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STF determina participação de indígenas nos lucros da usina de Belo Monte, no Pará

Por
Terezinha Moreira

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que as comunidades indígenas afetadas pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, localizada no Pará, tenham participação nos lucros da usina.


Conforme a liminar, as comunidades deverão receber 100% do valor que é repassado pela concessionária à União. Dino também deu prazo de 24 meses para o Congresso aprovar uma lei específica para tratar do assunto.


A decisão do ministro foi motivada por uma ação protocolada pela Associação Yudjá Miratu da Volta Grande do Xingu. A entidade alegou ao STF que o Congresso está em omissão legislativa ao deixar de aprovar a regulamentação dos dispositivos constitucionais que garantem participação das comunidades no resultado da exploração de recursos hídricos e riquezas minerais que estão em terras indígenas.


As comunidades relataram os problemas enfrentados com a construção da usina de Belo Monte nas terras indígenas Paquiçamba, Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira Bacajá.


Entre os impactos listados estão:

Diminuição da vazão do Rio Xingu;


Prejuízo à pesca e à navegabilidade;


Mortandade de peixes;


Perda de potabilidade da água;


Excesso de partículas em suspensão na água;


Diminuição da caça.


Negação de direitos

Ao analisar os argumentos apresentados, o ministro Flávio Dino entendeu que as comunidades têm direito à participação nos resultados do empreendimento hidrelétrico de Belo Monte.


Segundo o ministro, a usina começou a operar em 2015 e agravou o modo de vida dos indígenas da região.


O ministro também esclareceu que a decisão não libera novas explorações de potenciais energéticos em terras indígenas.


“O escopo desta decisão judicial limita-se a suprir lacunas e omissões em face da Constituição Federal, fixando as condições de participação dos povos indígenas em atividades atingindo suas terras, de modo a que eles deixem de ser apenas vítimas e passem à condição de beneficiários”, completou o ministro.


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Terezinha Moreira