A Polícia Federal vai oferecer um acordo de colaboração premiada ao empresário Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo” e preso na semana passada.
Ele é acusado de liderar um esquema de fraudes em licitações públicas com recursos de emendas parlamentares.
Reservadamente, investigadores e até integrantes do governo federal comentam sobre a possibilidade de o caso se tornar uma “nova Lava Jato”, devido à abrangência política do esquema.
Moura é muito próximo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que o indicou para integrar o diretório nacional do União Brasil.
Em outro flanco, a chefe de gabinete de outro político influente, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) também aparece nas investigações.
Em uma conversa entre empresários que lideram o esquema de fraudes nas licitações, Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima é apontada no relatório da PF como “Ana Paula Davi”, em provável referência a Alcolumbre. A PF suspeita que ela facilitava o processo de liberação de emendas.
Além do “rei do lixo”, a PF também quer oferecer acordo de colaboração premiada aos outros presos na operação e que ajudavam a operacionalizar o esquema, como os irmãos Alex Parente e Fabio Parente.
Documentos apreendidos na operação até agora mostram capilaridade do esquema em municípios de muitos estados, levando a percepção de que onde há um braço do partido União Brasil havia alguém suscetível a integrar o esquema.
Cada um dos envolvidos ficava responsável pela operacionalização do esquema, que funcionava por meio da remessa pelo parlamentar de recursos via emendas para a prefeitura, que tinha que devolver 10% do valor ao emissário das emendas.
As planilhas apreendidas mostram que o esquema movimento mais de R$ 1 bilhão em todo o Brasil.