Exportações do Acre batem recorde nos dois primeiros meses de 2025

Por
Orlando Sabino

O Acre exportou mais de US$ 15 milhões nos dois primeiros dois meses do ano. Esse valor supera em mais de 93% o valor do mesmo período de 2024 (US$ 7,8 milhões). O valor dos dois primeiros meses de 2025 é o maior do período, desde 1997 (início da série histórica divulgados pela SECEX). No gráfico a seguir constam os valores exportados pelo Acre desde 2015.


Por sua vez, o valor das importações no período, totalizaram apenas US$ 270.961, o menor valor para o período nos últimos 3 anos. Com os resultados, o valor da Balança Comercial do Acre (exportações-importações) totalizou US$ 14.880.600, o maior do período, da série histórica, desde 1997.


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A carne bovina, a castanha e a carne suína dominaram as exportações de janeiro e fevereiro 


Na tabela a seguir constam os valores das exportações acreanas, por grupo de produtos, para os primeiros dois meses de 2024 e 2025. Observa-se que a carne bovina alcançou o maior aumento, crescendo mais de 1000%. Em segundo lugar aparece a castanha (93,6%), seguido pela carne suína 51,3%. A queda das exportações da madeira (-32,8%), retrata um pouco da crise no mercado para esse produto. A soja, embora tenha mostrado uma queda de 93,4%, justifica-se pelo fato de, no período, a cultura ainda está sendo colhida. A expectativa é que, nos próximos meses, ela ocupe papel de destaque no valor das exportações no ano. O milho também deverá melhorar a sua posição no rol das exportações acreanas.  


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Acre diversifica mercados e já exporta para 10 Blocos Econômicos 


Nos dois primeiros meses de 2025 percebe-se uma ampla diversificação para o destino dos produtos acreanos. Dos 12 blocos econômicos, em 10 deles destinou-se produtos do Acre: América do Sul, Comunidade Andina das Nações – CAN, Europa, África, Ásia (Exclusive Oriente Médio), Oriente Médio, América do Norte, Associação de Nações do Sudeste Asiático – ASEAN, Mercado Comum do Sul – Mercosul e União Europeia – EU. O Acre somente não exportou para dois blocos: a Oceania e para a América Central e Caribe.


Destacam-se no quadro a seguir os destinos dos grupos de produtos acreanos, por países:


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12 alfandegas foram utilizadas para exportar os produtos acreanos


Assis Brasil foi a principal alfandega utilizada com 37% do valor de todos os produtos exportados no período. Pela ordem, em seguida vieram: Porto de Santos (30,7%), São Sebastiao (16,4), Porto de Manaus (5,4%) e mais 8 alfandegas correspondendo a 10,4% do valor (Porto de Paranaguá, Chuí, Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, Epitaciolândia, Porto de São Francisco do Sul, Foz do Iguaçu, Belém e Fortaleza).


Como comentamos no artigo do dia 29/7, o Acre exportou, em 2024, um valor de US$ 87,3 milhões de dólares. Foi o maior valor exportado pelo estado, desde o primeiro registro da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, iniciado em 1997. O valor superou o recorde do ano de 2023 em 90,6%. A expectativa é que o ano de 2025 acontece uma nova quebra de recorde.


Mercado externo favorável


O mercado é favorável às exportações dos principais produtos produzidos no Acre. Existem perspectivas de acesso a novos mercados para a carne bovina que poderá ampliar suas vendas para o Chile, Japão, Vietnã e Coreia do Sul. O rebanho bovino acreano é capaz de aumentar significativamente a oferta de carne para a venda a esses mercados.


Para o mercado da Soja, embora os preços internacionais estejam em patamares mais baixos em comparação ao ano passado, apresenta perspectivas promissoras devido ao aumento da produção. A previsão é que o aumento da produção acreana atinja mais de 64 mil toneladas, superando em quase 6% a produção de 2024. Esse aumento é atribuído a condições climáticas favoráveis e à expansão da área plantada. 


Para a carne suína as perspectivas para o mercado externo são positivas. Os mercados das Filipinas, do México e de Hong Kong, foram recentemente abertos pela carne suína brasileira. Os frigoríficos acreanos precisam acessar esses novos mercados. Maiores estímulos à produção interna de suínos seriam bem-vindas para ampliar a quantidade exportada da Dom Porquito. 


A castanha acreana terá que competir fortemente com a Bolívia para ampliar a sua fatia no mercado internacional. O produto é valorizado por suas qualidades nutricionais e por ser um produto ligado à sociobiodiversidade, contribuindo para a preservação da Amazônia e o bem-estar das comunidades locais. Com melhorias na logística e na qualidade do produto, o Acre tem potencial para expandir sua presença no mercado internacional e gerar mais renda para as comunidades extrativistas.


O mercado da madeira, que nos últimos anos vem apresentando uma baixa demanda, apresenta boas perspectiva para 2025. Especialistas acreditam num crescimento de 5,44% nas exportações brasileiras. Como no caso da castanha, a madeira do Acre pode se beneficiar de iniciativas de sustentabilidade, como o uso de madeira amazônica em produtos de alto valor agregado para atrair compradores internacionais interessados em práticas mais ecológicas.


São boas as perspectivas para as exportações acreanas.


Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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