No Acre, produtores de maracujá perdem toneladas da fruta por impasse com governo

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Da redação ac24horas

Produtores de maracujá do Ramal Chico Mendes, no projeto de assentamento Pai Remanso, em Capixaba, enfrentam dificuldades para comercializar sua produção devido a um impasse entre a Cooperacre e o Governo do Estado. Sem a venda garantida, agricultores como Zezinho já perderam toneladas da fruta, acumulando prejuízos financeiros e demissões no campo.


Zezinho, um dos principais produtores da região, afirma que já perdeu seis toneladas de maracujá em apenas 15 dias. “Esse dinheiro era para pagar meus funcionários, as contas que eu devo, os boletos, parcela do carro atrasada, moto financiada para meu trabalhador… tudo atrasado. E ainda para comprar os insumos para continuar a produção”, desabafa. Diante das dificuldades, ele já teve que demitir três dos seus seis funcionários e teme que não consiga manter os demais por muito tempo.


O problema se arrasta há meses. Segundo a Cooperacre, o governo do Estado deixou de pagar as polpas de frutas adquiridas para a merenda escolar, o que levou à suspensão das entregas. “Esse problema não ocorreu agora. Ele vem se arrastando há mais de dez meses. O governo só fez o pagamento no final do ano, mas, depois disso, não reativou o recebimento das polpas”, explica Manoel Monteiro, superintendente da cooperativa.



A Secretaria de Educação, por sua vez, afirma que o processo para a retomada das compras está em andamento. “O chamamento público está ocorrendo, mas houve questionamentos, inclusive por parte dos produtores. Isso exige análise e, consequentemente, o processo leva mais tempo. Estamos empreendendo todos os esforços para que se conclua o mais rápido possível”, afirma o secretário adjunto de Educação, Reginaldo Prates.


Enquanto isso, agricultores e trabalhadores que dependem da venda da fruta acumulam incertezas. Rogéria Santos, diarista que trabalha na colheita, teme perder seu sustento. “Vim de longe contando com esse trabalho. Adquiri contas, minha vida melhorou, mas agora vem a preocupação. Espero que resolvam isso logo.”


A prefeitura de Capixaba tem tentado ajudar os produtores. “Colocamos a frota da Secretaria de Agricultura à disposição para auxiliar no transporte das frutas para os pontos de venda que eles conseguem encontrar”, diz o secretário de Agricultura do município, Amilton Cunha.


Sem uma solução definitiva para a comercialização, a angústia cresce no campo. “Tem dia que chego no plantio e não sei nem o que fazer. A gente precisa vender para continuar produzindo”, lamenta Zezinho.


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