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Após atingir R$ 6,20, BC faz 2º leilão na sessão e dólar recua; Ibovespa sobe

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O dólar bateu o patamar histórico de R$ 6,20 no início da tarde desta terça-feira (17) conforme cresce a desconfiança com a política fiscal do governo Lula. Para conter a escalada da moeda, o Banco Central realizou, pela 4ª sessão consecutiva, leilões de dólares.


Ás 12h48, o dólar à vista subia 0,36%, a R$ 6,1714 na venda. No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 0,41%, a 124.086,33 mil pontos.


Com a alta da moeda, a autarquia fez uma segunda intervenção na sessão e vendeu um total de US$ 2,015 bilhões. Mais cedo, a autarquia vendeu US$ 1,272 bilhão à vista.

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Pela manhã, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou ata de sua última reunião em que indica a deterioração das expectativas de inflação e o aumento da atividade econômica, mesmo em um cenário de política monetária contracionista.


Na segunda-feira (16), o dólar encerrou a sessão em alta e voltou a renovar a máxima histórica, mesmo após o Banco Central (BC) vender US$ 1,6 bilhão em leilão realizado pela manhã.


Na manhã desta terça, o Copom divulgou a ata da última reunião e informou que a alta do dólar e a percepção dos agentes sobre o pacote fiscal influenciaram a alta da taxa básica de juros em 1 ponto percentual.


“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz a ata.


“Acho que ficou clara, mais uma vez, a transmissão de um ‘recado’ do BC ao governo, dizendo que as políticas devem ser previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada a política de gastos públicos”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.


No cenário externo, os mercados aguardam a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O foco será a divulgação das projeções das autoridades para os movimentos do próximo ano.


No cenário doméstico, investidores acompanham a votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara, que está marcada para às 14h00.


Temor fiscal


O cenário fiscal era justamente o foco do pessimismo dos investidores nesta sessão, com eles temendo a possibilidade de o governo não conseguir a aprovação de suas medidas de contenção de gastos até o fim do ano, uma vez que os parlamentares têm até sexta-feira para votá-las devido ao recesso.


Entre os principais obstáculos na tramitação do pacote fiscal estão a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das articulações, à medida que se recupera de uma cirurgia em São Paulo, e a questão do pagamento de emendas parlamentares, com investidores apostando que ambos devem travar as medidas.


“Atualmente, o que fortalece tendência de valorização da moeda norte-americana frente ao real é a grande expectativa do mercado para a votação do pacote de corte de gastos”, disse João Duarte, sócio da One Investimentos.


“A agenda da semana será apertada devido ao recesso parlamentar… Apesar do compromisso firmado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não temos garantias da concretização da votação”, completou.

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