O dólar voltou a subir na sessão desta segunda-feira (16), mesmo após o Banco Central (BC) vender um total de US$ 3 bilhões em um leilão. Este foi o terceiro pregão consecutivo com intervenção no câmbio.
Em um primeiro momento, a moeda recuou para R$ 6,03 na venda, após encostar em R$ 6,10. No entanto, às 11h20, o dólar subia 0,39%, cotado a R$ 6,0657.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha variação negativa de 0,07%, a 124.522,17 pontos.
De acordo com o gerente de análises econômicas da Genial Investimentos, Yihao Lin, há pessimismo entre os investidores quanto à credibilidade das políticas fiscal e monetária.
Lin destacou que a dúvida se a nova diretoria do Banco Central, que toma posse em janeiro, irá perseguir a meta para a inflação, está no centro da queda dos preços dos ativos.
“Ao atacar as decisões do Copom, o PT e o governo apenas aumentam esta dúvida e, desta forma, confirmam a perda de credibilidade do Banco Central”, avaliou.
Já a reação de governo e PT à queda dos preços dos ativos após o anúncio pacote fiscal, acrescentou Lin, sinaliza aos investidores que, apesar do projeto anunciado ter sido considerado fraco e insuficiente para estabilizar a dívida pública, nada mais forte será aprovado pelo governo.
Isso “significa para os investidores que a relação dívida/PIB vai continuem crescendo a uma taxa insustentável”, afirmou, citando que tal ambiente cria uma “bola de neve”.
“As decisões são consideradas insuficientes, os agentes reagem com venda dos ativos brasileiros, os preços caem, o governo reage negativamente, os investidores interpretam esta reação como indicativo de que nada mais forte será feito, e os preços dos ativos voltam a cair.”