O drama das famílias que se instalaram no hall da entrada da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) desde o último domingo, 24, segue nesta terça-feira, 26. Apesar de já terem informado que só deixam o local mediante o recebimento de aluguel social e o compromisso de serem contemplados com casas populares, nenhuma autoridade do governo do Estado ou até mesmo da prefeitura de Rio Branco se colocou à disposição para resolver o problema. Essas pessoas ficaram sem ter onde morar depois do cumprimento de mandado de reintegração de posse numa área de aproximadamente 13 hectares no bairro São Francisco, em Rio Branco, na semana passada.
O deputado Tanízio Sá (MDB) usou a tribuna da Aleac para relatar a situação e denunciou a precariedade enfrentada pelas famílias, que incluem crianças vivendo em condições inadequadas. “Recebi uma comissão, ouvi suas demandas e entrei em contato com o secretário de Estado que afirmou que a responsabilidade é da Prefeitura. Mas a resposta foi que não era problema deles. Como assim, não é?”, questionou indignado.
O emedebista cobrou uma ação imediata do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, sugerindo a implementação de aluguel social e a inclusão dessas famílias em programas habitacionais. “O prefeito precisa agir. Essas pessoas não querem estar nessa situação. É urgente um cadastro social, a oferta de aluguel social e um lugar digno para essas famílias viverem. Onde estão as casas populares? Já estamos no quinto ano de mandato, e as pessoas continuam sem ter onde morar”, criticou.
Sá destacou ainda que a situação é um reflexo da falta de compromisso da gestão municipal com as demandas sociais. “Está na hora do prefeito cuidar do nosso povo. Essas famílias não estão pedindo luxo, apenas um lar para criar seus filhos com dignidade”, afirmou.
Já o deputado Emerson Jarude (Novo) criticou duramente o governo do estado pela falta de auxílio às famílias e alertou sobre os cortes no orçamento de 2025, que impactarão diretamente programas sociais, como o aluguel social.
“Essas pessoas querem apenas um simples aluguel social, mas até agora não tiveram acesso a esse benefício. Isso mostra o descaso do governo com os mais vulneráveis”, afirmou Jarude.
O deputado chamou a atenção para os valores destinados ao aluguel social em 2024 e o corte significativo previsto para 2025. “Neste ano, foram previstos R$ 2,2 milhões para o aluguel social, mas essas famílias não foram contempladas. Pior, o orçamento de 2025 destina apenas R$ 200 mil para esse programa, uma redução drástica que não atende sequer as 194 famílias da Terra Prometida, que já dependem desse benefício”, criticou.
Jarude também expôs os aumentos no orçamento de áreas ligadas ao Palácio do Governo, contrastando com a redução em programas sociais. Ele apresentou os seguintes números: SEGOV (Secretaria de Governo): de R$ 1,7 milhão em 2024 para R$ 6,8 milhões em 2025; Gabinete da Vice-Governadora: de R$ 1,1 milhão para R$ 3,6 milhões; SECOM (Secretaria de Comunicação): de R$ 14 milhões para R$ 28 milhões e Casa Civil: de R$ 14 milhões para R$ 35 milhões.
“É inadmissível ver esses aumentos, enquanto programas que beneficiam diretamente a população, como o aluguel social, estão sendo drasticamente reduzidos. A Casa Civil, que já começou com um orçamento de R$ 4 milhões no início deste governo, agora vai para R$ 35 milhões. São gastos que atendem aos interesses do Palácio, não da população”, criticou.
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