A campanha eleitoral da Umarmrb – União Municipal das Associações de Moradores de Rio Branco – teve disputa acirrada entre dois candidatos que representavam, teoricamente, as principais vertentes políticas do Acre simbolizando a polarização característica dos processos eleitorais, não só no estado como em todo o país.
De um lado, Thamyris Pinheiro, liderança comunitária que atuava como primeira secretária da Umamrb e recebia o apoio de líderes que estão à frente gestão municipal. De outro, Jorge Wendeson, o Nego, que estava concluindo o segundo mandato e tinha a parceria de grande parte dos presidentes de bairros, parlamentares tanto da direita quanto da esquerda e, segundo foi especulado durante a campanha, até de membros do governo estadual. Ele não confirma esta informação.
Wendeson não concorda com as especulações de que recebe apoio de partidos e líderes de esquerda, apesar do ex-governador e atual presidente da Apex, Jorge Viana, e do ex-prefeito Marcus Alexandre o terem parabenizado em postagens nos seus perfis no Instagram.
“A gente tem amizade com todos. A entidade tem que ser independente. Na época da eleição não deixo ninguém entrar na entidade com adesivo de A ou B. Temos que ter isenção. A Umamb não deve estar atrelada à prefeitura ou a nenhum político. A gente tem que cobrar e agradecer quando fizer”, defende Nego, que iniciou o trabalho comunitário “com sangue nos olhos” no bairro Triângulo Velho, região do Segundo Distrito, onde mora há 43 anos.
Mas por quê, de repente, a entidade e os líderes comunitários que já foram chamados de “doidos”, passaram a despertar o interesse dos políticos que, um dia, já ignoraram a Umamrb? Nego considera que hoje o cenário é bem diferente. Houve um trabalho de conscientização com os líderes, com as associações para mudar as práticas que até então vigoravam. “Enfrentamos muitos desafios e ainda teremos muito pela frente, mas hoje os presidentes já sabem que não é legal passar com a sacolinha em secretarias, com políticos. Eles aprenderam os mecanismos legais para conseguir recursos”.
O trabalho que começou em 2022 já está rendendo frutos. Já no início de 2025, 40 associações estarão recebendo emendas para a realização de eventos, esportivos e culturais, e implantação de projetos em suas comunidades. Nego faz questão de dizer que não a Umamrb hoje não é oposição ao prefeito Tião Bocalom. “Nós tentamos diálogo e ele não quis, é diferente”, afirma Wendeson dizendo que irá convidá-lo, assim como ao governador e parlamentares do estado e do município para um café da manhã na sede da Umamrb no dia 18 de fevereiro, quando será comemorado o Dia do Líder Comunitário.