Cafuringa e Guedes, as únicas coisas sérias na política do Acre

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

Conheço muitos políticos acreanos que foram bom frasistas em seus discursos, mas nenhum tão criativo de improviso, como o Edvaldo Guedes (na foto, montado no seu jumento, o “Cafuringa”); um paraibano da cidade de Teixeira, que apareceu pelo Acre como bancário; mas que se notabilizou mesmo foi como político, sendo um dos vereadores mais ferinos e terror de prefeitos e governadores. Dotado de uma eloquente oratória, foi uma figura folclórica nos anos da década de 70 na capital, onde se elegeu vereador, e marcou a sua presença na Câmara Municipal de Rio Branco pela combatividade e agressividade na fala. Foi um político que fugiu da mesmice protocolar da época. No dia da votação chegava nas sessões eleitorais montado no seu Jumento de nome “Cafuringa”! É do saudoso ex-vereador Edvaldo Guedes (MDB), uma das frases mais emblemáticas do folclore político do estado: “Na política do Acre, só existem duas coisas sérias: eu e o jumento Cafuringa”. Já naquela época, os políticos não eram levados a sério. Faço o registro, para que figuras que marcaram as eleições, não caiam no esquecimento. Guedes e o “Cafuringa,” fazem falta na política da taba.


GRANDE BENEFICIADA


A vice-governadora Mailza Assis (PP), foi a grande beneficiada com a demissão do governo de todos aliados do seu adversário Alan Rick (UB). Ficou com o campo livre para sedimentar a sua candidatura dentro da administração. Foi um belo presente do governador Gladson.


USO DO CACHIMBO


Confesso que errei ao imaginar ver a atual legislatura municipal da capital, ser independente. Ao vetarem a presença da ex-secretária municipal de Educação, Nabiha Bestene, para falar sobre suas sérias denúncias que motivaram a sua saída da pasta, mostrou que continua a ser um puxadinho da PMRB. O uso do cachimbo, deixa a boca torta.


EXPLICAÇÕES A DAR


É bom esclarecer que não foi na gestão do secretário municipal de Saúde, Renan Biths, a compra de ovos geneticamente modificados de mosquitos da dengue. Mas pode ser questionado, por qual motivo em pleno surto da dengue, o projeto ainda não foi colocado em prática. Se precisa saber se esses ovos já não estão vencidos. E onde estão estes ovos e quando este programa misterioso, será desencadeado. Quem casa com a viúva, cria os filhos. A sua presença na Câmara Municipal de Rio Branco pode esclarecer todas as dúvidas.


FALANDO NO RENAN


E ainda falando da administração do secretário municipal de Saúde, Renan Biths, as filas para conseguir consultas médicas continuam a ser um gargalo negativo. Como seus antecessores, prometeu resolver o problema, mas até aqui fracassou.


DESGASTE NO COLO


Não tinha necessidade de gestão e nem financeira, para o prefeito Bocalom colocar no seu colo a contratação da sua esposa, ato que o desgastou, para ser a sua chefe de gabinete. Até porque o Bocalom sempre criticou a familiocracia na política. Se é legal ou não, a justiça dirá. Mas o desgaste ficou, é só ver as redes sociais. O ato foi noticiado amplamente pela mídia nacional.


CASO IDÊNTICO


Em Várzea Grande, a prefeita Flávia Moretti, nomeou o marido Carlos Alberto de Araújo no cargo de secretário de Assuntos Estratégicos. O MP entrou na justiça e ela perdeu a demanda judicial. Caso parecido com o de Rio Branco, onde o MP, também, aciona a justiça.


MARCANDO POSIÇÃO


A ex-deputada federal Vanda Milani negou ontem ao BLOG, qualquer possibilidade de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. E, na sua postagem, reiterou ser questão fechada a sua candidatura a deputada federal no próximo ano. “Fiz muito no primeiro mandato, e posso fazer muito mais para a população no segundo mandato”, pontuou Vanda.


NÃO HÁ CLIMA


Na política, só se fica onde é bem aceito. O presidente do PSD, Sérgio Petecão, já disse que o partido não dará legenda ao deputado Pablo Bregense (PSD), porque lançará uma chapa à ALEAC sem deputados. Esqueça, pois, o Bregense tentar a reeleição pelo PSD. Esqueça isso.


AVALIAR O QUADRO


Com as notícias de fusão ou incorporação do PSDB pelo PSD, o deputado Pedro Longo (PDT) pretende avaliar como ficará o quadro político em 2026, antes de decidir por qual partido será candidato a deputado federal. É competitivo.


LEI DO MURICI


O Marcus Alexandre vem de três derrotas seguidas. Tem que avaliar bem onde vai se posicionar para conquistar um mandato, que pode ser estadual ou federal. Se for atender a vontade dos cabeças brancas e se aventurar a disputar o governo, será sério candidato a embarcar pela quarta vez na Balsa para Manacapuru. Na política, é Lei de Murici, cada um que cuide de si.


SONHO DE CONSUMO


Um dos sonhos de consumo da cúpula do MDB, é ver a deputada federal Socorro Neri (PP) filiada ao partido. Mas não há nada que indique que venha a fazer este movimento.


MIRANDO A ALEAC


Neném Almeida (MDB), Eber Machado (MDB), Zé Lopes (Republicanos), Samir Bestene (PP), são nomes de vereadores da capital que devem disputar vagas de deputado estadual no próximo ano.


COISAS DA POLÍTICA


Patética a cena de comemoração na capital, de mais um aniversário do PT. Meia dúzia de fiéis militantes. Quando o PT estava no poder, não cabia gente nos aniversários do partido, era o tempo das vacas gordas, quando tinha cargos para dar. Todo partido, todo político, tem prazo de validade, cedo ou tarde; desaba na popularidade.


TRABALHO IMPORTANTE


Com as amizades que fez nas áreas do governo federal, o deputado Afonso Fernandes (Solidariedade) faz um trabalho importante, ao servir de canal para os prefeitos terem acesso a programas federais, e viabilizar seus projetos de captação de recursos. Afonso não tem limitado seu mandato a discursos na ALEAC.


NÃO É SÓ NA ELEIÇÃO


Muita gente indaga como é que a deputada Maria Antônia (PP), que não é muito presente na tribuna, sempre se reelege com excelente votação. Explica-se: a Maria Antônia e seu marido Dêda têm um belo trabalho social numa casa de apoio, e isso acontece durante os quatro anos de seus mandatos, não é apenas na eleição. Trabalham o ano inteiro.


NÃO TEM QUE RECLAMAR


Virou rotina as reclamações de moradores de bairros periféricos, clamando pela presença da prefeitura. Não tem de reclamar, a grande maioria votou no Bocalom e vai ter que segurar no pincel e suportar por 4 anos. Agora, Inês está morta!


LULA NÃO É FRACO


Mesmo que seu mandato não seja a última bolacha do pacote, Lula aparece vencendo em todas as pesquisas para presidente. Voltou a acontecer na pesquisa de ontem da ATLAS, divulgada pela CNN. O Lula respira política.


BRIGA PELA SEGUNDA


Podendo ser candidato, não tenho dúvida alguma que o Gladson Cameli (PP) ficará com a primeira vaga do Senado. E, a segunda vaga será brigada num bolo formado pelo Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD), Márcio Bittar (UB) e Mara Rocha (ainda sem partido).


QUESTÃO DE ESCOLHA


Continuo acreditando que um fato grave levou o governador Gladson a demitir todos do grupo do senador Alan Rick (UB) que estavam no governo. Não adianta tapar o sol com a peneira com outras versões, mas independente do motivo, cabe a quem governa, decidir quem vai trabalhar com ele. Mas, que tem gato nessa tuba, isso tem com certeza.


FRASE MARCANTE


“Todo mundo sabe como começar uma briga, mas, somente os sábios sabem como evitá-las”. Do livro Meditação Diária.


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Luis Carlos Moreira Jorge