O advogado da família do adolescente Fernando de Jesus, de apenas 13 anos, morto com seis tiros de uma arma automática pelo então sargento da Polícia Militar do Acre Érisson Neri, em novembro de 2017, em Rio Branco, divulgou um vídeo à imprensa nesta segunda-feira (25) questionando a condenação do ex-militar à 8 anos no regime semiaberto.
Entenda o caso: Ex-sargento Nery é condenado a cumprir pena de 8 anos em liberdade
Walisson dos Reis Pereira criticou a dosimetria da pena, que foi dada, embora tenham sido demonstradas nos autos as provas de que Neri matou o adolescente, alterou a cena do crime, lavou o sangue da vítima e até colocou uma arma em uma das mãos de Fernando. “A família esperou quase 8 anos para se fazer justiça, e aí os jurados reconhecem a barbaridade e o magistrado aplica uma pena de 8 anos em regime semiaberto. Isso não é justiça, é vergonhoso. Em que país vivemos? É o país da impunidade? Se fosse um cidadão comum, será que teria a mesma pena, voltaria pra casa? Será que o magistrado não tem filho? É um absurdo, foi tão difícil conseguir a condenação de Neri e ele saiu do Tribunal do Júri livre, leve e solto”, disse o advogado.
Dos Reis ainda salientou o que chamou de histórico violento do autor do crime, o que, em sua opinião, reforça a tomada de penas mais duras para seus crimes. “Já tem histórico de violência, [era] um policial violento, ele em 2021 dentro de uma boate tentou matar um estudante de medicina, foi preso e expulso da corporação por causa desse crime. Vou me reunir com o promotor de justiça e para tentar mudar a pena e o seu regime de cumprimento, porque aqueles que matam, sendo policiais ou não, tem que sair do tribunal preso. Não é justiça quando se mata e se sai pela porta da frente”, afirmou.
Por fim, o advogado promete recorrer da decisão proferida pelo Juiz Robson Aleixo e processar o Estado por indenização, já que o crime foi cometido durante o exercício de profissão pública do ex-policial militar.
Veja o vídeo:
