Realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Prêmio Paralímpicos chegou a sua 13ª edição neste mês de dezembro com um reconhecimento especial. Medalha de ouro nos Jogos de Paris-2024 deste ano nas provas de 100 e 200 metros da classe T11 (para esportistas com deficiência visual), a velocista acreana Jerusa Geber, de 42 anos, foi reconhecida com o Prêmio Braskem. A premiação enaltece a personalidade do ano que mais se destacou por comportamento exemplar e inspirador no Movimento Paralímpico, servindo como referência nas ações que promoveram transformações positivas dentro e fora das competições.
A temporada deste ano marcou o nono ano de parceria entre a companhia e o CPB. Incentivando a transformação das pessoas por meio do esporte e reforçando a importância do plástico usado nas próteses como um aliado para torná-las mais confortáveis e leves, o patrocínio que alcança mais de quatro mil atletas da equipe de atletismo (sendo 1.918 de alto rendimento e 2.300 de iniciação esportiva). “As empresas têm papel fundamental no trabalho que fazemos com os atletas. E a nossa premiação é um registro das conquistas deles e dos destaques que marcaram o ano”, afirma Loraine Ricino, CMO do Comitê Paralímpico Brasileiro.
A trajetória de Jerusa sempre foi marcada por resiliência e determinação, sendo uma inspiração para outros paratletas. Jerusa nasceu cega no Acre e, ao longo da vida, fez cirurgias que possibilitaram enxergar um pouco, porém, aos 18 anos, voltou a perder totalmente a visão. Conheceu o esporte paralímpico aos 19, por meio do convite de um amigo que também é deficiente visual. Ali, já teve início uma vida de treinos e muita disposição. Em 2019, Jerusa se tornou a primeira atleta cega a correr os 100m abaixo dos 12 segundos. Atualmente, é a recordista mundial desta marca com o tempo de 11s80.
Em 2023, a atleta foi ouro nos 100m e 200m e prata no revezamento 4×100 m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023, além de ouro nos 100m e 200m no Mundial de Paris. E houve ainda a conquista do ouro nos 100m e bronze nos 200m do Mundial de Kobe.
Vale lembrar que o desempenho brasileiro nos jogos franceses foi o melhor da história, com o inédito 5º lugar no quadro geral de medalhas com 89 pódios (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes).
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