A apresentadora Patricia Abravanel revelou como foram os seus últimos momentos ao lado do pai, Silvio Santos (1930-2024). Ela o acompanhou durante todo o tratamento contra a H1N1, mas viajou por causa de um compromisso pessoal justamente quando o comunicador foi internado pela segunda vez. A artista cogitou voltar, mas a família não acreditava que a situação pioraria em tão pouco tempo.
A empresária afirmou que o pai não estava preocupado com o seu estado de saúde. A tensão veio no segundo diagnóstico, depois que ele voltou para casa. “Ele pegou uma gripe e ficou bem fragilizado. Mas não estava tão fragilizado a ponto de ficar no hospital”, contou ela no documentário Silvio Santos: Vale Mais do que Dinheiro, disponível no +SBT.
“Tem até uma selfie que eu fiz com o meu pai lá, conversando com os médicos. E mandei isso no grupo da família, falando que meu pai queria ir embora. Deixamos o tempo do antibiótico, e ele foi embora”, acrescentou a apresentadora.
Patricia tinha um casamento em outro Estado. Ela achou que não teria problema se ausentar por poucos dias, já que o pai se encontrava aparentemente bem. “Ele não estava mal. Até porque meu pai se mostrava muito forte quando estava com a gente”, relatou.
A comunicadora soube que Silvio Santos seria hospitalizado quando estava na viagem. Ela recebeu uma ligação da mãe, Iris Abravanel. “Eu falei: ‘Mas ele precisa mesmo voltar pro hospital? Ele não gosta’. Minha mãe disse que ele queria ir, e disse para eu ficar. Eu pensei em voltar, mas acreditei que não aconteceria nada”, lamentou.
Acreditei até o último segundo, eu orei por isso. Levantava de madrugada para pedir a Deus para deixar meu pai viver mais. Quando veio a ligação falando que meu pai tinha ido, eu acreditei que Deus tinha cuidado de tudo. Ao mesmo tempo que a fé encoraja, ela consola.
Diagnóstico sigiloso
O médico Victor Dornellas, geriatra que acompanhou Silvio Santos, disse que o empresário “estava tranquilo” e conversava com todos que o visitavam no quarto. “Cheguei para fazer visitas à noite e ele estava sentado na poltrona vendo um seriado. Naquele dia, ele estava superdisposto”, detalhou.
“Ele foi para casa e continuamos os cuidados. Tinha agendado uma consulta domiciliar no período da tarde, e ele estava com desconforto respiratório. O que teve foi uma complicação bacteriana depois de uma infecção viral. Descobrimos isso fazendo mais exames”, acrescentou.
No dia do velório, Patricia Abravanel acreditou que o Brasil fosse atacar a família pela falta de posicionamento durante muitas horas. “Ele morreu no sábado, e nesse dia tem o shabat, o judeu não pode fazer nada. A gente sabia que meu pai tinha esse desejo, ele não queria comoções”, relembrou.
“A gente se reuniu e, de repente, a Daniela [Beyruti] ficou quietinha. Estávamos falando que as pessoas iam ficar com raiva da gente se não falássemos nada, porque ele não é só nosso, ele é do Brasil. A Dani escreveu o texto, e colocamos no meu Instagram. A gente sentiu o respeito das pessoas. Todo mundo entendeu, porque ele era querido, amado. Nos sentimos muito amadas e abraçadas”, concluiu ela.
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