O que levou à degola do grupo do Alan no governo?

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

Foi como uma bomba política. De uma canetada só o governador Gladson Cameli demitiu ontem todo o grupo do senador Alan Rick (UB) que estava em cargo de confiança no governo. Rodaram a irmã, a mãe, o cunhado, o principal assessor e outros indicados do senador. Mas o que está por trás desse sururu? O Gladson não acordou e pensou: vou demitir todo mundo do Alan. Tem gato nessa tuba. Comenta-se que teria sido uma represália por Alan supostamente andar tecendo comentários ofensivos ao governador em conversas em Brasília, por isso o Gladson teria feito questão de assinar as portarias de demissões. É a versão que corre nos corredores palacianos. Mas tudo na base do achismo, sem provas. O senador Alan Rick (UB) disse que nada foi conversado com ele sobre as demissões, não sabe o motivo, mas falou que isso não lhe assusta. “Fizeram isso na disputa do Senado e perderam a eleição para minha candidatura, isso não vai me deter”, disse Alan ontem ao BLOG, antes de pegar o avião para Rio Branco. Pelo que o BLOG ficou sabendo as demissões teriam sido arquitetadas pelo grupo que acompanha as visitas da vice-governadora Mailza Assis, por ela própria, pelo governador Gladson e o senador Márcio Bittar (UB). Bittar teria exigido um cargo no governo e apoio à sua reeleição, para fechar com Mailza, segundo fontes palacianas. Bittar ganhou de presente a nomeação do filho João Paulo para a presidência da FUNTAC, cargo que era da cota do senador Alan Rick (UB). A estratégia é deixar o caminho da Mailza livre dentro do governo para tentar decolar a sua candidatura a governadora. Mailza não estava se sentido à vontade tendo vários integrantes do grupo de Alan, seu adversário, em postos chaves dentro do governo. Está tudo muito obscuro, só Gladson pode colocar luz nesta história, mas ele ficou calado. Essa foi a primeira grande mexida nas pedras do tabuleiro de xadrez da sucessão estadual. As demissões foram comemoradas pelo grupo da vice-governadora Mailza Assis como caminho livre para tocar a sua candidatura a governadora, antecipando a disputa de 2026. Isso mexe internamente no processo, mas não tem nenhuma influência no eleitor.


DIREITA ESTRAÇALHADA


Este cenário, criado pelas demissões dos indicados do senador Alan Rick (UB), mostra que o campo da direita vai entrar estraçalhado na briga pelo Palácio Rio Branco em 2026. A vice-governadora Mailza Assis e o senador Alan Rick (UB) são bolsonaristas e ideologicamente de direita. Morreu qualquer possibilidade de candidatura única do grupo do poder no próximo ano. A esquerda não deve disputar o governo.


O TURCO NÃO É FÁCIL!


O senador Márcio Bittar (UB) não dá prego sem estopa. Conseguiu colocar a nora como secretária de meio ambiente na PMRB, e sua seguidora Charlene Lima como subsecretária. E agora o filho João Paulo para comandar a FUNTAC no governo. O Turco não é fácil! Aos poucos vai colocando os seus em cargos no poder, formando base para a sua reeleição. Tem que agora combinar com o eleitor.


NÃO CHAMEM


Depois da nomeação do filho João Paulo no comando da FUNTAC no lugar da indicada do senador Alan Rick (UB), não chamem o Alan e o Bittar para o mesmo tacacá fervendo, alguém vai sair queimado.


RECADO DO BOCA


O prefeito Tião Bocalom mandou um recado claro que não vai tirar o rancoroso Pastor Paulo Machado da subsecretaria de Educação; e muito pelo contrário, lhe fortaleceu. Machado foi à Brasília participar de uma reunião de secretários municipais. Se o Alysson Bestene quiser assumir a pasta da Educação vai ter que se submeter a aguentar o Paulo Machado fungando no seu cangote e sendo o espião do Bocalom na secretaria.


FICOU SEM CLIMA


Depois da postagem virulenta do Pastor Paulo Machado, da copa e cozinha do Bocalom, contra a família Bestene; acabou o clima do vice-prefeito Alysson Bestene assumir a secretaria municipal de Educação. Se o fizer, desmoraliza a família Bestene. Claro que a postagem foi mostrada antes ao Bocalom, ou alguém duvida?


ÚLTIMO DA FILA


O único não demitido dos assessores do senador Alan Rick (UB) do governo, foi Gemil Júnior, ao qual ficou dois caminhos: ou pede demissão em solidariedade ao Alan; ou rompe com o Alan e fica no cargo. Não se serve a dois senhores.


NÃO MEXE NO CENÁRIO


A lealdade dos deputados estaduais à candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao governo tem prazo de validade: se até o meado de 2026 ela estiver bem nas pesquisas, eles ficam com ela; caso contrário pulam todos na canoa de quem estiver sendo apontado pelas pesquisas como favorito.


DERROTA DE NOVO


O Lula,com todo desgaste, não será fácil de ser batido. As pesquisas mostram. E ainda fez ironia esta semana, dizendo que se o Bolsonaro pudesse ser candidato, o derrotaria de novo. Bolsonaro está inelegível por oito anos, dificilmente, vai reverter.


A CANDIDATA SOU EU


Um deputado da base do governo comentou ontem, sobre a visita da vice-governadora Mailza Assis na ALEAC. “Seu gesto pode ser interpretado como um recado ao deputado Nicolau Júnior (PP), de que a candidata ao governo em 2026 será ela. Ou seja, não quer sombra.


É O QUE VAI DEFINIR


Essa arrumação e degolas de adversários no governo do Gladson, não é o que vai definir a eleição para governador em 2026. As pesquisas sobre as aceitações dos candidatos é que vão modular a campanha. Quem não conseguir decolar nas pesquisas, não tem máquina que empurre o candidato. Não tem outro jogo.


NÃO ERA UM ZÉ MANÉ


A eleição do prefeito Bocalom apoiado pelas máquinas estatal e municipal não é referencial. A máquina do poder ajuda, mas não é decisiva. No caso do Bocalom, é bom lembrar que ele sempre foi bem votado e por pouco não ganhou o governo do PT.


APOIO DE PRIMEIRA HORA


O deputado Pedro Longo (PDT) foi um dos primeiros a declarar apoio à candidatura da vice-governadora Mailza Assis para o governo. “Entendo que a candidatura da Mailza é natural, sabe ouvir opiniões, é ilibada, e será a continuidade do projeto político liderado por Gladson Cameli”, justificou ontem Longo ao BLOG.


ENGANO TOTAL


Será um engano total dos que articularam a degola do grupo do senador Alan Rick (UB) do governo, e pensarem que por isso ele vai recolher o trem da sua candidatura a governador. A sua candidatura é sólida e bem aceita, pelo menos mostram as pesquisas. Será um osso duro de roer.


NUNCA DISCUTA


Aprendi isso com o saudoso e um dos políticos mais sagazes que conheci, o ex-governador Geraldo Mesquita: “Na política, nunca se responde aos ataques vindo do andar de baixo, de quem não tem importância, dos desprezíveis, e sem mandato. Quer palanque. Se tiver que debater, debata com quem está no poder, nunca com o bajulador do poder”. Sábio ensinamento.


NEM TUDO SEM ESPINHOS


O senador Alan Rick (UB) recebeu do Tribunal de Justiça do Acre, hoje (6), a comenda da Ordem do Mérito Judiciário, pela sua contribuição com o Judiciário. Na vida de um político, nem tudo são espinhos.


NÃO FICARÁ CALADO


Pela informação que recebi, o senador Alan Rick (UB) não vai ficar calado, e deve se pronunciar na próxima semana, sobre as demissões de todos os seus indicados. Vamos aguardar.


NÃO HAVERÁ DESCULPA


A vice-governadora Mailza Assis tem toda a máquina do estado trabalhando para sua candidatura à reeleição, dois anos antes do pleito. Se não decolar nas pesquisas não poderá acusar ninguém ou apresentar desculpas. A voz do eleitor é o que vai pesar.


FRASE MARCANTE


“As pessoas são como vinhos; a idade azeda os maus e apura os bons”. Marco Túlio.


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Luis Carlos Moreira Jorge