A taxa de desemprego do Acre no Acre, no quarto trimestre de 2024, foi de 7,3%. Aumentou 0,6 ponto percentual frente ao resultado do mesmo período de 2023 (6,7%). O Acre e o Rio Grande Norte foram as únicas unidades da federação em que a taxa de desemprego aumentou. O restante das unidades apresentou queda no período analisado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Trimestral, divulgada no dia 14/02 pelo IBGE. Vamos analisar alguns dados da força de trabalho do Acre encontrados pela pesquisa, lembrando, que a comparação será entre os quartos trimestres de 2023 e de 2024.
Mesmo com o aumento da taxa de desemprego o resultado é considerado muito bom. Em 2024, 32 mil pessoas entraram no mercado de trabalho e destas, 27 mil conseguiram ocupação. Portanto, o aumento de 9,6% na força de trabalho acreana, reflete a diversificação da expansão da ocupação ocorrida em diversas atividades econômicas do estado, como comércio; serviços; indústria e, principalmente, o setor primário (Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura), ao longo de 2024. Na tabela abaixo destacam-se os dados completos da força de trabalho, da ocupação e do desemprego no Acre, nos finais de 2023 e 2024.
Em 2024 o setor privado ocupou 145 mil trabalhadores, 58 mil deles, sem carteira assinada
Em detrimento da queda de outros, o setor privado absorveu mais de 30 mil novos empregos no período, um aumento de 26,1%. O segundo maior crescimento foi no segmento do trabalhador auxiliar familiar 2 mil a mais, crescimento de 14,3%, seguido pelos trabalhadores domésticos, também com 2 mil novos postos, crescimento de 9,1%.
Registra-se no período, uma queda de 13,8% dos trabalhadores por conta-própria (autônomos), que saíram de 87 para 75 mil. Na tabela acima constam os números da posição na ocupação.
Como pode ser verificado na tabela a seguir, se por um lado cresceu o número de empregos gerados em 2024, por outro lado, a maior parte dos contratados não possuem carteira assinada ou as empresas empregadoras não possuem CNPJ, ou seja, estão no setor informal. A constatação é feita ao calcularmos a taxa de informalidade que saiu de 44,1% para 46,8%, significando que dos 27 mil novos contratados, 21 mil foram para o setor informal.
A posição na ocupação que apresentou o maior crescimento na categoria dos informais, foram: Setor privado (exceto os trabalhadores domésticos), que cresceu 93,3%, seguido pelo trabalhador familiar auxiliar (14,3%) e os trabalhadores domésticos (11,1%). De 2023 para 2024, 0 crescimentos dos informas foi de 15,2%, saindo de 138 mil para 159 mil.
Com um caráter informativo, a taxa média anual de informalidade para o país foi de 39,0% da população ocupada. As maiores médias anuais ficaram com Pará (58,1%), Piauí, (56,6%) e Maranhão (55,3%) e as menores, com Santa Catarina (26,4%), Distrito Federal (29,6%) e São Paulo (31,1%).
Empregos na Agricultura, pecuária e produção florestal cresceram 34,5% e empregavam 39 mil trabalhadores, em 2024
Na tabela a seguir constam os dados das ocupações por setores da economia. O maior crescimento em um ano, foi observado no setor primário (agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura) que cresceu 34,5%. O segundo maior crescimento foi no do comércio, com 9,8%. Em seguida vieram: Administração Pública (9,1%), Indústria (8%), Construção (5,9%) e dos demais Serviços (1%).
Pelos dados de 2024, os 340 mil trabalhadores ocupados, estão divididos nos seguintes setores: Serviços (30,3%); Administração Pública (24,7%); Comércio (19,7%); Indústria e Construção (13,8%) e Agricultura, pecuária e produção florestal (11,5%).
Com isso, percebe-se que o setor privado (incluindo os trabalhadores domésticos, os trabalhadores familiares auxiliar e os conta-próprias) ocupa mais de 80 % da força de trabalho ocupada no Acre.
Renda média vai a R$ 2.626,00 e supera a de 11 Unidades da Federação. A Massa de rendimentos mensais cresce 12,8% e vai a R$ 871 milhões.
Por fim, a média anual do rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 2.626,0, um crescimento de 3,8 % em comparação ao registrado no final de 2023. Na tabela abaixo destaca-se os 15 estados com os menores rendimentos médios, em ordem crescente. Percebe-se que o rendimento médio do Acre, supera os de 12 estados, alguns importantes na economia brasileira como: Bahia, Ceará, Amazonas e Pernambuco.
No Brasil o rendimento médio foi de R$ 3.225,0. As maiores médias foram do Distrito Federal (R$ 5.043), São Paulo (R$ 3.907) e Paraná (R$ 3.758).
Estimada em R$ 871 milhões, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos do Acre registrou crescimento tanto frente ao trimestre anterior (R$ 854,0 milhões) quanto quando comparada ao quarto trimestre de 2023 (R$ 772,0 milhões), um aumento de 12,8%.
Ainda são 27 mil desempregados e 19 mil desalentados no Acre. Mas os números são bons. O crescimento do PIB brasileiro de 3,5%, ajudou muito. As projeções para 2025 são otimistas e podem melhorar ainda mais o cenário para a força de trabalho acreana.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas