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Inovações tecnológicas na energia solar: o que esperar nos próximos anos

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Da redação ac24horas

Imagem de analogicus por Pixabay


A energia solar está em plena ascensão e promete revolucionar o futuro das fontes energéticas. O setor tem se destacado pela sua capacidade de gerar energia limpa e renovável, além pelo avanço tecnológico que vem impulsionando sua expansão global.


Segundo dados da BloombergNEF, em 2023, mais de 40% da eletricidade mundial veio de fontes renováveis, com a solar e a eólica representando 14% desse total. E essa é apenas a ponta do iceberg. Com o crescimento acelerado das inovações, o que podemos esperar nos próximos anos?


Crescimento acelerado e avanços tecnológicos


A energia solar tem mostrado um crescimento expressivo, e os números falam por si. Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o planeta recebe diariamente cerca de 10.000 vezes mais energia do sol do que o mundo consome atualmente, evidenciando o vasto potencial dessa fonte.


Em 2023, houve um aumento de 50% na instalação de sistemas de energia renovável globalmente, com a energia solar representando três quartos desse crescimento. Um relatório recente da ExpressVPN aponta que a China, maior mercado de energia solar do mundo, lidera o setor com a instalação de mais usinas fotovoltaicas em 2023 do que o restante do mundo inteiro no ano anterior, demonstrando o compromisso do país com a transição energética.


No Brasil, a expansão tem sido igualmente significativa. A capacidade instalada de energia solar ultrapassou 46 GW em 2024, como mostram dados da Clima Info, um aumento impressionante em relação aos 37 GW registrados no início do ano.


Para efeito de comparação, em 2019, essa capacidade era de apenas 4,6 GW, evidenciando um crescimento de dez vezes em menos de cinco anos. Segundo Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a geração distribuída, que já responde por dois terços da potência fotovoltaica instalada no Brasil, continuará a impulsionar o crescimento.


“A cada cem contas de luz no país, quatro são abastecidas por energia solar. Na Austrália, são 30”, destaca Koloszuk.


Por isso, especialistas apontam para o imenso potencial ainda a ser explorado no Brasil, especialmente com a queda nos custos de instalação. Ainda, a conscientização crescente sobre os benefícios da energia limpa.


Principais desafios e soluções tecnológicas


Imagem de This_is_Engineering por Pixabay

Apesar dos avanços, a energia solar enfrenta desafios que precisam ser endereçados para garantir sua sustentabilidade e segurança. Entre eles, destacam-se as vulnerabilidades cibernéticas, especialmente em um cenário onde sistemas fotovoltaicos estão cada vez mais conectados à internet.


A ExpressVPN alerta que dispositivos como inversores modernos e sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) são essenciais para a operação eficiente dos sistemas solares, mas também abrem portas para possíveis ataques cibernéticos.


O ataque ao sistema de oleodutos da Colonial Pipeline em 2021 nos EUA ilustra bem esses riscos. Nesse caso, hackers conseguiram interromper o abastecimento de combustíveis em boa parte da costa leste dos Estados Unidos. Para a energia solar, os riscos são semelhantes:


● software desatualizado
● falhas de segurança em dispositivos conectados
● práticas inadequadas de gestão de senhas


São todos pontos fracos que podem ser explorados por invasores. Caso um ataque desse tipo ocorra, ele pode comprometer a geração e distribuição de energia, afetando milhões de consumidores.


Para mitigar esses riscos, é crucial que empresas e governos implementem medidas robustas de segurança cibernética. Isso inclui o uso de senhas fortes, autenticação multifator, criptografia de dados e atualizações regulares de software.


A implementação de VPNs para funcionários que acessam remotamente os sistemas, bem como a realização de auditorias de segurança frequentes, também são estratégias eficazes para proteger essas infraestruturas contra possíveis ataques.


Benefícios econômicos e sociais


Além das inovações tecnológicas, a energia solar tem se destacado por seu potencial de impacto social e econômico. No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que incentiva a geração de energia solar para atender consumidores de baixa renda. O objetivo é substituir o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica pelo Programa Renda Básica Energética (Rebe), que visa garantir o acesso à eletricidade para famílias em situação de vulnerabilidade social.


Estudos indicam que a instalação de sistemas solares em residências de consumidores de baixa renda pode gerar uma economia de até 95% nas contas de energia ao longo dos 25 anos de vida útil dos equipamentos, o que representa uma mudança significativa para essas famílias. Essas iniciativas não apenas reduzem a dependência das famílias de baixa renda de subsídios governamentais, mas também ajudam a democratizar o acesso à energia limpa.


Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cada R$ 1 investido em energia solar gera aproximadamente R$ 3 em benefícios econômicos, incluindo a criação de empregos e o fortalecimento de pequenos negócios locais que prestam serviços de instalação e manutenção.


Isso reflete o papel da energia solar como um motor de inclusão social e desenvolvimento econômico, proporcionando não apenas uma alternativa energética sustentável, mas também uma forma de reduzir custos e melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros.


O futuro da energia solar: o que esperar?


O futuro da energia solar promete ainda mais avanços. Especialistas projetam que até 2025, a energia renovável superará o carvão como principal fonte energética global, com a solar desempenhando um papel central nessa transição. Inovações como o desenvolvimento de painéis solares bifaciais, que captam luz solar de ambos os lados, e a integração de inteligência artificial para otimização da geração de energia estão entre as tendências que devem impulsionar ainda mais o setor.


Além disso, espera-se um aumento significativo na adoção de tecnologias de armazenamento de energia, como baterias de lítio, que permitem armazenar a energia gerada durante o dia para uso noturno, resolvendo um dos principais desafios da energia solar: a intermitência.


A produção de hidrogênio verde, que usa energia solar para dividir a água em hidrogênio e oxigênio, também surge como uma promissora solução para armazenar energia em larga escala, com o potencial de revolucionar setores como transporte e indústria.


Em suma, a energia solar se consolida como uma peça-chave na transição energética global, combinando sustentabilidade, inovação e acessibilidade. Embora existam desafios, como questões de cibersegurança e os altos custos iniciais de instalação, as vantagens são inegáveis. Com o avanço das tecnologias e o crescente apoio de políticas públicas, espera-se que a energia solar se torne cada vez mais presente nas casas, empresas e indústrias ao redor do mundo.


À medida que avançamos para um futuro mais verde, a energia solar não apenas ilumina nossas cidades, mas também simboliza um caminho promissor para um mundo mais sustentável e resiliente. As inovações tecnológicas que vêm sendo desenvolvidas garantem que essa fonte de energia, que já é um dos pilares da transição energética global, continue a expandir sua influência e trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais para as próximas gerações.


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