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Oito vereadores descartam e seis se dizem abertos ao “diálogo” para ser líder de Bocalom

Por
Saimo Martins

A escolha do novo líder da prefeitura de Rio Branco na Câmara Municipal tem gerado divergências. Boa parte dos vereadores entrevistados pelo ac24horas afirmaram que não aceitariam a missão de defender a gestão de Tião Bocalom (PL) no parlamento a partir do dia 4 de fevereiro, quando se inicia a nova legislatura, eleita em outubro do ano passado.


A reportagem apurou, por meio de fontes nos bastidores, que a gestão sondou o vereador João Paulo Silva (Podemos) para a função, mas as negociações não avançaram. Com isso, outros dois nomes aparecem como favoritos para assumir a liderança deixada pelo ex-vereador e atual secretário de Assistência Social do município, João Marcos Luz, que não foi reeleito pelo PL: os vereadores Antônio Moraes (PL) e Rutênio Sá (União Brasil).


Dos 21 vereadores eleitos para o quadriênio, 8 descartaram a possibilidade de assumir a liderança do prefeito. Entre eles, Márcio Mustafá (PSDB) justificou a recusa afirmando que ainda precisa aprender mais sobre o funcionamento do parlamento. “Para ser líder do prefeito, tem que ter muita afinidade com ele. Sou vereador de primeiro mandato, preciso aprender muito”, disse Mustafá.


O vereador Rutênio Sá (União) disse que não tem nenhum interesse em ser líder de Bocalom na Câmara Municipal. “Não tenho interesse”. Já o parlamentar Joaquim Florêncio (PL) também negou a possibilidade, mas fez questão de indicar o veterano Antônio Moraes para a função. “Não. Quem vai ser líder do prefeito é o Moraes, e minha indicação é dele pela experiência de quatro mandatos. Ele é o cara”, afirmou.


O vereador Zé Lopes (Republicanos) foi categórico ao descartar a possibilidade de assumir a liderança do prefeito Tião Bocalom (PL) na Câmara Municipal de Rio Branco. Além de negar o cargo, ele deixou claro que não pretende compor a base governista. “Não pretendo ser da base, muito menos ser líder do prefeito”, afirmou. A vereadora Elzinha Mendonça (PP), do partido do vice-prefeito Alysson Bestene, também foi enfática ao rejeitar qualquer possibilidade de assumir a função. “Não, não, não”, disse.


Outro nome que chegou a integrar a base governista no primeiro mandato e deve permanecer no segundo, o vereador Samir Bestene (PP), também afastou a hipótese de liderar a gestão na Casa Legislativa. Já o vereador João Paulo Silva (Podemos) justificou sua recusa alegando falta de experiência para assumir um cargo de articulação política. “Para ser líder, tem que ter experiência no parlamento e nas articulações políticas. Como ainda estou aprendendo, não seria uma boa escolha para o prefeito”, comentou.


O vereador Matheus Paiva (União) afirmou que não recebeu convites para a liderança. Leôncio Castro (PSDB), Felipe Tchê (PP) e Joabe Lira (União) estão descartados por assumirem cargos importantes na Mesa Diretora.


Abertos ao diálogo

Seis vereadores entrevistados pelo ac24horas afirmaram que estão abertos ao diálogo com a gestão municipal e não descartam assumir a liderança do prefeito Tião Bocalom (PL) na Câmara, caso haja uma conversa prévia. O vereador Bruno Moraes (PP) destacou que ainda não houve sondagem oficial, mas não descarta a possibilidade. “Tudo é questão de diálogo. Vão ter muitas ações, e acredito que o Executivo pode crescer. Não houve sondagem, mas não me privaria de uma conversa. Só decidiria se aceito ou não após o diálogo, porque não sei se teria autonomia. A liderança é complicada. Hoje, não diria nem, sim, nem não, mas ainda não sei”, afirmou.


Com vasta experiência na Casa Legislativa, o vereador Antônio Moraes (PL) disse que não foi convidado, mas demonstrou disposição para debater o tema. “Vamos ver, mas não fui convidado”, ressaltou.


O ex-presidente da Câmara, vereador Raimundo Neném (PL), afirmou que está à disposição do prefeito. “Se o Bocalom achar que tem que ser um líder do PL e quiser conversar com os vereadores do partido, são três nomes, né? Eu sou da gestão, sou do partido dele, e, se ele precisar de algum vereador, no caso eu, estou à disposição para contribuir. É claro que ser líder não é fácil, mas podemos conversar”, garantiu.


Além disso, o vereador Moacir Júnior (Solidariedade) também se mostrou receptivo ao diálogo, mas afirmou que ainda não foi procurado. “A prefeitura ainda não teve nenhum contato comigo sobre esse possível convite. No momento, estamos aguardando a conversa para a composição da base e as tratativas para a escolha do líder. Ser líder é uma função importante. Caso o convite venha, estamos abertos ao diálogo e dispostos a contribuir”, disse. Já a vereadora Lucilene Vale (PP) afirmou que aceitaria o desafio de liderar a base governista. “Com certeza aceitaria esse desafio. A gente vai ser base, né? Com certeza estaremos junto com o nosso prefeito, unidos para trabalhar da melhor forma para a população de Rio Branco”, declarou.


O vereador Aiache (PP) também se mostrou aberto à possibilidade. “O parlamento é o lugar do diálogo. Com diálogo e com a perspectiva do que o prefeito tem a apresentar, estamos para conversar. Nunca dizemos um não definitivo, nem um sim definitivo. Tudo depende do diálogo”, afirmou.


Os vereadores de oposição André Kamai (PT), Éber Machado (MDB), Fábio Araújo (MDB) e Neném Almeida (MDB) não foram consultados, uma vez que já se posicionaram como opositores declarados à gestão de Bocalom.


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Saimo Martins