Foto: Sérgio Vale/ac24horas
O deputado estadual Emerson Jarude (Novo) criticou duramente nesta quarta-feira, 26, o governo do Acre pela decisão de não convocar os candidatos do cadastro de reserva do concurso da Polícia Civil de 2017 e descartar a prorrogação da validade do certame.
Em entrevista ao Boa Conversa, edição Aleac, exibido pelo ac24horas, o parlamentar classificou a situação como “estranha” e expressou preocupação com o impacto da medida na segurança pública do estado, que enfrenta altos índices de criminalidade e delegacias fechadas por falta de profissionais.
“É uma forma estranha como o governo do estado está tratando a situação. Eu digo isso porque? Em fevereiro de 24, o governo fez uma publicação prorrogando o concurso da Polícia Civil. Então, percebam que teve toda uma movimentação e criou uma expectativa naqueles que estavam no cadastro de reserva de serem chamados. E agora anunciam que não vão fazer o chamamento dessas pessoas e dizem também que não vão fazer um novo concurso público. Então, isso é preocupante. A criminalidade só aumenta no estado do Acre. Nós temos delegacias que estão fechadas por falta de profissionais. Aqui, o IML é uma constante preocupação por não ter profissionais. E o mais curioso: o orçamento do ano passado para cá aumentou, e, curiosamente, o investimento na segurança pública diminuiu 15 milhões de reais. Então, é muito estranho tudo isso. E não sei por qual motivo o governo, ao invés de fortalecer, está enfraquecendo. Que nós, deputados, conseguimos reverter para que assim nem as pessoas que estão no cadastro de reserva e a população sejam prejudicadas”, ressaltou.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de convocação e novo concurso dita por Calixto, Emerson Jarude rebateu. “Eu não sei por que prorroga se ele tem a opção de chamar nesse momento. ‘Ah, nós queremos abrir outro concurso público.’ Uma coisa não impede a outra. É perfeitamente possível que você chame essas pessoas do cadastro de reserva. Inclusive, o próprio MPAC [Ministério Público do Acre], semana passada, intimou o governo do Acre solicitando a contratação de mais de 60 profissionais da Polícia Civil e deu um prazo de cinco dias para responder. Porém, veio de uma forma negativa. E eu espero que a gente consiga reverter isso na Aleac [Assembleia Legislativa do Acre] e chamar essas pessoas que estão no cadastro de reserva”, pontuou.
“Eu sou a favor do princípio da eficiência, que está na Constituição Federal. Se eu sou o governador do Acre, com um concurso aberto e com pessoas que posso chamar agora, não faz sentido abrir outro concurso. É mais gasto e mais tempo. Chamo aqueles que podem ser chamados e abro outro concurso. O que a gente percebe é que colocam culpa na burocracia para que se beneficiem de alguma forma. Seja em ano eleitoral, que fizeram toda expectativa no ano”, acrescentou.
O deputado Emerson Jarude comentou a declaração do secretário de governo, Luiz Calixto, que descartou a convocação do cadastro de reserva do concurso da Polícia Civil de 2017.
Calixto afirmou que não há mais possibilidade jurídica de prorrogação do certame, que já foi estendido várias vezes. Ele também mencionou que o governo estuda a realização de um novo concurso, com mais vagas e carreiras, mas destacou que o estado não tem disponibilidade orçamentária e financeira para fazer a convocação dos candidatos.
“Não há mais possibilidade jurídica para prorrogação. Esse concurso é de 2017. Os próprios integrantes do cadastro de reserva sabem dessa impossibilidade. Já foi prorrogado as vezes que foram possíveis. O governo estuda a possibilidade de um novo concurso, com mais vagas e mais carreiras. O estado não tem disponibilidade orçamentária e financeira, inclusive para fazer a convocação de candidatos”, disse.