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Domingou!

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Da Redação

Estamos na última semana de fevereiro, a 47 dias da Páscoa. Acordando mais tarde, o leitor certamente abandonou o relógio em cima do criado-mudo, colocou o celular no silencioso, está psicologicamente no modo off, sem paciência para cálculos.


Semana que passou

A semana que passou, no entanto, foi cheia de numerologia. No cenário nacional, por exemplo, os que defendem inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, estão impressionados com o uso de expressões condicionantes na acusação da PGR, a maioria delas, no futuro do pretérito.
Vejamos os termos usados:
– Hipotético (25 vezes);
– Possibilidade (50 vezes);
– Teria, faria (mais de 100 vezes).


Insegurança

Os deputados não bolsonaristas imprimem a estratégia que visa desqualificar o discurso do “mito”, ao falar para o seu público além do cercadinho. Mesmo tremendo de medo, o ex-presidente diz, em completo desrespeito aos seus seguidores, que “tá cagando para a prisão.” Há também os que torcem por qualquer fala personalizada de Trump para o caso Bolsonaro, coisa que é difícil de fazer porque o “galego de olhos prestos americano” tá mais preocupado com o resto do mundo que pode atrapalhar seus planos.


No compasso

Na batida dos tantãs e dos tamborins, o Tribunal de Contas do Estado resolveu colocar seu bloco na rua. As conselheiras Dulcinéia Araújo e Naluh Gouveia, afirmaram em reunião de trabalho com o governo do Acre, que vão aos bairros ouvir a sociedade. Entre janeiro de 2018 e novembro de 2024, 76 mulheres foram brutalmente assassinadas. São 132 crianças órfãs, aponta o relatório que a professora Naluh carrega debaixo dos braços.


Com uma lupa

As duas conselheiras do TCE [Naluh e Dulcinéia] estão com uma lupa nas mãos passando um verdadeiro pente fino na LDO para saber onde e como estão sendo aplicados os recursos destinados à politicas públicas para as mulheres em cada secretaria de governo.



Bom indicador

E já que estamos tratando de números, o quantitativo de prefeitos que atendeu o chamamento do Palácio Rio Branco para assinatura presencial do termo de adesão ao programa Juntos pelo Acre, norteia o PF (pontos fortes e pontos fracos) da pré-campanha de Mailza rumo a 2026. Foi ao evento, que contou com o “Zero Um”, quem se apresenta no processo além da fidelidade partidária. O Henrique anotou tudo!


Castanha binacional

Em Epitaciolândia, o Festival Internacional da Castanha teve um enredo quase perfeito. Cerimonial dando boas-vindas a todos e todas (modelo Dilma), o termo companheiro e companheira, hino da seringueira, discurso inflamado do Sibá Machado colocando números de investimentos do governo Lula III. Não teve, porém, nenhuma grande expressão política ou empresarial do Peru e da Bolívia. O único representante da alcaldesa Ana Lúcia, de Cobija, não teve direito a palavra.


Uma pergunta

Como perguntar não ofende, porquê o PT durante 20 anos de governo não instituiu uma lei que proibisse a saída da castanha in natura para fora do estado, principalmente a Bolívia? Se intitulam defensores do extrativismo, mas, na prática o que se viu foi inércia.


Memória

A lei chegou a ser debatida e apresentada na Assembleia. Tratava-se do Projeto de Lei nº 111/17, proposto pelo então deputado Heitor Júnior (Podemos). Jorge Viana era presidente do Senado e o irmão, Tião Viana, governador do estado.


No palco

Interessante ver no palco do evento que eles chamaram de internacional, atores como Edvaldo Magalhães, Perpetua Almeida, Sibá Machado, todos com mandatos na época, pedindo um Marco Legal para castanha do Acre. O que vale pra Chico, não serve para Francisco.


Carile

Escritor José do Carmo Carile convida para o lançamento do livro de poesia “Deixei meu coração falar por mim”. É o quinto livro do integrante da Academia Acreana de Letras. Acontece dia 8 de março, às 15 horas, no auditório do Museu dos Povos Acreanos.


Luto por um amor perdido

Um grande amigo do redator da coluna, que há 4 anos perdeu a esposa amada para a covid-19, ainda hoje vive o luto e para não esquecer os 51 anos de casado com a mulher que sempre amou, contou que supera a dor da perda lendo um poema de Marcos Barbosa, Cântico de Núpcias. Em como hoje é domingo, a coluna brinda os leitores com este poema.


CÂNTICO DE NÚPCIAS

Nossos caminhos são agora um só caminho,
nossas almas, uma só alma.
Cantarão para nós os mesmos pássaros,
e os mesmos anjos desdobrarão sobre nós
as invisíveis asas.
Temos agora por espelho os nossos olhos;
o teu riso dirá a minha alegria,
e o teu pranto, a minha tristeza.
Se eu fechar os olhos, tu estarás presente;
se eu adormecer, serás o meu sonho;
e serás, ao despertar, o sol que desponta.


Nossos mapas serão iguais,
e traçaremos juntos os mesmos roteiros
que conduzam às fontes escondidas
e aos tesouros ocultos.
Na mesma página do Evangelho encontraremos o Cristo,
partiremos na ceia o mesmo pão;
meus amigos serão os teus amigos,
perdoaremos com iguais palavras
aqueles que nos invejam.


Será nossa leitura à luz da mesma lâmpada,
aqueceremos as mãos ao mesmo fogo
e veremos em silêncio desabrochar no jardim
a primeira rosa da Primavera.
Iremos depois nos descobrindo nos filhos que crescem,
e não mais saberemos distinguir em cada um
os meus traços e os teus,
o meu e o teu gesto,
e então nos tornaremos parecidos.
E nem o mundo nem a guerra nem a morte,
nada mais poderá separar-nos,
pois seremos mais que nunca,
em cada filho,
uma só carne
e um só coração.


Que o homem não separe o que Deus uniu.
Que o tempo não destrua a aliança que nos prende,
nem os amores, o amor.


Que eu não tenha outro repouso que o teu peito,
outro amparo que a tua mão,
outro alimento que o teu sorriso.
E, quando eu fechar os olhos para a grande noite,
sejam tuas as mãos que hão de fechá-los.
E, quando os abrir para a visão de Deus,
possa contemplar-te como o caminho
que me levou, dia após dia,
à fonte de todo amor.


Nossos caminhos são agora um só caminho,
nossas almas, uma só alma.
Já não preciso estender a mão para alcançar-te,
já não precisas falar para que eu te escute…


Donos da verdade

A coluna não se intitula dona da verdade, longe disso, mas, estuda, se debruça, tem fontes seguras. Não há leitura proibida, nem livros que não se possam ler. Nesse extremismo ideológico, quer conhecer Hitler, leia “Retrato de uma Tirania”. Quer criticar Lenin, leia “O Estado da Revolução”. Isso faz parte da liberdade de expressão. Boa Semana!


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