Ativistas e protestantes
O saudoso bailarino, ator e fotógrafo baiano Antônio Alcântara passou por muitos apuros financeiros, mas nunca deixou de pagar a pensão de seu filho Augusto Cezar e, para assegurar o sagrado compromisso ele sempre dava seu jeito.
Era comum aparecer em grandes eventos populares vendendo sanduíche natural, sucos e, em festas como o carnaval de rua, vendia caipirinha, cachaça, água e refrigerantes em sua banquinha improvisada.
Sempre criativo, certa vez eu o encontrei num desses antigos carnavais, em frente à Prefeitura de Rio Branco, hoje Praça da Revolução. Debruçado sobre o isopor, em cima de uma mesinha dobrável, segurava uma cartolina, aonde se lia, escrito de ponta cabeça: “CAIPIRINHA R$ 1,00”.
Ao adverti-lo de sua distração, me chamou ao pé do ouvido e disse: “É pra ser assim mesmo. Pode deixar. Me admira você, um publicitário véi do cu pelado não reconhecer uma jogada de marketing pra atrair clientes. Vapaporra!”.