O programa Boa Conversa desta sexta-feira, 14, apresentado pelos jornalistas Marcos Venicius, Astério Moreira e o colunista Luiz Carlos Moreira Jorge, comentou os principais assuntos da semana, entre eles, a nomeação da esposa do prefeito Tião Bocalom, Kellen Nunes, na gestão.
O primeiro assunto abordado foi a notícia de que Bocalom nomeou a esposa, além dos filhos de Vilas Boas; João Marcos Luz também foi nomeado na prefeitura. Luiz Carlos lembrou que Bocalom sempre foi contra a familiocracia. “Bocalom, ele sempre, na vida política dele, condenou a familiocracia, a panelinha. E ali era que a panelinha do PT, a familiocracia do PT, não tinha que ter. Nós temos que ter solidez, lisura na gestão pública. Aí ele bota a mulher ganhando R$ 28 mil, mais R$ 28 mil deles são R$ 64 mil. Eu não vou discutir a parte jurídica porque quero ver a posição da Justiça aqui, então vou esperar a decisão da Justiça. Agora, nomear a mulher… Não está precisando. Não é isso. Não foi isso que o Bocalom pregou. Ele pregou que não tinha que ter familiocracia. Você não forma panelinha. E está aí, ele bota a mulher sem nenhuma necessidade”, comentou Luiz, que continuou: “Tem que parar de idiotice de criticar o PT. O PT não está mais no poder, está internado.”
O jornalista Marcos Venicius criticou os antecessores de Kellen Nunes na chefia de gabinete da gestão. “De todos os chefes de gabinete que o Bocalom teve, ela é a única que sabe escrever um ofício.” Já Astério avaliou que o nepotismo está institucionalizado. “O nepotismo está institucionalizado, escancarado. Me parece que não há ilegalidade, o problema é moralidade”, explicou.
Outro assunto abordado no programa foi o sumiço do líder de Bocalom, Rutênio Sá, que teve o primeiro embate e trocou farpas com Kamai e Éber na Câmara. Segundo Luiz Carlos, ele não foi para o debate. “Aí, quando Éber volta para o debate e o Kamai volta para o debate, ele já sai da sala. Como foi o contraponto? Ah, não aguentou o primeiro contraponto.”
Marcos Venicius ainda mencionou a atuação de Éber Machado na Câmara. Segundo ele, na Aleac, o vereador não costumava usar a tribuna com frequência. “A atuação de um leão como vereador, mas quem lembra muito bem, mal subia na tribuna. Então, ele era o deputado governista, ficava no cantinho dele, não queria briga com ninguém”, disse.
Falando em Éber Machado, ele destacou que os kits da dengue comprados pela prefeitura não duram 60 dias, tema que também foi debatido no Boa Conversa. Luiz Carlos destacou que o secretário de Saúde precisa se explicar sobre o assunto e cobrou providências do Ministério Público e do Tribunal de Contas.
“O secretário tem que vir a público e dizer o seguinte: olha, aqui a compra foi feita, foi legal e os ovos não estão vencidos. Se tiver vencido, vai pegar pesado para eles. Agora, a gente espera que o Ministério Público se pronuncie o mais rapidamente possível sobre essa questão. Que o TCE se pronuncie também”, declarou. Marcos Venicius relembrou que um requerimento para a convocação do ex-secretário Elatiam Nogueira foi rejeitado na Câmara.
Outro tema que voltou ao centro das atenções foi a recente declaração do governador Gladson Cameli no início da semana e também a de Alan Rick, que evitou comentar o assunto das exonerações. Para Luiz Carlos, a frase do governador, ao dizer que não se deve confundir democrata com ser bonzinho, entrega toda a questão. “Ele tá praticamente dizendo que teve um fato grave que levou ele a demitir o pessoal do Alan. Houve um jantar em Brasília”, mencionou.
Astério Moreira também comentou o caso e disse que houve algo de estranho. “Houve a gota d’água. O governador está tomando medidas para impedir que Alan divida com ele o poder na eleição de 2026. O Alan disputa com ele o poder”, disse.
Marcos Venicius afirmou que ouviu de alguns secretários que o senador Alan Rick já tratava de cargos de secretários com empregados. Ele citou o silêncio de Alan Rick. “Silêncio também é resposta?”, questionou. Astério afirmou que Rick precisa recuar. “Não ir ao confronto”, comentou Moreira.
O fato de Márcio Bittar ter tomado café e provado o perfume de Bolsonaro também foi assunto na transmissão. Luiz Carlos avaliou como uma paixão avassaladora.
“Todo direito de defender o Bolsonaro, de ser bolsonarista, mas na política você tem um limite, né? Ele tá caindo já num negócio que é só Bolsonaro, Bolsonaro, Bolsonaro. Rapaz, é uma paixão avassaladora, né? Não consigo entender o Márcio, falando sério. Ele podia defender o Bolsonaro de uma vez, mas não se prestar a esse tipo de coisa. Olha, é muito feio pra imagem dele isso. Acho que cada qual com seu cada qual.”
Outro ponto foi a manifestação que os bolsonaristas do Acre estão organizando para pedir o impeachment de Lula. Para o colunista do ac24horas, o movimento é uma bobagem. “Não vai ter impeachment. O Lula tava com Alcolumbre no Amapá.”
Falando em PT, no Acre houve festa com bolo do Lula e guaraná Tuchaua pela comemoração dos 45 anos do partido no estado. Luiz Carlos citou a falta de poder que levou a festa a ter poucas pessoas. “Nem o Jorge veio, Sibá, não tinha Binho, Léo de Brito. A política é ciclo.”
Sobre a coluna de Orlando Sabino, que destacou que o governo do Acre executou apenas 35% dos investimentos programados em 2024, Marcos Venicius disse que esse é o principal gargalo de Gladson Cameli. “A situação é difícil”, revelou.
Luiz Carlos afirmou que o governo de Gladson Cameli tem até abril para entregar obras. “Ele tem até abril para fazer o que quer. A obra pública é um excesso. Ela demora, tem processo, tem pesquisa, tem uma série de coisas. É cronograma, liberação do modelo”, comentou.
Acerca do governo ter rebatido os militares ao dizer que já concedeu reajuste e revisão anual, o tema também foi debatido no programa. Marcos Venicius enalteceu a categoria. “Militar que vive só do salário é um guerreiro”, disse.
Luiz Carlos fez um alerta ao governador Gladson Cameli sobre o tempo de execução de suas ações. “O ano que Gladson tem que fazer tudo o que tiver que fazer é este. Depois que deixar o governo, nem o vento bate nas costas, café frio.”
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