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Vai falir?

Por
Narciso Mendes

Já há quem afirma que a nossa Previdência Social irá se transformar na nossa maior tragédia.


Sempre que o déficit da nossa previdência social entra em debates, sobretudo, àqueles em que os nossos mais notáveis especialistas econômicos fazem-se presentes, sempre ouvimos falar dos seus bilionários déficits. Portanto deles só podemos concluir uma coisa: se severíssimas medidas não forem postas em prática, brevemente estaremos falando dos seus trilionários déficits, de sua própria falência.


Enquanto isto, a cada quatro anos, a despeito das recorrentes mudanças na nossa representação política, em relação à tragédia da nossa Previdência Social, seus prévios e oportuníssimos anúncios, pouco ou nada tem sido feito e o seu rombo só tem aumentado.


Se ainda não nos encontramos na beira do abismo, estamos nos aproximando do seu despenhadeiro, já que caminhamos na sua direção e sentido, afinal de contas, em matéria de previdência social, os nossos governantes só têm se preocupado em atravessar o quadriênio para o qual se acham responsáveis, e sempre que podem, transferem para seus sucessores as soluções das crises, porém bastante aumentadas, do déficit previdenciário que haviam herdado.


Pouco ou nada tem adiantado as trocas dos nossos representantes políticos, até porque, àqueles que chegam sempre se comporta como àqueles que se foram.


Já perdemos o bem bom que o nosso atual sistema previdenciário poderia nos ofertar. Reporto-me ao nosso confortável bônus demográfico, justamente o período em que, para cada um dos beneficiários da nossa previdência, havia uma dezena de contribuintes.


Diria mais: até mesmo a nossa expectativa de vida, algo inequivocamente louvável, em muito tem feito aumentar o nosso déficit previdenciário. Ainda assim, milhares de brasileiros chegam a se aposentar e/ou tornarem-se pensionista, com menos de 65 anos de idade, muitos deles, com menos de 50 anos.


O nosso sistema previdenciário só será salvo caso os nossos atuais e futuros detentores de poderes, e nos seus três níveis, passarem a tratar o financiamento do nosso sistema previdenciário com a mais absoluta responsabilidade e 0% de demagogia.


Não somente hoje, pois já vem de muito longe, e assim será, nos nossos futuros amanhãs, que a nossa previdência vinha se revelando insustentável e exigindo as mais profundíssimas transformações.


Digo e repito: àqueles que vierem reagir contra as mudanças que se fazem necessárias em favor da nossa Previdência Social, algumas delas impopulares, só estarão contribuindo para a sua própria falência.


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Por
Narciso Mendes