chata! Não se pode nem brincar mais!” Eis o perigo: uma sociedade que entende algo que deveria ser crime como se fosse brincadeira.
Validação
“Ao validar sua fala por meio da opinião da própria esposa, o senador recorre a uma estratégia comum: utilizar uma experiência pessoal para relativizar um problema estrutural”. A correção do raciocínio é parte da acertada nota de solidariedade à ministra Marina Silva feita pelo Tribunal de Contas do Acre.
Audiência Pública?
O Deracre está manipulando o problema dos ramais em Cruzeiro do Sul. Uma coisa é chamar para discutir com os trabalhadores rurais as prioridades de uma região. Outra coisa é manipular. Realizar “audiência pública” para “debater” sobre ramais é até patético.
O quê?
Vai discutir o quê? Não há o que discutir. Audiência pública é um instrumento de debate sobre algo polêmico; algo que apresenta paradoxos; impasses entre classes sociais que defendem diferentes interesses. Ramal não gera nada disso: é decidir um calendário junto com o trabalhador e fazer o que tem que ser feito.
Importação
A questão da importação da truta salmonada peruana é um bom exemplo do que defende o secretário de Estado de Indústria, Assurbanipal Barbary de Mesquita: dá para ganhar dinheiro também importando. É preciso identificar qual produto e definir a logística correta.
Mapa
O processo está parado não se sabe exatamente o porquê. Pela atuação do Mapa não é. As regras mínimas estão postas.
Iniciativa
A instalação da infraestrutura na ZPE pode ser no sistema de parceria público privada. Parece que o que está faltando mesmo é a iniciativa privada ter a necessária iniciativa.
Risco zero?
Querer que o Estado faça tudo e depois repasse em regime de concessão… aí é brincadeira! É fácil ser empresário assim, então! A coluna já alertou: a ZPE inativa não é reflexo da inabilidade do Estado. Ao contrário: o que o Estado tinha que fazer foi feito.