Foto: Whidy Melo/ac24horas
As equipes de resgate seguem no sétimo dia de operação em Rio Branco, lidando com a cheia do Rio Acre, que atingiu 15,71 metros na última medição realizada pela Defesa Civil do Município às 12h deste sábado (15). Os bairros mais afetados incluem Seis de Agosto, Habitasa, Cadeia Velha e Taquari, onde as chamadas de emergência têm sido frequentes.
O comandante responsável pela operação, capitão Roger Santos, detalhou neste sábado, 15, em entrevista ao ac24horas Play como está sendo o trabalho e as preocupações das equipes. Segundo ele, o trabalho segue um fluxo regular. “O cidadão que precisa da nossa atuação liga para o 193. Essa ligação cai onde um atendente coleta as informações e encaminha as demandas para o posto de comando. De pronto, a gente observa se há alguma equipe disponível para fazer o atendimento na maior brevidade possível”, pontuou.
Durante a entrevista, o comandante mostrou os monitores que controlam as operações montadas na sede do Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC). “Esse monitor representa a quantidade de equipes que estão atuando e a condição em que elas estão. No momento, temos zero equipes livres. Todas estão empenhadas de alguma maneira. Quatro equipes estão fazendo a refeição, com 39 minutos para concluir o almoço e voltar a retirar famílias”, afirmou.
Outro monitor mostra o esquema de atuação, com as chamadas classificadas por prioridade. “As chamadas são oriundas de basicamente nove bairros. Catalogamos esses chamados e classificamos as ruas conforme o rio avança. Os quadrados em vermelho são as ruas prioritárias, porque são as primeiras a serem atingidas e estão num grau mais elevado. Concentramos nossa atuação nessas ruas para retirar as famílias mais afetadas”, destacou.
O comandante destacou o investimento em tecnologia para gerenciar a crise da cheia do Rio Acre. “Para esse ano, o governo do estado investiu em bastante tecnologia para fazer a gestão do desastre hidrológico. A forma como captamos as informações nos possibilita diversas estratificações, como o valor estipulado dos bens resgatados, que é contabilizado em tempo real”, pontuou ao exibir o telão que revela a recuperação de R$ 1,6 milhão de bens recuperados dos atingidos.
O capitão Roger Santos admitiu que há uma demanda reprimida, especialmente após um pico de ligações. “Ontem, em 24 horas, recebemos cerca de 700 ligações. Conseguimos resolver 290 delas, o que representou a retirada de 69 famílias. Iniciamos o dia com um passivo de 300, e isso vem aumentando ao longo do dia”, explicou.
“Ainda há quem espere até o último momento para sair de casa. Quando ligam, muitas vezes já estão em desespero. Várias pessoas estão na mesma condição grave, então tentamos fazer o melhor possível com as equipes que temos”, acrescentou.
Sobre a medição do nível do rio, o comandante explicou as dificuldades técnicas: “Em Rio Branco, temos uma régua do Serviço Geológico Brasileiro, mas a turbulência das águas interfere na leitura. Instalamos uma câmera para acompanhar a régua em tempo real e uma régua no 1º Batalhão, que segue critérios científicos para medição. Isso nos ajuda a tomar decisões, mas não é uma informação oficial para a população”, explicou a régua que aponta a medição de 15,78 metros.