Pais de crianças com o Espectro do Transtorno Autista (TEA) estão preocupados com o anúncio da suspensão do contrato da prefeitura de Tarauacá com o Centro de Tratamento de Integração Sensorial (Centrin).
A reportagem do ac24horas teve acesso a depoimentos de pais que têm filhos atendidos no local. “O que a gente sabe é que o cancelamento será imediato. Nossa preocupação é que esteja sendo tratado de forma técnica e com a maior brevidade possível. A gente como pai sabe que uma interrupção, por menor que seja, causa um prejuízo enorme em nossos filhos”, afirma um dos pais.
Rodineia Guilherme, presidente da Associação de Famílias e Amigos de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (AFAT) de Tarauacá, também menciona preocupação.
“Já era esperado ter essa mudança, o que precisamos é que todos os pais se unam para que nossos filhos não sejam prejudicados, o que queremos apenas são os direitos e garantias para os nossos filhos que estão na lei e isso precisa ser respeitado”, afirma.
A reportagem procurou o prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, que confirmou que o contrato com o Centrin será cancelado, mas explicou que a decisão é uma recomendação do Ministério Público.
“Infelizmente nós temos um parecer do Ministério Público colocando que o Centrin, no formato que ele está funcionando, não tem como ter contrato com o poder público porque não tem que ser precificado cada atendimento. Hoje, o contrato recebe um valor fixo, independente da quantidade de crianças que atende ou não e independente da quantidade de profissionais que estejam à disposição. Só para você ter ideia, atualmente, o Centrin, que era para ter terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e psiquiatra infantil, só dispõe de um fonoaudiólogo que não atende a demanda e cinco psicólogos. Nós não estamos querendo ser contra Centrin, é o Ministério Público que colocou que se a gente pagar, eu vou recorrer em crime de improbidade administrativa”, disse Damasceno.