Com parte do secretariado revelada na sexta-feira (3), o prefeito Tião Bocalom (PL) concedeu, na manhã deste sábado (4), uma entrevista coletiva para detalhar suas expectativas para o segundo mandato à frente da Prefeitura de Rio Branco. As nomeações foram oficializadas em uma edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE). Entre as mudanças, destaca-se a substituição da atual secretária de Educação, Nabiha Bestene, pelo secretário adjunto José Paulo de Paula Machado, interinamente.
A lista também inclui a nomeação do ex-vereador João Marcus Luz para a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, figura que já protagonizou embates com grupos minoritários e o Ministério Público, instituição que atua como guardiã dos direitos humanos.
Outro nome que chamou atenção foi o de Flaviane Agustini Stedille, nora do senador Márcio Bittar, indicada para a Secretaria de Meio Ambiente. Engenheira petroquímica, Flaviane está diretamente vinculada a um setor frequentemente criticado por ambientalistas. Sua ligação com Márcio Bittar, senador conhecido por sua postura crítica em relação à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também gerou repercussão.
Tião Bocalom destacou que seu principal objetivo foi manter a equipe que vem funcionando bem. “Uma mostra do que a gente quer preparar, que nós queremos preparar uma equipe, né, e não fazer tantas mudanças. Isso é o que a gente está demonstrando hoje aqui, né, na nomeação desse secretário. Estamos, neste momento, apresentando nomes, né, denominações de, nem de todos ainda, ainda faltam algumas partes a serem concluídas”, pontuou.
Sobre as especulações em torno das mudanças, Bocalom foi enfático: “Se a população nos deu uma vitória de 55% no primeiro turno, então mostra que a população estava contente com a gestão”. Segundo ele, “aquilo que está dando certo não se mexe”, e a proposta é manter os acertos, especialmente nas pastas que já mostraram bons resultados.
Ao ser questionado sobre a não nomeação de Nabiha Bestene, Bocalom desconversou. “Bom, primeiro de tudo, quero dizer que ninguém saiu até agora, porque todas as pastas não foram montadas. Então, qualquer conversa nesse sentido é meramente especulação. Bom, todos que estão fora podem ainda retornar. Acontece que nós temos pastas ainda vazias e que estamos avaliando o que a gente vai fazer com cada um”, pontuou.
Em relação a diminuição da participação da família Bestene na Prefeitura mesmo com a eleição de Alysson Bestene, vice-prefeito de Rio Branco, Bocalom foi claro ao afirmar que não se importa com especulações sobre a política de sua administração. “Olha, eu não comento especulação. O choro do surubim é normal”, disse. Quando questionado sobre quem seria o “surubim”, o prefeito respondeu: “Os que choram”, e completou: “Eu faço aquilo que eu acho que devo fazer. Não sou piolho que anda pela cabeça dos outros. Eu ando pelos meus caminhos, os caminhos que eu acredito que são os caminhos verdadeiros”, ressaltou.
Bocalom também destacou que as escolhas feitas para o secretariado têm um propósito claro de dar continuidade ao trabalho que vem dando certo, sem pressa de mudanças. “Devagarzinho a gente vai fazendo, não tenho nem pressa nenhuma em fazer as coisas de qualquer jeito”, afirmou.
Ao ser questionado sobre o espaço destinado aos partidos em sua gestão, o prefeito foi enfático. “Eu não trato partidos. Eu não divido a gestão com partidos como muita gente faz. Eu chamo as pessoas de acordo com a capacidade de cada uma e do jeito que acho que elas vão dar resultado no trabalho”, pontuou.
Bocalom ressaltou que, apesar de sua gestão incluir alguns acordos políticos, como o caso do União Brasil, com Rennan Biths na Saúde, sua prioridade continua sendo o trabalho técnico. “Não tem Partido A, Partido B, com exceção do União Brasil. Foi um acordo para que o PP estivesse dentro da gestão, mas eu não entrego secretarias para partidos fazerem o que quiserem. Isso não existe, eu não vou aceitar jamais”, afirmou.
Bocalom reforçou que sua gestão é focada em resultados e que eventuais ajustes serão feitos caso os objetivos não sejam alcançados: “Eu não olho para a chateação de A ou de B, eu olho para a chateação da população. Eu não quero trabalho malfeito. Quero o trabalho o mais bem feito possível. Todos os colaboradores, seja quem está agora ou quem virá, serão cobrados por resultados”, comentou.
Quando perguntado sobre o papel do Progressistas em sua gestão, representado apenas pela participação do vice-prefeito Alysson Bestene, Bocalom disparou: “Não vou discutir essas coisas. O trabalho em si está acima de resultado, e eu quero resultado, acabou”, pontuou.
Ao ser questionado sobre a criação da Secretaria da Mulher e temas envolvendo minorias, Bocalom afirmou que pretende tratar todas as questões com respeito e equilíbrio. Ele destacou que a secretaria será simbólica e terá um papel importante, mas não desconversou sobre a possibilidade de sua esposa, Kelen Nunes, assumir o cargo.
“Não, eu acho que deixa criar a primeira secretaria e depois a gente vê quem é que a gente coloca. Já disse, é uma secretaria fundamental porque vai tratar da juventude, vai tratar da mulher e vai tratar da família. É uma secretaria simbólica, muito simbólica. E a gente precisa ter realmente uma pessoa que expresse tudo isso. Que possa dialogar bem com a juventude, que possa dialogar bem com o segmento das mulheres e que possa dialogar bem com a questão da família”, pontuou.
Ainda sobre o tema, o prefeito rechaçou críticas de que sua gestão teria problemas com minorias. “Nossa gestão nunca teve problema com minorias. Sempre tratamos todo mundo igual. O João [Marcus Luz, secretário de Assistência Social] é uma pessoa inteligente e vai saber lidar muito bem com todos, sem nenhum problema. Aliás, ele tem uma quantidade enorme de amigos que são homossexuais. Qual o problema? Eu também tenho. E tratá-los com o maior carinho e respeito”, disse o prefeito.
Bocalom também abordou as mudanças no secretariado, afirmando que as decisões são tomadas com foco na eficiência. Sobre a exclusão de alguns nomes mencionados na imprensa, como o de Sheila Andrade, ex-secretária de Saúde, o gestor desconversou. “Não tem só ela, tem outras pessoas também. Eu já disse, não vou trabalhar por esses critérios. Todos que foram candidatos e mais votados serão, de alguma forma, aproveitados dentro da gestão”, pontuou.
Durante a entrevista ao vivo, o secretário adjunto de Educação, Paulo Machado, negou especulações sobre possíveis conflitos ou tentativas de tomada de poder envolvendo a ex-secretária Nabiha Bestene, cuja saída ainda não foi oficializada. Machado afirmou que a situação é resultado de uma reorganização administrativa promovida pelo prefeito Tião Bocalom, especialmente em relação ao orçamento municipal. “Isso é tudo especulação, não existe nenhuma instabilidade de relacionamento. Isso não existe”, declarou.
Questionado sobre assumir a titularidade da secretaria, Paulo descartou a possibilidade, destacando que considera o peso do cargo maior do que o desejado. “Não, eu acho que não. Eu acho que o peso é maior”, pontuou.
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