No velório do ex-governador e ex-senador Flaviano Melo, o empresário e ex-deputado Narciso Mendes destacou neste sábado, 23, a importância do político para o Acre e relembrou momentos de sua relação com o emedebista.
As falas foram concedidas durante o velório de Flaviano que acontece no Palácio Rio Branco neste sábado (23). O ex-governador do Acre morreu aos 75 anos em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em São Paulo (SP).
“O Acre perde politicamente e muito, para começo de história. O Flaviano iniciou a era dos bons prefeitos de nossa Rio Branco. E, em razão disso, foi premiado para ser governador, foi premiado para ser senador. Infelizmente, os descaminhos ou os caminhos da política me levaram a ser seu adversário. Imagina!”, afirmou Narciso.
Ele também relembrou uma conversa recente que teve com Flaviano, menos de um mês antes de sua morte, na qual refletiram sobre os desafios da política e sobre o tempo em que estiveram em lados opostos. “Há menos de um mês, eu e ele tivemos a primeira e única conversa, de mais de três horas, onde discutimos a nossa presença na política do Acre. Quando eu me lastimava de ter sido um ferrenho adversário dele, ele me desarmou, me deixou sem chão, ao dizer: ‘Narciso, nós fomos adversários, mas nunca inimigos’. Veja que sabedoria política!”, contou.
Narciso também fez questão de destacar sua contribuição para o início da trajetória política de Flaviano, ainda na década de 1970, quando ele foi indicado para o cargo de prefeito de Rio Branco, em uma época em que não havia eleição direta para o cargo. “Eu disse: ‘Flaviano, você tem uma dívida comigo.’ Ele perguntou: ‘Qual dívida?’ E eu respondi: ‘Quando você foi indicado a prefeito de Rio Branco, quem votou em você foram os 24 deputados estaduais da Assembleia Legislativa. E eu, Flaviano, votei em você”, revelou Narciso.
Em tom de despedida, Narciso lamentou as recentes perdas de grandes figuras da política do Acre. “Há cinco meses, eu estive neste mesmo Palácio pela primeira vez para visitar Romildo Magalhães, ex-governador. Infelizmente, estou voltando agora para me despedir de outra pessoa que foi fundamentalmente importante para a política do nosso estado”, salientou.
“O Acre perde muito. Inclusive, ele era mais novo que eu. Se fosse pela idade, eu [78 anos] já não teria mais crédito nenhum. Mas a vida é assim mesmo”, concluiu.
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