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Uma voz solitária no deserto contra o adesismo ao poder

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

O eleitor da capital já se manifestou nas urnas reprovando esta legislatura da Câmara Municipal de Rio Branco, mandando para casa um número expressivo dos atuais vereadores. O erro de quem se encontra no poder é achar que não é observado pela população. Foi o que aconteceu com os derrotados, que trocaram a defesa das pautas da população por cargos na prefeitura.


A voz mais atuante e independente desta legislatura, que caminha para um fim melancólico, foi a de uma mulher, a vereadora Elzinha Mendonça (PP). Não aceitou cargos na prefeitura, cumpriu um mandato produtivo e independente, mesmo sendo massacrada pela bancada que integrava a base do prefeito Tião Bocalom, que era amplamente majoritária. Uma coisa é certa: a bancada de hoje na Câmara não deixará saudades. O eleitor já decretou. E, goste-se ou não dela, a vereadora Elzinha Mendonça (PP) foi uma voz solitária contra o adesismo ao poder. E, nem por isso, deixou de se eleger para mais um mandato.


CEDO PARA AVALIAÇÕES


É cedo, muito cedo, para avaliar o potencial eleitoral da vice-governadora Mailza Assis. Se for candidata a governadora em 2026, será a primeira vez que submeterá seu nome de forma individual ao voto popular. Foi senadora, é vice-governadora e pode ser governadora, sem ser avaliada nas urnas. Será sua prova de fogo.


NÃO ABRE MÃO


Caso o vereador Samir Bestene (PP) mantenha a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Rio Branco, será sem o apoio do prefeito Tião Bocalom, cujo nome preferido para o cargo é o do vereador eleito Joabe Lira (UB).


PP BENEFICIADO


Assessores do prefeito Bocalom argumentam ao defender a candidatura do Joabe Lira, que o PP já se encontra contemplado, com o Alysson Bestene, como vice-prefeito.


CORAGEM NÃO SE COMPRA


O grupo de novos vereadores que já foram eleitos na última eleição dentro de um contexto de independência, poderiam lançar uma candidatura alternativa; mas a saber se terão a coragem de bater de frente com o poder. Coragem não se compra.


PAUTAS INDEPENDENTES


Entre os novos vereadores, um dos mais qualificados, é o advogado e pecuarista Zé Lopes (REPUBLICANOS). Mas, para se projetar nos dois primeiros anos de mandato e aspirar uma disputa de vaga na ALEAC em 2026, precisará mais do que essa qualidade: ele terá que defender pautas independentes e populares, descoladas do poder; sem o que não voa alto e será mais um a passar pela Câmara Municipal.


NOME COM EXPERIÊNCIA


O prefeito eleito de Feijó, Railson Ferreira, acertou ao escolher o empresário Pelé Campos, experiente na política, como seu chefe de gabinete, uma das pastas mais importantes em uma gestão. Pelé é talhado para este tipo de missão.


DIFÍCIL ACHAR BOI DE PIRANHA


Com três deputados: Gene Diniz, Tadeu Hassem e Clodoaldo Rodrigues, não será fácil para o presidente do REPUBLICANOS, deputado federal Roberto Duarte, achar bois de piranha que aceitem compor a chapa que vai disputar vagas na ALEAC, na eleição de 2026.


PONTO POSITIVO


O MDB tem um ponto positivo, que o difere de outros partidos: os assuntos mais relevantes não são resolvidos unilateralmente, mas discutidos na mesa azul da sigla. Foi assim em relação à presidência. Quando muitos apostaram num racha, a cúpula se reuniu, debateu, e saiu unida com o Vagner Sales como o nome de consenso para ser o novo presidente.


DO LADO QUE O BOI DEITAR


O senador Márcio Bittar (UB) escorrega, quando é perguntado se apoiará Mailza Assis (PP) ou Alan Rick (UB) para o governo. Sai sempre pela tangente, dizendo que vai lutar para uma chapa de unidade no campo do poder. O Bittar, calejado, experiente, quer ver primeiro em que sombra o boi vai se deitar em 2026.


ISOLAMENTO POLÍTICO


O senador Alan Rick (UB) que se prepare, porque já existe grupo dentro do governo que tem como projeto trabalhar o seu isolamento político para a disputa do governo em 2026.


ESQUERDA SEM NOME


Diferente da direita, que tem Alan Rick (UB) e Mailza Assis (PP) como potenciais candidatos ao governo; a esquerda, ao contrário, não tem um nome com potencial para disputar com chance a cadeira do Palácio Rio Branco. Não há luz no fim do túnel.


NÃO DISCUTE AGORA


Dirigentes do MDB só devem abrir discussão para valer sobre quem o partido apoiará para o governo, no ano eleitoral, em 2026. Uma coisa certa é que estarão passando longe de uma aliança com a esquerda. O gato escaldado tem medo de água fria, diz o velho e sempre atual ditado.


FORA DE COGITAÇÃO


Está fora de cogitação o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB) disputar mandato de senador ou governador, em 2026. Deve buscar vaga na ALEAC. Sabe que precisa de um mandato para ter voz mais ativa no processo político. Mostrou na última eleição municipal ter eleitores cativos.


IDEAL


No plano nacional o ideal para 2026 seria o surgimento de um nome para a disputa da presidência, que esteja fora dos campos do lulismo e do bolsonarismo. Para acabar com esse clima de ódio político que domina e divide o país. O ódio corrói a alma.


TEM QUE SE RECONHECER


Não conheço um colega da imprensa que tenha sido perseguido pelo governador Gladson Cameli ou tenha recebido ameaças por lhe criticar. No campo da liberdade de expressão, ninguém pode tecer críticas a ele.


SACRAMENTAR NOME


Este encontro da vice-governadora Mailza Assis em Brasília com parlamentares federais e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira; só teve um motivo: receber a chancela para a sua candidatura ao governo. E recebeu.


BATENDO RECORDES


O filme “Ainda Estou Aqui”- que mostra um dos muitos episódios cruéis da ditadura militar que assolou o país por 20 anos, bateu 2 milhões de espectadores em menos de um mês, registra a mídia nacional. Pelo visto, ninguém atendeu o deputado federal Ulysses Araújo (UB), que defendeu o boicote ao filme.


NOMES CERTOS


O Deputado Pedro Longo, ex-deputada Vanda Milani e Minoru Kinpara, são nomes tidos como certos dentro do PSDB, para a disputa de vagas na Câmara Federal em 2026. Precisa engrossar mais este caldo de candidatos, que por enquanto só tem a cabeça da chapa.


MUITO IMPROVÁVEL


Na política, não existe o impossível, mas pelo que tenho escutado de dirigentes do MDB, é muito improvável, que o partido faça aliança com o PP para a disputa do governo.


MAIS PESCADOR QUE PEIXES


O Rio Acre não é piscoso, não é novidade. A novidade é o grande número de pescadores registrados na Colônia de Pescadores. Tem mais gente com carteirinha de pescador do que peixe no nosso velho Rio Acre.


WILLIAM SHAKESPEARE


“Ao nascer, choramos porque entramos neste vasto manicômio”. A frase tem tudo a ver com o Brasil de hoje, tomado pelos malucos do rancor.


FRASE MARCANTE


“Podemos fugir de tudo, menos de nós próprios.” José Saramago.


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Luis Carlos Moreira Jorge

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