Menu

EXCLUSIVO

Nabiha acusa Paulo Machado de ser "leva e traz” para Bocalom e que Alysson vai só se queimar

Ex-secretária de Educação aconselha sobrinho Alysson Bestene, cotado a substituí-la: “Se ele me escutar, se conselho de tia servir, eu diria pra ele não aceitar. Porque será a mesma coisa: “o Rei reina, mas não governa”. Ele vai só se queimar. Eles já estão querendo colocar Siclano e Beltrano. Já está um estraçalhaço grande na Secretaria de Educação”
Por Itaan Arruda
O sorriso molda o rosto de Nabiha Bestene com uma facilidade incomum. Ele sempre esteve domando a indignação da Professora, durante duas horas de conversa, enquanto ela lembrava da rotina de “injustiça, desrespeito e ingratidão”: personagens comuns nas intrigas que entram e saem da Secretaria de Educação de Rio Branco na administração de Bocalom.
O leitor perceberá que, apesar do esforço, ela não consegue esconder a cólera. Ao repassar alguns episódios, fala como se estivesse diante do próprio prefeito.
“Se o senhor quiser provas… o senhor vai ter. Porque o senhor já mostrou com sua fala de ódio, de rancor e de mágoa que o senhor já levou para o pessoal. E essa família tem que ser respeitada. Porque nós temos trabalho nesse Estado e nesse Município. Tem que ser respeitado, doa a quem doer”.
O “Professor Paulo” merece passagens variadas em tramas pouco republicanas. Tem até uma passagem famosa sobre um livro de História do Acre. Tem também o Valtim, a esposa do Valtim, o Manuel… o fato é que ninguém engrossou as pernas e a goela há mais de 70 anos nos barrancos de Xapuri para ficar calada. Ao ac24horas, Nabiha Bestene falou.
Ex-secretária denuncia ambiente de intrigas, ilegalidades e nomeações feitas por Bocalom sem nenhuma relação com a Educação. Imagem: Arquivoac24horas

A senhora está se sentindo injustiçada pelo prefeito Bocalom?

Injustiçada, desrespeitada e vítima de ingratidão.

Por quê?

Uma pessoa em sã consciência poderia ter me chamado e ter dito: “muito obrigado pelo seu trabalho, mas eu não vou precisar mais dele”.

Havia clima para voltar?

Eu não queria mais voltar. Quem queria eram os funcionários, os professores. E olhe que no início em recebi rejeição [por parte dos servidores]. Mas eu conquistei essas pessoas. Conquistei com o fazer padagógico. Porque eu sou educadora. Eu sou professora. Só quem vai tirar esse título de professora é Deus quando me levar. Mas, pessoas alheias, que não conhecem a legislação educacional, foram colocadas na secretaria.


Mas a senhora concordava com as decisões dessas pessoas, desautorizadas do ponto de vista educacional.

Eu não concordava.

O que aconteceu que fez com que o prefeito não reconhecesse as conquistas que foram executadas durante sua gestão?

Eu lamento que o prefeito Bocalom goste muito de ouvir o “leva e traz”. Logo que assumi, em uma reunião com secretários, eu levantei e disse: “Prefeito, eu quero lhe fazer um pedido: quando alguém vier aqui lhe dizer alguma coisa, o senhor ouça o outro lado. Eu aprendi isso com Jorge Kalume, quando eu era vereadora [Nabiha foi líder do prefeito Kalume na Câmara de Vereadores pelo PDS, atual Progressistas]. Muitas vezes, eu já percebi que eu peco por ser autêntica. Mas eu não peco por omissão.


Em que contexto essa sua fala foi feita?

Foi logo no início. Logo que assumimos, em uma reunião na prefeitura.

A senhora já foi vítima do “leva e traz” já no início da gestão?

Muito. Eu não faço parte disso. A minha performance é diferente.

Em recente declaração à imprensa local, o prefeito disse: “a turma que roubava era a turma antiga, do PT, e ainda tem uma parte desse grupo lá dentro [da Seme]. Esse movimento é muito ligado àqueles que querem que a Nabiha volte, mas eu não quero a Nabiha de volta”.

Ele demonstrou ódio, rancor. Impressionante. Uma pessoa que sempre o ajudou. Por que esse ódio tanto no coração dele? Prefeito, eu lhe quero bem! Isso faz mal à saúde! Ele age assim porque tem o “leva e traz”.

Quem é o “leva e traz”, Professora?

Todo mundo sabe.

Eu não sei.

É o Paulo Machado [secretário adjunto de Educação]. Não existem aquelas pessoas que, para angariar amizades, a proteção do prefeito, gostam de bajular? Ele despachava no Gabinete Civil. Todo mundo sabe disso. Ele vivia lá. E dizia que “em nome do prefeito, ele agia assim”.


A senhora teve algum problema de natureza técnica com o “Leva e Traz”?

Teve uma vez que eu e minha equipe nos reunimos para fortalecer a Recomposição das Aprendizagens. Foi um trabalho tão bem feito que me foi pedido que daquele trabalho fosse feito um livro. E dois funcionários nossos fizeram sobre a Recomposição das Aprendizagens.
Eu disse para o prefeito: “Prefeito, o senhor sabe o que é ‘Recomposição das Aprendizagens’? É o reforço do conteúdo. Só que hoje tem outro nome. E eu levei pra ele a planilha dos custos dessa publicação. O Paulo, por detrás, disse ao prefeito: “Isso não precisa! Eu vou montar um estúdio onde o pessoal do Multimeios vai fazer as mímicas e dar aula”. Ora, pelo amor de Deus, prefeito! Quem dá aula é o professor, frente e frente. Os recursos didáticos são importantes para subsidiar como instrumento pedagógico. Mas a aula propriamente dita é com o professor, tirando as dúvidas, passando as orientações. Isso aí foi decepcionante.

E o que o prefeito fez?

Ele não acatou. Nós já tínhamos profissionais que queriam fazer essa dobra. Porque eles conhecem na sala quem é que está fraco. E quem está fraco precisa de reforço. Então, se joga para o contraturno. E nós já tínhamos professores que aceitavam. Nós pagaríamos. No final, no mês de agosto, eu encontrei o prefeito e disse que precisava de uma decisão dele naquele dia porque eu queria estar com uma pontuação boa no Ideb. “Faça lá! Faça lá! Mas faça só para os alunos do quinto ano!” Naquela altura, só daria mesmo para o quinto ano. Fizemos o Reforço das Aprendizagens em dois meses e logo depois foi a Prova Brasil. Se nós tivéssemos feito como os educadores da Secretaria de Educação de Rio Branco queriam, nós tínhamos batido Goiânia.
Nabiha lembra das intervenções de Bocalom na Educação que aconteciam sem o aval dela. Imagem: Arquivoac24horas

Apesar de ter conquistado uma parte dos servidores da Educação, a senhora não tinha controle da situação.

Controle em que sentido?


Controle no sentido de que tudo o que fosse planejado deveria ser executado.

Você sabe que a Secretaria de Educação de Rio Branco cresceu muito. Eu fui a única secretária, e isso foi dito por muitos dos servidores, eu fui a única que visitava as escolas. Eu ia sem avisar. Quem deveria fazer isso era o Diretor de Gestão. O professor João fazia isso [João Lima, morto em 2023]. E eu tive que assumir tudo. Inclusive, o credenciamento… nós não conseguimos credenciar…


Teve um outro problema em relação a credenciamento das escolas, não teve?

O prefeito escutou do Paulo… uma portaria que nós colocamos profissionais competentes para trabalhar no credenciamento. O que ele [Prefeito] fez? Trocou a professora Zélia [Diretora de Ensino] que trabalha nos dois conselhos, que tem conhecimento, necessário para fazer o credenciamento, e trocou também a professora Adinete, uma profissional que conhece a nossa rede de ensino, há muito tempo. E botou pessoas como Paulo e o Ramiro, que é um desses eletricistas, que faz serviços de quebra-galho porque é amigo do prefeito. Isso dói! Isso dói no fundo da minha alma e até hoje as escolas não foram credenciadas. Nós estamos na iminência de credenciar. Por quê? Fizeram TAC no passado e a gente teve que cumprir.


Tecnicamente, qual a importância do credenciamento?

É uma necessidade que se tem porque o Conselho Municipal de Educação, que tem as normas para credenciar, só tem uma escola credenciada que foi a Escola Menino Jesus. Não na nossa gestão. Foi na gestão anterior. E eu detectei que foi errado. Tanto que eu fui ao secretário na época, o Cid Ferreira [à época, secretário de Finanças] para tirar uma multa que a Receita Federal estava impondo no valor de 154 mil reais. Por quê? Porque o credenciamento saiu em nome do Conselho Escolar e Conselho Escolar não é dono de escola. A escola é do Município.
E a multa o secretário conseguiu tirar.

E nenhuma a mais foi credenciada?

Nenhuma a mais. Nós estamos na eminência de credenciar umas dez, mais ou menos. Era o meu sonho.

Quer dizer que das 85 escolas de Rio Branco, apenas uma é credenciada?

Oitenta e cinco fora os anexos. A única que tem credenciada precisa recredenciar porque já passou do prazo.

Qual o prejuízo disso?

Eu não assino o TAC. Eu falei para o promotor. “Eu não assino. Eu não deixo para outra pessoa uma responsabilidade minha, como deixaram para nós. Então, isso aí gera problema. Porque o credenciamento requer o aval do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária. Porque as escolas são credenciadas, de acordo com o que exige a legislação.

Eu percebo que o prefeito queria que a senhora fosse uma espécie de “Rainha da Inglaterra”. A senhora seria uma figura política, mas quem conduzia a gestão efetivamente seria outra pessoa. É isso?

Isso foi um erro gravíssimo. Eu não aceitaria nunca será a Rainha da Inglaterra: o rei reina, mas não governa. Tentaram fazer isso comigo. Eu tenho provas. Quando eu assumi, passado uns meses, a esposa do secretário Valtim [Valtim José da Silva, Chefe de Gabinete] foi para a secretaria como Adjunta, que não tinha essa figura. Mas o prefeito pode criar. E foi dado a ela todos os poderes que seriam meus. Eu fiz a consulta na Procuradoria Geral do Município [exibe os documentos]. A Procuradoria deu ciência ao prefeito e ao secretário Valtim. O Valtim, enquanto secretário, me deu prazo de 24 horas para eu esclarecer a consulta.


A própria Procuradoria informou o Chefe de Gabinete sobre uma consulta que a senhora fez para saber se as mudanças propostas estavam de acordo coma lei?

Escute mais. O prefeito me chamou. Fui lá. “Nunca, professora. Ninguém, nenhum secretário nunca me contrapôs”. E eu disse: “Prefeito, eu fiz isso para lhe precaver e a mim também. Porque quem é ordenadora de despesas sou eu. E isso que estão fazendo é algo ilegal”. Porque o “Rei reina, mas não governa”, mas os órgãos de controle vão vir em cima de mim. Depois, essa outra secretária, que não aguentou o rojão, quando chegava o Ministério Público, ela mandava ir atrás de mim.

Uma pessoa com poder, respaldada pelo prefeito, mas que não estava ali para administrar…

E outra coisa. Um defeito muito grande. Me desculpe, Prefeito. Me desculpe. Eu lhe disse certa vez e continuo lhe dizendo: o meu maior fiscal é a minha consciência. O senhor botou o Paulo lá e ele disse para várias pessoas que estava ali para “fiscalizar a Professora Nabiha”. Pelo amor de Deus, prefeito! Eu nunca passei por isso! Eu nunca fuji de desafios.

Quando a senhora percebeu que o prefeito não confiava na senhora, por que a senhora insistiu em permanecer no cargo?

Certa vez, teve uma reunião que nós fomos todos humilhados. E a secretária falou para o marido e ali ele me chamou para uma conversa. Eu logo de imediato entendi. Ela disse que estava se sentindo rejeitada na secretaria… essas picuinhas. E ali nós fomos humilhados. Professora Zélia, uma mulher de 50 anos dedicados à Educação. Professor Rosenato. Professor João Lima. Esse Paulo nem na Diretoria de Ensino ele pisava. Odiava o pessoal do Ensino. Junto com a Professora Gervânia, que nem nomeada foi no Diário Oficial, apenas por uma portaria interna que ele baixou. Isso é inconstitucional. Ela não tem poder para fazer o que ela fez: tirou todos os profissionais e jogou para a sala de aula. E dizem que tudo é “em nome do prefeito Tião Bocalom”. O que eu lamento muito, se o prefeito realmente deu essas condições a essas pessoas. Não estou magoada. Graças a Deus, me sinto como um livramento. A minha consciência está tranquila. Fiz um bom trabalho. Deixei um bom legado, como sempre deixo por onde eu passei. Agora, só lamento ser tipo de picuinhas, de aleivosias.

O pastor Paulo já lhe humilhou?

Muitas vezes. E ainda dizia: “Não me trate como inimigo!”. Eu quero lhe dizer uma das travessuras do Professor Paulo. Ele chegou para mim com um processo dizendo que eu tinha que assinar porque no dia seguinte o prefeito Tião Bocalom iria lançar um livro de História do Acre que seria distribuído nas escolas. Ora! O que é isso? Não é desse jeito. Eu tomei as providências. Disse que iria passar para a Diretoria de Ensino para dar o parecer. Se você vir o parecer da Diretoria de Ensino… o meu nome errado, o prefácio como se eu tivesse escrito, uma série de equívocos.

Errado como? O que havia de equívoco?

Só um exemplo. O livro trazia que aqui no Acre, aqui em Rio Branco, as nossas crianças de periferia teriam um quarto, uma televisão e um notebook para estudar. O que é que é isso!? A Diretoria de Ensino deu a resposta, o Professor Paulo não ficou satisfeito, mandou para a equipe de Gestão, onde estava essa amiguinha dele, Professora Gervânia com o grupo, para eles avaliarem. Mas um material desse quem tem que avalizar é a Diretoria de Ensino. No entanto, eu cortei. Eu sabia o que estava por detrás, daquilo ali. E eu ouvi o prefeito dizer uma vez: “Eu não quero que seja feito só por um historiador!” Se isso viesse a público, isso seria a maior contestação dos professores de História. Isso iria ser uma coisa chata para todo mundo. Eu evitei isso aí. E eu sabia que havia coisas escusas por trás.

O que estava por trás?

Interesses.

De quem? Do Paulo?

Com certeza.

Ligado a quem?

[rindo] Ah… não sei! Não posso te afirmar. Mas todo mundo sabe dessa história do livro. Eu fiz questão de dizer ao prefeito. Ele pegou o telefone. “Paulo, você fez isso?” Como todo político faz, né? Na hora faz aquela cena, liga. E Paulo falou. “Não. Não. Já foi. Não vai sair mais!”


Quanto isso custaria?

Ah… não tenho nem dúvidas (sic). Tinha muita gente por trás.


Eu vou lhe colocar aqui uma informação que eu sei que circula ali na sede da prefeitura. E gostaria que a senhora fizesse uma leitura do problema. E qual é o problema? De que a rejeição de Bocalom ao seu nome guarda relação com um suposto beneficiamento da senhora com uma empresa de computadores do genro do seu irmão.

Seria bom isso ser provado. Foi o seguinte. O Manuel…

Quem é Manuel?

Manuel é da T.I, da confiança do senhor prefeito. Ele fez até intriga com o Cristiano, o rapaz casado com a minha sobrinha na época… quando ele veio com essa conversa… o Cristiano sempre vendeu para órgãos públicos. E eu já dizia: “Eu não quero saber de nada da família”. Eu fui muito clara. O que ele fez? Ele inverteu e foi falar com Cristiano coisas que eu não sei até hoje. Porque eu estava percebendo o Cristiano diferente comigo. E perguntei para o Bestene o que tinha acontecido que o Cristiano tinha mudado. O José Bestene disse: “Não sei. Conversa com ele. Ele deve saber!” Até que nos reaproximamos e ele viu quem era o cidadão. O que aconteceu? O Manuel fez isso para se aproximar do prefeito, e de fato hoje ele é um semideus na secretaria… conclusão: não foi para frente. Outra empresa ganhou. Mas eu tenho arquivos que mostram que o chefe da licitação dizia. “Eh… é genro do deputado Bestene, aquele que tem problema” e uma série de besteiras. A firma, que era no nome da mãe dele, já falecida, entrou com um advogado, e infelizmente foi arrancada uma página do processo pela esposa do senhor Valtim, que era secretária Adjunta. E nem foi ele quem ganhou. Ele foi desclassificado. Eles sempre dão um jeitinho para desclassificar. Sempre tem um jeitinho para desclassificar as coisas. Agora dizer que fui eu…?!!! Eu fui contra!

A senhora também teve atrito com o Gabinete por causa dos notebooks e tablets.

Quando a Prefeitura comprou os notebooks e os tablets, todas as secretarias me pediram emprestado. Eu disse: “Negativo!”. No termo de referência diz que é diretamente para o aluno e para o professor. “Mas tudo é prefeitura”, eles diziam. Negativo. Tem que dar baixa e eu sou a responsável. Então, o prefeito acha que por ser comprado com recursos da Educação que eu podia dar para uma ou outra secretaria. Negativo. Eu fui muito dura. Eu sei porque que eu estou saindo: porque eu não me rendi à vontade deles. É a minha consciência. Eu não preciso que ninguém me fiscalize. Não serão eles que vão manchar a minha imagem. Por isso hoje eu estou aqui. Eu estava na minha casa quando renunciei aos meus afazeres para cuidar da Educação do Município. Não me arrependo. Podem fazer a vasculha que quiserem. Não beneficiei ninguém da minha família e nem coloquei da minha família lá.

Sabe de alguém que colocou?

O secretário Paulo colocou o filho dele lá no almoxarifado. Nepotismo. E desrespeitoso. Quando fui lá, o menino estava sem camisa. Uma diretora foi lá e ele também a recebeu sem camisa. Reclamei. Ele foi chamado atenção pela empresa terceirizada. Filho do pastor que está lá. Então, eles me odeiam porque eu não deixava passar nada errado. É a minha índole. Então, eu sou um empecilho.

As articulações estão conduzindo Alysson Bestene para ser seu substituto. A senhora já conversou com Alysson? O que disse a ele?

Se ele me escutar, se conselho de tia servir, eu diria pra ele não aceitar. Porque será a mesma coisa: “o Rei reina, mas não governa”. Ele vai só se queimar. Eles já estão querendo colocar Siclano e Beltrano. Já está um estraçalhaço grande na Secretaria de Educação. E os parlamentares já estão fazendo visitas. O próprio Samir foi [Samir Bestene, vereador pelo Progressistas].


Quase teve briga, aliás.

Diz que o pastor se levantou, todo autoritário e petulante que ele é… tanto ele quanto a diretora que ele botou se acham… eles têm o status. A Professora Nabiha não é disso. A Professora Nabiha botava o tênis no pé e ia visitar as escolas. Ele lá na secretaria fez isso: agiu de forma agressiva com um representante do povo. Deixa eu te dizer: ele quando foi tirar o conserto dos carros da Metal Diesel ele veio com a desculpa de que o “Senhor Bestene mandou consertar o carro dele lá”. Quando o Bestene tomou conhecimento disso, esperou por ele para exigir que ele provasse. Até hoje não provou. Foram os funcionários que contaram ao Bestene.


Deixa eu ver se entendi: o Professor Paulo afirmou que o José Bestene estava usando uma oficina que prestava serviços para a secretaria para fazer conserto do carro particular.

Imagina uma coisa dessas! Isso para justificar a mudança que ele fez com a Dalcar. Eu detectei na Dalcar coisas duplicadas. O controle interno me mostrava e eu ia em cima. Então, meu querido, eu tenho muita coisa desse prefeito. Se o senhor quiser provas… o senhor vai ter. Porque o senhor já mostrou com sua fala de ódio, de rancor e de mágoa que o senhor já levou para o pessoal. E essa família tem que ser respeitada. Porque nós temos trabalho nesse Estado e nesse Município. Tem que ser respeitado doa a quem doer. O senhor pediu provas. Eu só ia lá quando eu não conseguia resolver. O senhor se lembra o que o senhor dizia? “Isso é coisa sua com o Paulo!” Engano. Quantas vezes eu lhe dizia: “Prefeito, eu não sou ingênua!”

Para terminar, professora, o processo seletivo que tanto desgaste trouxe à senhora. O que houve?

O processo seletivo [de mediadores e professores]… nós fizemos duas consultas à PGM. Eu tenho as provas de tudo o que nós fizemos. Eu baixei uma portaria, escolhendo os profissionais que eu confiava, que eu confio. O que aconteceu? O Paulo, em comum acordo com Gervânia, falaram para o Valtim que eu botei umas pessoas para ganhar dezessete mil reais. Ora, qual o profissional que vai fazer um trabalho e não vai cobrar? Nós não convidamos empresas de fora, não. E nenhum concurso que a equipe da Professora Nabiha fez foi escândalo. Nunca. Pode procurar. Porque eu contava a dedo quem eram as pessoas da minha confiança. Teve uma determinada pessoa que levou quatro currículos e tentou empurrar e foi negada. Daí o ódio comigo por conta disso. Aí foram dizer que eu só botava quem eu queria, que eu apadrinhada. Não tem nada disso. As pessoas idôneas que a gente conhece pelo caráter, pela postura, a gente escolhe a dedo.


Mas onde que está o atrito com…

Espere aí… deixa eu terminar. Com sete dias, o prefeito me liga. “Professora, como é que a senhora vai fazer um concurso se a gente vai chamar o nosso?” Eu disse: “Prefeito, me ouça! Esse concurso é um concurso provisório. Se uma professora grávida, que tem o direito de se afastar, fizer valer o direito dela quem é que nós vamos colocar? Não é o efetivo, que o senhor fez. É o provisório. Para isso existe um banco. E isso, prefeito, vai ser um escândalo porque vai cair em plena campanha eleitoral. Disse tudo isso pra ele. Mas ele estava cego. Ele não queria ver. Ele via, mas não enxergava. Ele pegou e derrubou a minha portaria. Os diretores estavam sofrendo nas escolas com falta de profissionais. Não venham dizer que foi sanado porque não foi não. As escolas estavam sem esses profissionais. Eram 547. Disseram que o erro foi nosso. Não foi nosso. Nós temos provas [ergue documentos] de que o erro partiu deles.

Partiu do Gabinete.

Partiu deles… do Gabinete Civil com ele. Eram 547. O Recursos Humanos levantou e nós dissemos: “Vamos ter que fazer”. Vieram me perguntar se eu não queria processá-los. Eu disse que não. Sou defensora da teoria de que o Mal por si só se destrói. Eu acredito muito na lei do retorno.
Picture of Itaan Arruda

Itaan Arruda

Jornalista, apresentador do programa de rádio na web Jirau, do programa Gazeta em Manchete, na TV Gazeta, e redator do site ac24horas.


Participe do grupo e receba as principais notícias na palma da sua mão.


Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.


Compartilhe:

CONTEÚDO EXCLUSIVO PARA ASSINANTES

Conteúdo Exclusivo do ac24horas por apenas:

R$ 1,90*(nos 3 primeiros meses)
após esse período
R$ 9,90/mês