Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
No Acre o saldo de empregos com carteira assinada em 2024 (janeiro a dezembro) teve um crescimento de 6,28% em relação ao saldo registrado de 2023, segundo os dados do emprego formal divulgados na quinta-feira (30/1) pelo Novo Caged (MTE), que mede o emprego com carteira assinada no país, em 2024 foram gerados 6.519 postos de trabalho contra 4.457 no ano de 2023. O saldo em 2024 apresentou um aumento de 2.062 empregos, variação de 1,8 ponto percentual em relação a variação de 2022/2023 (4,48%).
Com os dados de 2024, o estoque de vínculos celetistas ativos contabilizando no Acre atingiu 110.355 em dezembro, uma variação de 6,28% em relação ao estoque de dezembro do ano anterior, quando foram contabilizados 103.836 vínculos. No gráfico a seguir, constam os dados dos estoques celetistas do Acre desde 2020. Percebe-se que, em 4 anos o estoque cresceu 31,81%, saindo de 91.765 em 2020 para 110.355 celetistas em 2024.
Na tabela acima constam as participações de todos os municípios do Acre no estoque de celetistas. Percebe-se, que apenas 7 municípios concentraram mais de 90% dos celetistas (Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Senador Guiomard, Epitaciolândia Brasiléia e Plácido de Castro), que juntos, possuíam um estoque de 99.478 celetistas do total.
Somente 15,9% da população com mais de 14 anos, tinha carteira assinada no Acre
Estimando-se que 75% da população acreana, em 2024, tinha mais de 14 anos, calculou-se o percentual desse extrato para cada município. Depois, medimos o número de celetista de cada um deles e dividimos pela população maior de 14 anos, chegando a proporção dos celetistas em relação à população maior de 14 anos. No gráfico a seguir, constam a proporção dos celetistas do Acre e de cada município, destacando-se aqueles que estavam acima da média estadual (em verde) e aqueles que estavam abaixo da média estadual (em amarelo).
A proporção estadual ficou em 15,9%, ou seja, os 110.355 celetistas que formavam o estoque do Acre, em dezembro de 2024, correspondiam a 15,9% dos 696 mil acreanos com mais de 14 anos de idade. Somente três municípios detinham uma proporção maior que a média estadual: Rio Branco (25,2%), Bujarí (16,6%) e Plácido de Castro (16,15). Os demais 19 municípios estavam proporcionalmente abaixo da média estadual.
Percebe-se que os municípios isolados apresentam as menores proporções, como era de se esperar. Porém, alguns municípios com economias mais expressivas, como Tarauacá (3,4%) e Mâncio Lima (2,5%), surpreenderam pelas baixas proporcionalidades de celetistas.
No período de 2021 a 2024, o estoque de celetistas do Acre (20,26%), cresceu mais que o do Brasil (12,28%) e o da Região Norte (16,68%).
Os dados demostram que o Acre está acompanhando e até superando, proporcionalmente, a alta dos empregos com carteira assinada em comparação aos indicadores nacional e regional.
No gráfico a seguir constam os crescimentos percentuais, para o período 21/22, dos estoques de celetistas de todos os municípios acreanos. Dez deles (em verde), superaram o percentual de crescimento estadual: Marechal Thaumaturgo, Senador Guiomard, Sena Madureira, Manoel Urbano, Mâncio Lima, Feijó, Plácido de Castro, Epitaciolândia, Brasiléia e Bujari). Outros dez municípios (em amarelo), inclusive Rio Branco, ficaram abaixo do crescimento estadual. Somente dois municípios (em vermelho), Jordão e Santa Rosa apresentaram uma variação negativa, fato que merece um estudo detalhado para saber as causas do decréscimo.
Os empregos com carteira assinada oferecem uma série de benefícios importantes, tanto para os trabalhadores quanto para a economia em geral. Cito aqui, alguns deles: segurança jurídica (férias, 13º salário, FGTS); benefícios sociais (seguro-desemprego, licença-maternidade e aposentadorias); estabilidade e proteção; acesso ao crédito (renda comprovada) e qualificação profissional.
Fica evidente, portanto, que empregos com carteira assinada não só proporcionam uma rede de segurança para os trabalhadores, mas também desempenham um papel vital no fortalecimento da economia local. É importante a criação de políticas públicas para incentivar os agentes econômicos para o exercício dessa prática.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas