A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) negou um pedido de Habeas Corpus impetrado pela defesa de Jesuilton Pereira Gomes, conhecido como “Jeso”, que tentava suspender uma audiência de instrução e julgamento. A alegação da defesa incluía supostas irregularidades no processo, incluindo a tortura de uma testemunha.
Considerado uma das principais lideranças do crime organizado na fronteira entre Brasil e Bolívia, “Jeso” atuava principalmente na região de Brasiléia, Epitaciolândia e em cidades bolivianas como Cobija. Ele foi deportado da Bolívia após cumprir pena no presídio de segurança máxima Chonchocoro, em La Paz, de onde, segundo as autoridades, continuava comandando atividades criminosas, incluindo execuções na fronteira.
Extraditado para o Brasil em 2023, Jeso enfrenta uma série de processos judiciais por crimes como roubos, corrupção de menores, extorsões, sequestros e homicídios. Mesmo encarcerado na Bolívia, ele é apontado como mandante de sete assassinatos. Com diversas condenações, sua pena total soma mais de 250 anos de prisão.
Inicialmente, Jeso foi detido na Unidade de Readaptação Social Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, mas devido à sua periculosidade e influência no crime organizado, foi transferido para um presídio federal sob forte esquema de segurança. Atualmente, cumpre pena que se estende até o ano de 2275.
A nova audiência de instrução, que sua defesa tentava suspender, está relacionada a um homicídio e duas tentativas de assassinato ocorridas em 2022. A defesa sustenta que uma testemunha, também acusada de envolvimento no crime, teria sido torturada para prestar depoimento e que há dúvidas sobre a autoria do crime.
Porém, ao analisar o pedido, a relatora do processo indeferiu a liminar, afirmando que, no momento, não há elementos suficientes para concedê-la. Com isso, a audiência deve ocorrer conforme o previsto, aguardando novas informações das autoridades competentes.