Foto: Whisley Ramalho
A edição do Boa Conversa desta sexta-feira (14), com os jornalistas Luiz Carlos Moreira Jorge e Marcos Venicios, abordou os principais assuntos políticos da semana. Entre os temas discutidos estavam a reunião entre os parlamentares do Progressistas do Acre e o presidente do partido, senador Ciro Nogueira, em Brasília, além do encontro do senador Alan Rick (UB) com a cúpula do MDB.
Na opinião de Luiz Carlos, a federação entre PP e União Brasil não ganhou força em nível nacional. “O deputado federal Roberto Duarte disse que nunca viu tanta perseguição contra um candidato como a que está acontecendo com Alan Rick. Houve uma reunião em Brasília para discutir uma federação entre Republicanos, União Brasil e PP, mas o Republicanos já divulgou nota oficial negando qualquer possibilidade de participar. Além disso, Alan garantiu que 90% dos deputados federais, senadores e membros do partido são contra a federação com o PP”, afirmou.
Sobre o anúncio da federação, Luiz avaliou que houve precipitação do PP. “Acho que foi um movimento apressado. O Ciro Nogueira pode ter dito que estavam discutindo essa possibilidade, e o pessoal daqui já deu como fato concreto. Mas a imprensa nacional não publicou nada oficial sobre isso”, destacou.
Comentando o encontro de Alan Rick com o MDB, Luiz Carlos comparou a relação com um estágio inicial de aproximação política. “Eu não diria que é um namoro, no máximo, estão ficando. Durante o evento, que era um café da manhã em homenagem às mulheres, Alan Rick pediu para ser recebido e expôs seus planos de governo”, explicou.
Já Crica enfatizou que o MDB só tomará decisões sobre 2026 no momento oportuno. “Conversei com Vagner Sales, que me disse que não há nenhum acerto ou acordo para Alan Rick entrar no MDB. Se Mailza Assis pedir para ser recebida, também será. O MDB só tomará uma decisão sobre alianças em 2026”.
O ex-prefeito Marcus Alexandre, que não esteve no evento, também se manifestou. “Ele me disse que não participou por conta de um compromisso, mas que defende que o MDB só discuta alianças em 2026, considerando, inclusive, a possibilidade de candidatura própria”.
Caso Alan Rick decida se filiar ao MDB, Luiz Carlos garantiu que o partido o receberá bem. “Perguntei a Vagner Sales o que aconteceria se Alan pedisse para se filiar ao MDB. Ele respondeu: ‘Da minha parte, terá um tapete azul na porta para entrar’, e ainda fez uma série de elogios ao senador”, relatou.
Crica destacou que a ausência de parte dos Cabeças Brancas no encontro com Alan Rick reflete desconfortos da eleição de 2024. “Não estavam todos os Cabeças Brancas presentes. Houve um certo desconforto porque, na eleição passada, Alan Rick queria o apoio do MDB, mas impôs que o partido saísse da Federação com a Aliança. Agora, ele parece estar tentando ‘aparar as arestas’ para se aproximar do MDB”, analisou.
Crica também destacou que, caso Alan Rick se filie ao MDB, isso pode resultar no afastamento do senador Sérgio Petecão. “Se Alan Rick entrar no MDB ou receber apoio do partido, acredito que Petecão sairá de cena. Pelo que conversei com ele, Petecão não aceita Alan Rick de forma alguma. Essas tensões vêm desde Brasília”, finalizou.
O jornalista Marcos Vinícius comentou sobre a crise no abastecimento de água em Rio Branco, destacando que a situação se repete tanto no inverno quanto no verão. “Rio Branco é a única cidade onde falta água tanto na seca quanto no período chuvoso. Agora, tem alguém lucrando com isso, né? O pessoal dos carros-pipa deve estar comemorando esse movimento. A inoperância do serviço público é evidente. Sabemos que existem causas adversas, mas, todo ano, o problema se repete. O Acre e Rio Branco parecem ser os únicos lugares do mundo onde, na estiagem, falta água, e, com excesso de chuva, também falta. Isso deveria ser estudado, porque é difícil entender a lógica dessa situação para um gestor”, criticou.
Sobre a ausência dos vereadores do MDB no evento com Alan Rick, o jornalista Luiz Carlos afirmou que eles deveriam ter comparecido. “Deveriam estar presentes, ser ouvidos”, pontuou.
Já sobre o cancelamento do evento pró-Bolsonaro, os apresentadores comentaram que um dos motivos foi a baixa adesão.
“Tem pouca gente engajada. Quem é comissionado da prefeitura ou do Estado está nas ruas ajudando os alagados. Então, já era esperado que o evento não tivesse grande mobilização”, analisaram.
Em relação à viabilidade da candidatura de Mailza Assis ao governo do Acre, Luiz Calixto destacou que disputar o cargo é um direito legítimo da senadora. “Esse tema surgiu por conta do meu amigo Luiz Calixto, não sei de onde ele tirou isso. Mas a Mailza tem todo o direito de ser candidata. Ela tem apoio da Direção Nacional, está no cargo e tem estrutura para disputar. Agora, na política, existem alternativas. Se um candidato não consegue crescer nas pesquisas, ele acaba sendo retirado do jogo. Se Mailza tiver toda a estrutura do governo ao seu lado e, ainda assim, não crescer, pode ser que sua candidatura seja revista. Não estou dizendo que isso acontecerá, mas é um cenário possível”, ponderou.
Luiz Carlos reforçou que Mailza tem todas as condições para concorrer ao governo, mas precisa mostrar crescimento eleitoral. “A política funciona assim. Hoje, Mailza tem todas as condições de decolar. Ela tem o apoio do governo, os adversários foram afastados, e o governador está ao seu lado. Agora, se até dezembro ela não atingir dois dígitos nas pesquisas, a situação pode ficar complicada”, concluiu.