Integrantes do comando do Exército receberam mal a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, acusado de tentativa de golpe, de que ele apenas cumpriu determinações e agiu de acordo com seu dever funcional de atender à Presidência da República.
Na quinta-feira (6), dia em que a manifestação de Cid sobre a denúncia foi apresentada, militares do Exército lembraram, em conversa com a CNN, que, antes da investigação, o militar já havia sido alertado diversas vezes que vinha passando dos limites na aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Situações em que Cid aparece com destaque em vídeos para as redes sociais com o ex-presidente foram apontadas como exemplo de conduta que destoa das atribuições militares.
Um general ressaltou que Cid ouvia conselhos de que estaria entrando em um caminho sem volta. Em grupo militares, o entendimento é de que o ex-ajudante de ordens da Presidência estava orientado, mas se sentia com poder.
A defesa de Cid é de que ele nunca atuou por um plano de golpe no país. Não é o que a investigação concluiu.
Pelo tempo de carreira, Cid já poderia ter sido promovido de tenente-coronel para coronel. Mas após indiciamentos, ele teve o nome retirado da lista. Além da tentativa de golpe, Cid também responde ao inquérito das joias sauditas e fraude no cartão de vacinas.