Categorias: Destaque 3Notícias

Mutirão na Fundhacre atende 700 dos 2500 pacientes de saúde mental represados no estado

Por
Whidy Melo

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre, por meio da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), realiza neste sábado (15), em Rio Branco um mutirão de primeiras consultas em saúde mental em 700 pacientes dos mais de 2500 que aguardavam atendimento como demanda reprimida em todo o estado.


De acordo com o secretário de saúde do Acre, Pedro Pascoal, o mutirão dá um alívio na rede de saúde, mas o problema da espera para o atendimento passa pelo fortalecimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nos municípios. “Nós temos que integrar as soluções da rede estadual com a ampliação dos municípios com os CAPS dos municípios. Enviamos ao Governo Federal o pedido de fortalecimento da rede de atenção psicossocial e tivemos as propostas enviadas ao Ministério da Saúde para abertura de novos CAPS no interior do Acre”, disse.


Foto: Whidy Melo/ac24horas

A consulta da ação de saúde resultará em alta ou encaminhamento para o Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), CAPS, ou retorno em 30 dias.


Soron Angélica Steiner, presidente da Fundhacre, explicou os atendimentos realizados no mutirão e disse que a equipe regular do hospital não é suficiente para atender toda a demanda do estado. “O objetivo do atendimento de hoje é para que esse paciente que aguarda a primeira consulta seja recebido pelo profissional com expertise na área de saúde mental e que ele possa delinear o tratamento desse paciente, inclusive para o segmento ambulatorial e até multidisciplinar envolvendo psicólogo, com o objetivo da realização das terapias. Nós temos a nossa equipe regular de psiquiatras com dois profissionais que tem a agenda semanal, mas que realmente ainda é insuficiente para a gente atender toda essa demanda”, explicou.


Rita Mota, de 54 anos, professora do ensino público, comemorou a ação. Ela procura atendimento por síndrome de Burnout – uma doença ocupacional que resulta de estresse crônico no trabalho mal gerenciado, comum em profissionais da educação e da saúde.


“No meu caso, até que não demorou, porque eu dei entrada na Atenção à Saúde em outubro e teve até uma aceleridade, a gente tem essa compreensão da espera. Os profissionais da educação passam por uma sobrecarga muito grande e já existem estatísticas de grande ocorrência de burnout, que é um adoecimento em detrimento do trabalho. Profissionais da educação necessitam desse olhar de autocuidado, de ter acesso a essa rede de saúde mental. Seria interessante até ter um núcleo fortalecido, específico para os profissionais da educação, porque tem muita automedicação, subnotificação. Eu tive a crise de burnout e acessei a rede e estou nesse processo de autocuidado”, disse.


Compartilhe
Por
Whidy Melo