Categorias: Acre

Adailton Cruz denuncia salários abaixo do mínimo no Hospital do Juruá

Por
Da redação ac24horas

O deputado estadual Adailton Cruz (PSB) concedeu entrevista ao programa Boa Conversa – Edição Aleac nesta quarta-feira, 12, abordando diversas questões relacionadas à saúde pública, administração estadual e seu futuro político. O parlamentar destacou a situação dos trabalhadores do Hospital Regional do Juruá, a investigação de casos de assédio moral na rede de saúde, o rebaixamento da nota fiscal do Estado e sua possível mudança de partido.


Adailton Cruz denunciou a situação dos trabalhadores do Hospital Regional do Juruá, administrado pela Oscip Anssau, que, segundo ele, vêm recebendo salários abaixo do mínimo legal e enfrentando jornadas excessivas.


“Nós estamos há mais de 4 meses tentando resolver a situação. Hoje a Anssau é a entidade que gerencia o Hospital Regional do Juruá, que é o principal hospital de atendimento da população de todo o Vale do Juruá. Nós temos ali mais de 500 trabalhadores, dentre esses mais de 270 técnicos de enfermagem, e infelizmente eles estão passando por uma situação muito difícil. Além da jornada de trabalho deles hoje ter aumentado, eles estão tirando em média 13, 14 plantões por mês, eles estão recebendo na carteira de trabalho menos que o salário mínimo. Hoje o salário da carteira deles, tanto na parte física quanto digital, é de R$ 1.369. A gente sabe que o salário mínimo por lei tem que seguir a legislação federal, o decreto presidencial, e hoje o salário mínimo em vigor no país é de R$ 1.518, o que é inadmissível.”


O deputado garantiu que pressionará o secretário de estado de saúde, Pedro Pascoal, para resolver o problema. “Já conversei com o secretário e ele também está muito aberto a resolver a situação porque é a Sesacre que tem o convênio com a Anssau, ela que repassa os recursos, mas a responsabilidade também de corrigir isso, tanto melhorar a jornada quanto pagar o salário que é recebido pela legislação é da Anssau. Se até sexta-feira não tiver essa reunião, nós vamos fazer a convocação pela Assembleia Legislativa, envolver a Casa Civil, mas eles vão ter que cumprir a legislação. Isso é crime de responsabilidade”, pontuou.


Outro ponto abordado pelo deputado foi a investigação de casos de assédio moral no Hospital de Tarauacá e na UPA do 2º Distrito de Rio Branco. “A nível de Conselho de Enfermagem, foi realizada diligência, a equipe já se convocou até Tarauacá, fez todas as diligências necessárias, ouviu, inclusive, os denunciantes, ouviu os denunciados, está sendo emitido relatório para depois a gente decidir. Também foi comunicado ao Ministério Público, que deve estar se manifestando, e a Secretaria de Estado de Saúde já abriu o processo e está apurando os fatos também. O certo é que depois da denúncia, a situação que estava ocorrendo aparentemente foi suspensa”, pontuou.


O deputado informou que sua comissão visitará a UPA para averiguar os relatos de assédio moral. “Nós vamos, inclusive, hoje enquanto Comissão de Saúde, já vou convidar a Comissão de Saúde, para hoje às 14h a gente estar lá na UPA do 2º Distrito para acompanhar, ouvir os profissionais, ouvir médicos, ouvir os enfermeiros, ouvir os atendentes, ouvir a população. E se realmente a gente identificar que há indício de assédio moral por parte de algum membro da direção da UPA, nós também vamos denunciar e pedir a secretaria que demita”, pontuou.


Adailton Cruz também comentou o rebaixamento da nota financeira do Estado, que passou de B para C, o que impede novas operações de crédito com aval da União. O parlamentar comentou sobre o impacto da decisão do Tesouro Nacional pode causar no PCCR da saúde.


“É preocupante, porque a expectativa da saúde é de 25 anos para ter um plano reformulado. Esse rebaixamento é mais um problema a ser resolvido. E aí eu atribuo especificamente esse rebaixamento a alguns passos da administração. Porque se hoje você não tem como a União lhe amparar para que você tenha condições de ter mais recursos, é porque alguns indicadores você deixou de cumprir ou que foi pactuado não foi cumprido”, destacou.


O deputado também confirmou sua intenção de sair do PSB e migrar para um partido de centro-direita. “Eu já recebi convite de três partidos, mais ou menos, mas como eu falei, a gente vai se concentrar num partido de centro-direita. A priori, possivelmente, a gente vai tá encaminhando junto com a vice-governadora essa questão do partido e, provavelmente, será um partido de direita, a não ser que ocorra uma situação muito fora da curva, que isso mude, mas o caminho é esse. Eu acredito muito que tá na hora do Acre ter uma mulher nos governando [Acre já teve uma governadora Iolanda Fleming, que assumiu após a saída do então governador Nabor Júnior para disputar o Senado]”, afirmou.


Questionado sobre a possibilidade de filiação ao PP, ele confirmou “Pode ser, sim, pode ser o PP”, afirmou.


Compartilhe
Por
Da redação ac24horas