O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano, detalhou na manhã desta quinta-feira, 19, durante coletiva de imprensa suas perspectivas para 2025. Ele assumirá um mandato como deputado federal a partir de 1º de janeiro e ressaltou que pretende ocupar os dois cargos simultaneamente, conciliando suas funções na Fieac e na Câmara Federal.
“O balanço que a gente faz este ano, mais do que nunca, é muito positivo. Todos sabem que fomos contemplados com um mandato de deputado federal e vamos acumular, ao mesmo tempo, a presidência da Federação. Continuaremos conduzindo o setor empresarial com foco em inovação. A expectativa para 2025 é muito positiva”, afirmou.
Durante o evento, José Adriano celebrou a retomada de investimentos no setor habitacional após uma década de paralisação. “Então temos a contratação de casas que a gente conseguiu fazer depois de 10 anos sem ter a construção de unidades habitacionais. Agora para 2025 são mais de 2 mil casas que a gente vai estar colocando, e isso quer dizer um número muito grande, muito expressivo de contratações na área da construção civil. Quando a construção civil começa a trabalhar a gente distensiona outros setores. A nossa expectativa é superar tudo isso em 2025 com as condições que serão dadas pelo mandato de deputado federal com apoio do governo e das novas prefeituras”, afirmou.
Durante o bate-papo, o presidente da entidade mostrou otimismo em relação ao setor industrial ao prometer mais empregos em 2025. “Nós vamos gerar mais emprego do que em 2024. E com as informações que a gente tem geradas pelo sistema industrial, pelo sistema S, a gente pretende conciliar com o mandato”, relatou.
Adriano enfatizou que pretende usar sua posição na Câmara para acessar novos programas em âmbito federal. “Com o mandato de deputado federal, eu quero passar pro outro lado da mesa e também ser propositivo na medida que a gente tem condições de acessar vários programas pela rede que a gente tem das federações do Brasil inteiro, seja da indústria, do comércio, da agricultura, que são a rede poderosa que a gente vai buscar acionar. Já estamos fazendo isso, a busca pelos ministérios, as portas estão abertas, então a gente agora tem que ser ousado. Já estamos com a equipe trabalhando tecnicamente, no escritório montado fora daqui, para ter condições de chegar com números e convencimento agora muito mais fortes ainda, para a gente resolver esses gargalos que a gente tem no setor industrial”, afirmou.
Outro ponto abordado foi a situação de obras paralisadas e a infraestrutura rodoviária do estado. “O acompanhamento das BRs, que até agora a gente não viu ainda a conclusão do anel viário, que é tão importante, a gente está quase na mesma confusão que a gente teve com a ponte do Madeira. A gente teve que fazer várias caravanas, vários movimentos, só que agora com o mandato a gente vai sentar na frente do Ministério de Transporte, na frente do Dnit, vamos tecnicamente convencer que essa obra já passou da hora de ser concluída. E outras obras também, obras paralisadas, quase mais de 1 bilhão. Nós tivemos em 2024 um aumento de obras paralisadas com recursos federais. Então, de 2023 para 2024, teve um salto de quase 40% de obras paralisadas. Essas obras também estão dentro da nossa meta, dentro do nosso radar. O acompanhamento das BRs, que a gente sabe que são feitos serviços paliativos, a gente já tem informação de que 600 milhões serão investidos nessas obras, e a gente precisa saber onde elas serão investidas, e como está chegando isso para os municípios”, destacou.
Adriano também comentou a aprovação da reforma tributária e seus reflexos no setor industrial. “Nós estamos vivendo um dilema, que é a aprovação da nova legislação tributária, com a reforma tributária. Nós tivemos alguns ajustes, sobretudo na parte dos benefícios fiscais. A gente está acompanhando, nesse momento, a gente está preocupado porque alguns benefícios, principalmente na área de livre-comércio, a gente tem que acompanhar porque eles tendem a ser extintos, ser transformados em um formato que vai ser utilizado em um fundo de compensação.Então a gente vai passar a partir de 2025 fazendo essa orientação. Fechou a votação ontem na Câmara, agora espera a sanção do governo federal, mas a gente vai acompanhar o desdobramento dos reflexos a partir de 2026. Em 2025 será o momento em que a gente vai fazer o convencimento”, afirmou.
Adriano falou sobre a integração do setor agropecuário com a infraestrutura e sua importância para o estado. “A gente está com muita expectativa porque o aumento da nossa produção industrial, baseado na produção de grãos que a gente teve, também gera uma expectativa muito positiva. A interiorização dessas ações do agro também é uma proposta nossa com construção de pontes de concreto, com beneficiamento de ramais”, encerrou.
Durante a coletiva, o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre, Assurbanípal Mesquita, destacou os avanços no setor industrial do estado, fruto de uma parceria estratégica entre instituições empresariais, como a Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), e o governo do Acre. Ele enfatizou o impacto positivo do associativismo e dos incentivos fiscais na geração de empregos e no desenvolvimento econômico local.
“As instituições empresariais, especialmente a Fieac e os sindicatos industriais, têm fortalecido os empresários acreanos, trazendo-os para o mundo do profissionalismo e da produção. Essa parceria com o governo do Estado, promovendo incentivos fiscais e o Programa de Composição Governamental de Incentivo à Indústria, criado no governo Gladson Cameli, tem mostrado resultados expressivos, especialmente na geração de empregos, que é tão necessária para o Acre”, afirmou Mesquita.
Quando questionado sobre o impacto da produção de grãos no setor agroindustrial, Mesquita destacou o papel estratégico desse segmento para o desenvolvimento do estado. “A produção de grãos já é uma realidade consolidada no Acre, crescendo e se modernizando a cada ano. O estado apresenta números significativos em volume e produtividade, evidenciando o uso da tecnologia. Além disso, já estamos vendo movimentos industriais aproveitando essa produção, com investimentos em armazenagem de soja, produção de óleo e ração animal. Queremos exportar não apenas commodities, mas produtos acabados. O Acre está se preparando para isso, impulsionado pela força dos empresários industriais locais e pelas instituições empresariais, como a Fieac”, encerrou.