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Frio da gota serena!

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O chargista e cartunista Francisco Braga, cearense que viveu no Acre por muitos anos (hoje, no Rio de Janeiro) e se destacou com seu bom humor e irreverência na imprensa acreana, agora volta com a coluna “Porque hoje é sábado”, com crônicas sobre o cotidiano das redações e do “modus vivendi” do acreano, do Brasil e do mundo, com ilustrações, cartuns, caricaturas e muito mais aqui no ac24horas. Confira:


Minha primeira friagem em Rio Branco, Acre, foi em 1993, ano em que cheguei.


Temperatura variava entre nove, dez graus. Aquilo era muito frio pra um arigó recém-chegado do Ceará, após uma estada no Piauí. Nunca imaginei que esfriasse tanto na região norte.

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Ninguém me preveniu das intempéries do lugar, só me disseram pra ir no Formigão Paulista, lá no centro, em frente ao Bar Municipal, ao lado da Casa Natal, pra comprar uma “capa”, mode a friage.


Como eu já havia alugado um chikitnet no edifício Luiz Pedro, vizinho ao Rajoman, em frente à Galeria Meta saí cedo e fui, me tremendo todim, batenosqueixo até a loja de confecções populares, oriundas do Brás, São Paulo, e adquiri uma camisa de flanela xadrez e um agasalho de lã (a capa) e fui trabalhar.


Me lembro do Roberto Vaz subindo a rampa do Complexo de Comunicação (TV e jornal) O Rio Branco parecendo um novaiorquino, todo encapotado, sobretudo de lã até os pés, casaco de tweed, chapéu Fedora branco, de aba larga e cachecol. Só faltou o charuto pra ser o Al Capone, afinal tratava-se do “poderoso chefão” do telejornalismo da afiliada acreana do SBT.


Num sei se foi o Antonio Muniz, o Ray Melo ou o Roberto Parra que comentou, ao pedouvido me alertando:


– Olha, Braguinha, se vier mesmo o frio que o Vaz tá esperando é melhor tu voltar lá no Formigão, ó?!


Na dúvida, foi o que eu fiz. Até hoje guardo um casaco de lã de lhama, que nunca usei por mais de cinco minutos, nem quando fui morar no Paraná e peguei frio de quatro graus.