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Sem inovações, reality shows saturaram o público da TV aberta em 2024

BBB 24 Imagem: Reprodução/Globoplay
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2024 foi um ano movimentado para fãs de reality shows –mas passou longe de ser bom suficiente. Entre o cansativo favoritismo e as dinâmicas confusas, cada um dos programas “da vida real” da TV aberta teve um defeito para chamar de seu. Se antes o formato era a âncora das emissoras em questão de audiência, hoje elas precisam se virar nos 30 para tentar inovar e segurar o público.


Tentativas, é claro, não faltaram –o que também acabou sendo um problema. O ano ficou marcado por uma overdose desnecessária de realities, que fizeram os telespectadores chegarem a dezembro quase que sem fôlego.


O ano começou com a 24ª edição do Big Brother Brasil, que tinha como missão se redimir de duas temporadas bem fracas. Apesar das baixas expectativas, o BBB 24 foi capaz de retomar um ritmo que não se via desde a final em que Juliette Freire se sagrou campeã.

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Seu maior trunfo, porém, também foi o motivo do seu fiasco. Há alguns anos, o favoritismo exacerbado tem estragado a experiência de muitos telespectadores quando o assunto é Big Brother, e neste ano não foi diferente.


Davi Brito foi, de fato, o personagem do ano, só que sua ascensão foi tão rápida quanto sua queda. Se no BBB ele sustentou a história do herói menosprezado, fora da casa ele desistiu do sonho de ser médico e mostrou outro faceta voltada para polêmicas.


O BBB 24, apesar de ter se segurado, de certa maneira, em termos de audiência, demonstrou que pecou em conteúdo e não se sustentou para além dos 100 dias de confinamento.


Os grandes desastres


Logo depois do Big Brother, o público foi contemplado com a segunda edição de A Grande Conquista –considerado o grande fracasso do ano da Record. Mesmo no horário nobre da emissora, o programa chegou a ter uma audiência menor do que o Hoje Em Dia, que passa na faixa da manhã.


Confuso e sem grandes personagens, o reality foi uma das grandes contribuições para a overdose do formato para o público. Cansativo, não gerou o engajamento esperado, e ainda tentou lançar Rachel Sheherazade como apresentadora –o que não, no fim das contas, não agradou.


O fracasso pode se equiparar ao recém-chegado Estrela da Casa. Se a Globo achou que poderia cantar vitória com o BBB, o programa de Ana Clara Lima destruiu todas as chances da emissora de sair por cima da carne seca.


Em termos financeiros, o Estrela entregou o que devia –a expectativa foi tão alta para o ambicioso projeto que as cotas de patrocínio acabaram vendidas rapidamente. A execução, porém, foi um fiasco do começo ao fim.


Mistura de BBB com The Voice, o programa uniu dinâmicas confusas a um formato pouco inovador, reutilizando a casa do próprio Big Brother e trazendo provas parecidas com as do reality consagrado, e não conquistou o público. Alguém aqui se lembra de algum participante do programa além do campeão Lucca e do casal Unna X e Matheus Torres?


A audiência baixa se arrastou durante os três meses de programa, e o fracasso foi decisivo para a saída do diretor J. B. Oliveira, o Boninho, da emissora onde trabalhou por 40 anos.


O mesmo de sempre


Para quem ainda lembra, a Band também tem um reality show para chamar de seu. O MasterChef, em 2024, seguiu com uma nova temporada de cozinheiros amadores e também entrou para o mundo da confeitaria.

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O programa, porém, virou nada mais do que uma TV de conforto. As dinâmicas previsíveis fazem com que o programa seja cada vez mais do mesmo, ainda que ele consiga se manter bem em termos de audiência no digital.


Para fechar o ano, A Fazenda 16 até passou por uma fase de recuperação do público enquanto esteve no ar e se consagrou como um dos maiores realities da vez. A concorrência, porém, não era das mais fortes, então não foi tão difícil alcançar o posto.


O problema, aqui, foi também uma edição tão previsível quanto a do BBB. A narrativa do perseguido abraçou Sacha Bali quando o elenco o acusou até de crimes injustamente. O favoritismo acabou com as chances de essa ser uma edição minimamente marcante.


Com um reality atrás do outro sem grandes inovações, a conta do ano fecha no vermelho para o formato, e fica um desafio para as emissoras irem além quando se trata de competição da vida real.


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