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PF e MPF investigam fraudes na venda de 7,4 mil bois no Pará

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Da redação ac24horas

Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) deflagraram, nesta terça-feira (19), operações no Sul do Pará para apreender dados e bens de quatro suspeitos de fraudes na venda de 7,4 mil bois criados ilegalmente na Terra Indígena Apyterewa. Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Félix do Xingu, Tucumã e Água Azul do Norte, além de Parauapebas, no sudeste do estado. Ao todo, 8 pessoas estariam envolvidas. As investigações envolvem frigoríficos, 414 fazendas e negociações de R$ 130 milhões movimentados entre 2012 e 2022.


“As fraudes investigadas são conhecidas como triangulação, lavagem ou esquentamento do gado. Por meio da inserção de dados falsos nos sistemas de controle das guias de origem e destino dos animais – as chamadas Guias de Trânsito Animal (GTAs) –, os investigados conseguem esconder a origem do gado, simulando que a criação ocorreu em conformidade com a legislação e com as regras de acordos entre o MPF e frigoríficos”, diz nota conjunta das instituições sobre a operação.


A pedido do MPF, a Justiça Federal também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico e o bloqueio de bens das quatro pessoas alvos das operações e de outros quatro suspeitos. No total, foram bloqueados R$ 17 milhões em bens dos oito envolvidos. Perícias realizadas pelo MPF em fazendas que os suspeitos citaram como áreas de origem do gado, concluíram que os índices de produtividade alegados são incompatíveis com a capacidade estrutural e financeira das propriedades.


Pelas investigações do MPF e da PF, de 2012 a 2022, 47,2 mil bovinos foram criados ilegalmente na Apyterewa, em São Félix do Xingu, área que há um ano passa por um processo de desintrusão. O MPF também anunciou que entrou na Justiça com 25 ações contra os maiores compradores de bois ilegalmente criados na área hoje destinada, exclusivamente, à vivência do povo da etnia Parakanã. O MPF pede que os acusados sejam condenados ao pagamento de R$ 66 milhões em indenizações ambientais e em danos morais coletivos aos indígenas.


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