Foto: Rede Social
O advogado e empresário acreano Gabriel Santos, ex-proprietário do Recanto (fechado em 2023, em Rio Branco), foi exposto em uma série de publicações de contas do X (ex-Twitter), desde a noite da última quarta-feira (19). Usuários da rede social que se dizem ex-funcionários e colaboradores do Recanto Jampa, em João Pessoa (PB), narram que Gabriel tem comportamentos abusivos e utiliza a bandeira LGBTQIA+ para mascarar as condições de trabalho de seus empregados.
O Recanto Jampa, na Paraíba, foi inaugurado em junho de 2023 com a proposta de ser um local acolhedor para o público LGBTQIA+. O estabelecimento foi idealizado por Gabriel Santos, que fechou, antes da inauguração do bar em João Pessoa, o Recanto em Rio Branco após o bar ser alvo de fiscalizações da prefeitura da capital e da Polícia Militar.
Fiscais da Prefeitura de Rio Branco, acompanhados por policiais militares, chegaram a fechar o estabelecimento em julho de 2023: “Se era isso que faltava para eu ir embora do Acre, não falta mais. A gestão do prefeito Bocalom aproveitou que estou em João Pessoa para fechar o Recanto, numa decisão totalmente arbitrária e absurda. Nunca vi isso na minha vida. Colocaram a cavalaria da PM dentro do meu bar”, afirmou Gabriel na época dos fatos.
Guilherme Nazário escreveu que fez freelancer no Recanto Jampa e saiu do trabalho traumatizado. “Fiz freelancer e saí com trauma, mas êba, inclusão! Era só mais trabalho, crítica e menos dinheiro. Nunca pensaram nos trabalhadores do local, o foco era só explorar quem estava precisando muito e com a propaganda enganosa de um lugar legal e receptivo para trabalhar. Perderam muita credibilidade porque quem tava ali dentro sabia da fachada”, disse.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais nesta sexta-feira, 21, o advogado e empresário Gabriel Santos se defendeu do ‘exposed’ feito nas redes sociais. Santos compartilhou que, ao decidir entrar na vida pública, já esperava ser alvo de críticas. “Desde quando eu decidi entrar na vida pública, eu sabia que podia e iria muito provavelmente ser criticado publicamente”, afirmou.
O empresário citou exemplos de críticas que recebeu, incluindo ataques pessoais. “Tem outros casos um pouco mais graves, como um menino que postou anonimamente, que não dá para saber quem é, que eu era um safado explorador”, relatou.
Questionando as acusações, Santos ponderou sobre a eficácia de apresentar provas, como holerites e documentos que comprovam o pagamento de direitos trabalhistas aos funcionários. “Trazendo um monte de holerite aqui, mostrando que a gente assina a carteira de todos os funcionários regulares, a gente paga hora extra, paga décimo terceiro, paga férias, paga FGTS, como que a gente se defende. Ia adiantar? Ia mudar a opinião de alguém a meu respeito? Não ia”, indagou.
Santos admitiu que as críticas o incomodam, especialmente quando são direcionadas a algo que ele não fez. “Me incomoda muito, muito mesmo. Principalmente de ser acusado por algo que efetivamente eu não fiz, e por não ter feito, não pedirei desculpas”, afirmou.
O advogado também falou sobre os desafios de trabalhar no setor de bares, descrevendo-o como “muito difícil, cansativo e exaustivo”.”E só para criar um parêntese aqui, trabalhar em bar de fato é muito difícil. É cansativo, é exaustivo, às vezes é uma tarefa ingrata, porque a gente trata bem o cliente, o cliente trata mal a gente, só que é um trabalho, é um acordo pessoal. Esse acordo tem em todas as áreas”, disse.
Santos criticou ainda aqueles que, segundo ele, buscam no emprego não uma relação profissional, mas uma figura paterna. “Tem gente que não quer um trabalho, tem gente que quer um pai, para poder ser negligente, para poder entrar e sair na hora que quiser, para poder fazer o que quiser. Comigo, cara, não vai dar certo. Não tenho vocação para ser pai”, relatou.
Cerca de um ano após a inauguração do Recanto Jampa, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou um inquérito civil em agosto de 2024 para investigar denúncias de poluição sonora promovida pelo estabelecimento, após a apresentação de relatos dos moradores locais sobre os problemas causados pelo barulho excessivo e pela ocupação inadequada de áreas externas do local.
Provocada pelo MPPB, a Secretaria do Meio Ambiente de João Pessoa (SEMAM/JP) apresentou um relatório de fiscalização, no qual descreve a inspeção realizada no local.
Segundo o relatório, foi constatado que o bar estava operando com música mecânica através de uma pequena caixa de som. As medições realizadas na calçada do empreendimento registraram um nível de 58,5 dBA, que está 0,5 dB abaixo do máximo permitido para a zona diversificada em horário vespertino, conforme o município. A licença ambiental do estabelecimento foi apresentada e validada, indicando que o empreendimento estava em conformidade com as exigências ambientais no momento da fiscalização.