Parte dos vereadores de Rio Branco pode não comparecer à sessão extraordinária que deve ser convocada pelo prefeito Tião Bocalom para votar o projeto de lei que propõe a redução da taxa de lixo para igrejas. Muitos parlamentares estão fora da cidade devido ao recesso e viagens de fim de ano.
Enquanto isso, moradores de áreas periféricas de Rio Branco têm expressado insatisfação com a lama causada pelas intensas chuvas típicas do período de inverno amazônico. Após o encerramento das eleições, a expectativa dos moradores é de melhorias, mas apenas no próximo verão.
Hoje é feriado municipal, data em que se comemora o aniversário da cidade de Rio Branco. Historiadores de esquerda questionam e apontam outros marcos. 28 de dezembro é a data reconhecida pelos poderes municipal e estadual.
A data lembra a fundação do Seringal Empreza, em 1882. O povoado que surgiu em torno do seringal foi batizado de Vila Rio Branco em 22 de agosto de 1904. São 142 anos de existência da capital de todos os acreanos.
O historiador Marcus Vinicius lembra que no dia 7 de setembro de 1904, o general Cunha Matos elevou o povoado Volta da Empreza à categoria de Vila Rio Branco. Argumenta ainda que no dia 13 de julho de 1909 foi decretada a criação da cidade de Penápolis, hoje o primeiro Distrito de Rio Branco.
A verdade é que o Acre tem heróis para todos os gostos e todas as frentes políticas. Direita, esquerda, centro-direita e por aí vai. Por esse pedaço de chão já tivemos até um presidente da República. Como é final de ano, melhor é parafrasear Martinho da Vila e deixar a vida nos levar.
Os mais intelectuais não venham com reflexões baseadas no pensamento de Nietzsche. O alemão confronta o corolário “deixa a vida me levar” com a ideia de que a vida conclama uma dinâmica de construção e de superação constante. Vida, força, resistência, superação. Como o editor caprichou na filosofia!
O problema para a eleição de Joabe à presidência da Câmara passa pela possibilidade da casa se tornar um “puxadinho” da prefeitura. O ruim é que Joabe é traído pelas próprias palavras. Quando senta para negociar o voto dos outros vereadores, só fala na terceira pessoa, se comportando como se ainda fosse um secretário de Bocalom. Aí é de lascar…
Não vai ser por falta de novidade que a Câmara de Vereadores não vai ser mais atuante a partir do dia 1º. Dos 21 eleitos, 10 são caras novas na política e nunca exerceram mandatos. Só resta saber se não vão ser apenas aqueles produtos onde a embalagem muda, mas o conteúdo continua o mesmo.
Falando em novidades, no interior, a expectativa gira em torno de Feijó e Xapuri. Delegado Railson e Masxuel Maia são realmente novidades, já que nunca exerceram mandatos nem no legislativo. As duas cidades, maltratadas pelas atuais gestões, “respiram” esperança de dias melhores. É aguardar para ver.
Nem pense o leitor em convidar Samir e José Bestene para tomar tacacá na mesma cuia de Alysson, o vice-prefeito diplomado de Rio Branco. Pai e filho estão (para manter o decoro da coluna) “muito chateados” com a postura submissa de Alysson em relação a Bocalom.
O entendimento de Samir e José Bestene é que Alysson está se deixando conduzir, sem nenhum brio, nos trabalhos de bastidores das articulações políticas. Nesse processo da eleição da Mesa Diretora, no entendimento do vereador e do pai dele, Alysson poderia ter defendido mais o lado da corda do Progressistas. Mas Alysson, além do silêncio, ofereceu os argumentos de Bocalom para tudo. A insatisfação é muito grande. Frisa-se: muito.
Um dia, Alysson Bestene vai entender que fidelidade e lealdade não significam, obrigatoriamente, ser submisso.
No nível do perguntar não ofende: o que foi feito do Sinteac, hein?
“Eu continuo candidata a presidente da Câmara”. A fala da vereadora reeleita pelo Progressistas, Elzinha Mendonça, mostra que ainda há o que se fazer para acalmar os ânimos entre Executivo e Legislativo na capital. Na quinta-feira (26), houve uma tensa reunião na sede do partido.
Quando abordado sobre a “legitimidade” de os seis vereadores eleitos pelo Progressistas pleitearem o mais alto cargo da Casa, Lívio Veras (vice-presidente da sigla) rebate em tom protocolar. “Legítimo é procurar fortalecer a aliança entre Progressistas, União Brasil e PL”.
Um detalhe que a coluna precisa informar ao leitor para que se entenda as tramas intrincadas dessa disputa da corte. Joabe Lira não engoliu o fato de não ter sido escolhido vice-prefeito na chapa de Bocalom. A verdade (que nunca será admitida diante das câmeras) é esta. Portanto, quando Joabe cruza com Alysson em alguma esquina da cidade, rosna baixo, quase ninguém ouve. Mas a raiva está ali, domada. Alysson, que nada fala e nada parece enxergar, segue silencioso.
Bocalom tem ciência dessa lealdade de Joabe não refletida na formação da chapa vitoriosa. A defesa de Lira para a presidência da Mesa Diretora é uma forma de compensar não apenas o amigo, mas a sede nunca satisfeita do União Brasil que tem o faminto “Rueda” como sobrenome.
Há uma infantilidade desenhada: é o Progressistas pleitear também a primeira-secretaria, com o nome do vereador Bruno Moraes. Isso beira o abuso, caso seja fato.
O Progressistas teve, com os seis vereadores eleitos, 42 mil votos na capital
Uma pena pelos que partiram desta para melhor ou, infelizmente para pior. Foi um ano…
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