A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) divulgaram nesta quinta-feira (21) resultado das análises sobre a mortandade de peixes registrada entre os dias 4, 5 e 6 de outubro, no rio Acre, em Rio Branco. A principal hipótese levantada pelos estudos é de que os animais tenham morrido por falta de oxigênio.
De acordo com o boletim, entre os dias 3 e 12 de outubro, o nível do rio Acre apresentou média de 1,34m de profundidade, cota abaixo da mínima histórica, havendo no dia 4 uma precipitação de chuvas de 54mm (32% do esperado para o mês), ao mesmo tempo, em que a concentração de material particulado no ar registrava os piores valores dos últimos anos. Neste mesmo período foram registradas também altas temperaturas, sendo a máxima de 38,40ºC no dia 2 e de 38,90ºC no dia 3.
Na análise das coletas de água realizadas no curso do rio onde foram detectadas as mortes, ficou evidenciado que na região do Quixadá o oxigênio estava abaixo dos limites aceitáveis, mesmo dias após o início da mortandade, o que sugere que nos dias em que os animais morreram as características do ambiente estavam ainda mais severas.
Na conclusão do estudo, os analistas propõem como hipótese que foram fatores contribuintes para a baixa concentração de oxigênio na água que levou a mortandade de peixes:
1. As elevadas temperaturas registradas no período;
2. O baixo nível da coluna d’água, que na semana de ocorrência do evento apresentava-se abaixo da mínima histórica.
3. O carregamento de cargas poluentes que estavam acumuladas em igarapés, ao longo de todo o período de estiagem, e que foram transportadas para o rio após a chuva;
4. A presença de material particulado que estava suspenso no ar, mas que caiu com a chuva ocorrida no dia 4 de outubro, podendo ter causado a obstrução das vias branquiais dos peixes.