No Acre, pacientes confundem sintomas de Covid-19 e muitos idosos resistem à vacinação

Entre o final de 2024 e início de 2025, a médica Dra. Kátia Campos, especialista em geriatria e saúde da família, trouxe à tona uma preocupação crescente com o crescimento de casos da Covid-19 no Acre, que acabou viralizando nas redes sociais. Durante sua participação no programa Médico 24 horas, exibido ao vivo pelo ac24horas nesta quinta-feira, 2, a médica compartilhou sua experiência ao atender pacientes infectados pelo vírus, destacando sintomas mais brandos e atípicos que têm sido observados nesta nova onda.

Dra. Kátia explicou que, ao longo de um plantão na Unimed, muitos pacientes chegavam com sintomas leves, como diarreia, dor abdominal e, eventualmente, sintomas respiratórios discretos, como tosse e coriza. “Eles começavam com 48 horas de sintomas e, já no meio desse período, apresentavam um quadro de coriza, uma tosse muito discreta. Eu conversava com eles e sugeria: ‘Vamos fazer a testagem?’ Aí eles perguntavam: ‘Mas, doutora, será que é Covid?’ E eu respondia: Vamos fazer. Fiquei bastante impressionada com os resultados. Como trabalhei por 12 horas no plantão, consegui acompanhar o retorno desses pacientes com os exames, e eles voltavam positivos. Eles chegavam dizendo: ‘Doutora, é Covid-19 mesmo”, relatou.

A médica enfatizou também o aumento da incidência entre os idosos, que têm se mostrado mais resistentes à imunização. “A grande preocupação é com os pacientes mais velhos, que enfrentam mais complicações devido às comorbidades já existentes”, explicou a Dra. Kátia. Ela alertou ainda sobre a importância da prevenção, recomendando o uso de máscara em aglomerações, principalmente para aqueles que convivem com idosos e crianças pequenas.

Durante o bate-papo, a médica revelou uma resistência à vacina, especialmente entre os idosos e jovens, e a falta de imunização adequada como um dos fatores que contribuem para o crescimento dos casos. “E não é só os pacientes idosos, os pacientes mais jovens também. O que eu percebi no plantão da Unimed. Quando eu perguntava, eu sempre perguntava quantas doses de vacina esse paciente tinha feito. Tinha uma dose, duas doses, no máximo. E o que a gente observa é a orientação da sociedade brasileira de imunização. Hoje nós temos mais imunidade contra o Covid-19 a partir da terceira dose de vacina. E a gente hoje percebe pessoas com poucas doses de vacina. Então, eu vi poucos pacientes que eu atendi que tinham mais de três doses”, destacou.

Ela destacou que a vacina, embora não previna a infecção, impede o desenvolvimento de complicações graves, especialmente em pessoas com doenças crônicas. “A imunização é fundamental para evitar que o quadro evolua para algo mais sério, como uma síndrome febril aguda”, explicou.

A médica também abordou as dúvidas sobre o cronograma de vacinação, esclarecendo que os pacientes com Covid-19 devem aguardar 30 dias após a resolução do quadro para se vacinarem novamente, para garantir que a imunização seja eficaz.

Segundo ela, pacientes têm testado positivo para Covid-19 apenas 24 horas após o início dos sintomas, indicando a necessidade de testagem rápida. “Hoje, não esperamos mais três ou quatro dias para realizar o teste. Se o paciente apresentar sintomas, mesmo leves, deve procurar uma unidade básica de saúde ou uma UPA imediatamente para realizar a testagem e iniciar o tratamento adequado,” destacou a médica.

A médica alertou para o cuidado redobrado com idosos e crianças diante da nova cepa da Covid-19. Pacientes idosos com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes ou cardiopatias, têm maior risco de complicações graves, como pneumonia bacteriana, especialmente se não estiverem imunizados. “Esses pacientes podem descompensar e evoluir para quadros mais preocupantes”, destacou a Dra. Kátia Campos.

Segundo ela, paralelamente, crianças também têm apresentado casos positivos, frequentemente acompanhados de sintomas gripais ou gastrointestinais. “E você sabe bem que os profissionais da pediatria, lá do PNA Pediátrico, relataram que as crianças também estão testando positivo. Então, a gente também tem que ficar atento. Então, se tem um pai, uma mãe positivo, é importante você testar seu filho”, destacou.

No bate-papo, a Dra. Kátia Campos comentou sobre o vídeo que acabou viralizando nas redes sociais, onde ela abordava o aumento no número de casos. “Eu percebi que realmente não estava se falando nada sobre esse assunto do Covid. Já faz algumas semanas que estávamos notando o aumento de casos. Saí daquele plantão com vontade de compartilhar, principalmente com amigos e colegas médicos. Muitos deles compartilharam o vídeo e comentaram: ‘Gente, vamos ficar atentos a esse aumento de casos.’ No meu direct, vários colegas plantonistas da UPA me disseram: ‘Doutora, está bombando mesmo. Há um aumento significativo de casos, com sintomas diferenciados e tudo mais”, afirmou.

ASSISTA AO VÍDEO: