Foto: Jardy Lopes/ac24horas
O prefeito Tião Bocalom terá uma folgada base de apoio na Câmara Municipal de Rio Branco, com quatorze vereadores, prontos para dizer amém a todos os projetos que enviar para votação. Mas o cenário desta nova legislatura é bem diferente da passada, que serviu como um puxadinho da prefeitura e havia raros debates de contestação à gestão municipal. O Bocalom vai enfrentar uma oposição preparada e atuante, formada pelos vereadores Fábio Araújo (MDB), Neném Almeida (MDB), Eber Machado (MDB) e André Kamai (PT). E ainda três vereadores que farão mandatos independentes, e não estarão na base do poder: Elzinha Mendonça (PP), Samir Bestene (PP) e Zé Lopes (Republicanos). Isso leva para uma cenário de que deverá haver no plenário da Casa, intensos debates, contestações, longe, muito longe do silêncio da legislatura passada, em que se ouvia sempre o amém e sim senhor ao poder. O novo cenário é bom para a democracia.
MANDATOS DEGOLADOS
Na legislatura passada da Câmara Municipal de Rio Branco, todos os vereadores que mais colaram as suas imagens na gestão municipal, foram derrotados na eleição. Pode-se apoiar um projeto político, perfeitamente, mas sem abrir mão da liberdade de fazer cobranças quando for necessário. O eleitor – não se engane- acompanha com lupa os mandatos.
SAIU CHICO ENTROU CHICÓ
A grosso modo, o que aconteceu no governo do Gladson, foi uma troca de grupo político: saiu o grupo de familiares a agregados do senador Alan Rick (UB) e entrou o grupo de familiares e agregados do senador Márcio Bittar (UB). É a velha história do saiu o Chico e entrou o Chicó.
NÃO QUER POLEMIZAR
Sobre as mudanças na sua equipe de governo, não se discute ser a prerrogativa do governador Gladson Cameli de nomear e demitir quem bem entender. Tem todo direito de não querer polemizar a demissão dos integrantes do grupo do senador Alan Rick (UB) do governo. Mas ninguém engole a conversa que não houve um fato político que motivou essa degola.
RAIO NÃO CAI NO MESMO LUGAR
Numa segunda-feira, jantaram em Brasília os senadores Márcio Bittar (UB), Alan Rick (UB) e o deputado federal Roberto Duarte. Na terça-feira, jantaram o senador Márcio Bittar (UB) e o governador Gladson Cameli. Na quinta-feira saiu o pacote de demissões da turma do Alan. É muita coincidência. É como um raio cair mais de uma vez no mesmo alvo. Alguma coisa aconteceu. Mas, o Gladson, o único que pode desvendar o mistério, não quer falar sobre o fato. E o mistério sobre o que conversaram o Márcio e o Gladson no jantar vai continuar.
ESCAPOU DE PEGAR GRITO
O Márcio Pereira, o principal tarefeiro político da SEGOV, agiu certo em não aceitar ser coordenador político do prefeito Bocalom. Ia fracassar na sua missão, porque o Boca não escuta ninguém e não ia escapar de levar gritos.
É O QUE SE ESPERA
Na gestão passada do prefeito Tião Bocalom, um dos pontos positivos foi o da limpeza da cidade, principalmente, dos logradouros públicos. Não cabe nenhuma crítica. Espera-se que o novo gestor da pasta seja tão capaz como foi o Joabe Lira, quando comandou o setor.
FOCO NA CHAPA
O MDB – que tinha dois deputados federais, Jéssica Sales e Flaviano Melo – não tem nenhum. O grande desafio do partido é montar uma chapa competitiva para deputado federal, e não se vê movimento forte neste sentido. A impressão que passa é que a atual presidência do MDB, com o Vagner Sales, está mais preocupada em ter a filha Jéssica Sales (MDB) -qualidade não lhe falta – como vice de uma das candidaturas postas até aqui para disputar o governo em 2026.
O QUE É CERTO, SE RECONHECE
Estão acontecendo muitos assaltos na cidade, é um fato. Mas não se pode deixar de reconhecer que a polícia civil tem tido um bom desempenho em elucidar quem praticou os roubos, e prender os marginais. Não está havendo omissão e nem impunidade.
FIXOU LIMITES
Essa confusão, gravação ou não gravação, que resultou na demissão de indicados do senador Alan Rick (UB) no governo, fixou limites: a Mailza será a candidata do grupo do governador Gladson Cameli e o Alan Rick (UB), terá que ir em busca de novos aliados para a disputa do governo em 2026. E o jogo segue.
NÃO MENOSPREZEM
Sem um nome forte para disputar o governo e com dificuldade de montar uma chapa de candidatos a deputado federal competitiva, o Jorge Viana (PT) vai ter que disputar uma vaga de senador apostando no fato de sempre aparecer bem nas pesquisas. Não menosprezem a candidatura do JV ao Senado em 2026, os seus votos vão muito além do muro do PT.
NADA DEFINIDO
Não existe nada definido sobre com quem o MDB fará aliança para o governo, na eleição a acontecer no próximo ano. O MDB é o único partido que não tem dono, todas as decisões passam por um debate na mesa azul do grupo dos cabeças brancas.
ALÉM DAS CITAÇÕES
O senador Alan Rick (UB) não pode ficar restrito a fazer citações bíblicas, como resposta ao golpe político que sofreu, com a demissão do seu pessoal do governo. Tem que se posicionar sobre o que gerou tudo isso. Tem que marcar posição. Não pode ficar citando passagens bíblicas. Houve ou não a gravação? O que foi conversado no jantar com o senador Márcio Bittar (UB)? Isso que se precisa saber. O resto é firula.
NEM SEMPRE
A máquina nem sempre decide eleição. O prefeito Bocalom fez campanha pública para a candidata Thamiris Pinheiro, e ela foi derrotada na eleição para a presidência da Umambr, pelo candidato da oposição Jorge Wenderson, o Nego, que enfrentou o jogo pesado do poder e derrotou. A política é dinâmica.
BRECANDO O DESENVOLVIMENTO
Ou o Lula libera a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas e ignora os entraves colocados pela ministra Marina Silva, ou o seu governo vai ficar atrelado ao radicalismo ambiental e não ao progresso. O Lula está tão devagar nesse terceiro mandato, que acho difícil trombar com a Marina e liberar a exploração.
ATENTAR PARA O FATO
O senador Alan Rick (UB) deve atentar para o fato de não ter recebido uma manifestação de solidariedade dos parlamentares federais do partido e da cúpula nacional. Se não foram solidários com ele agora, vão ficar na eleição? E a pergunta que fica. Outra: vale a pena permanecer num União Brasil, que não é alinhado com ele?
MANDATO CONSOLIDADO
A deputada federal Socorro Neri (PP) se consolidou no mandato. Se vai tentar buscar um mandato de senadora, dependerá muito do cenário de candidaturas que tivermos em 2026.
ANESTESIA GERAL
Em entrevista ao jornalista Astério Moreira na TV-GAZETA, o ex-deputado João Correia- dirigente do MDB- lamentou por os órgãos fiscalizadores terem ficado, na sua visão, “anestesiados” ante a enxurrada de compra de votos na última eleição para prefeitura da capital.
FRASE MARCANTE
“A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos”. Thomas Hardy.