Bem poderia ser tema principal desta coluna o não explicado suicídio levado a cabo por um cidadão catarinense em Brasília, bem na Praça dos Três Poderes, enquanto jogava rojões na estátua da Justiça. De fato, errou as tentativas e sequer arranhou o monumento. Aliás, pode-se afirmar sem medo de errar que a referida estátua, ou, aquilo que ela simboliza, tem sido derrubada mesmo é por gente que trabalha ali perto. Processos ditatoriais e decisões ilegais vem sendo jogadas a granel sobre a população como bombas de tirânicas. Talvez, isso mesmo, provocando uma reação psicótica, que tenha causado o ato tresloucado daquele homem transtornado.
O caso, que deveria ser visto em suas razões apuradas mediante inquérito, foi imediatamente apropriado pelo governo e seus comparsas como “atentado à democracia”. Veio na exata medida para que os donos da justiça endureçam o discurso contra os presos políticos da nossa “democracia” alvejada por estilingues e fogos de artifício. Como em correia de transmissão, os sabujos na imprensa correram para gritar “terrorista!” e, assim, dar seguimento à versão canalha. Tudo pela narrativa já avisou o Lula da Silva em outras oportunidades. É claro que a velha mídia e aqueles que bebem do esgoto que dela escorre não poderiam fazer de outro modo. De um jeito ou de outro, são pagos para este serviço.
Dado como de fato ocorreu, sem dimensões maiores do que uma autoimolação com delírio de heroísmo em praça pública para conhecimento da nação, o ato serviu poucos dias após para que a Primeira-dama, a Janja da Silva, demonstrasse sua enorme empatia e a ele se referisse como aquele “bestão” que se explodiu na esplanada. Sabe como é um esquerdista, não é? Nunca perdem a oportunidade de mostrar quanto são amorosos e tolerantes.
A Janja, na verdade, incorreu em ato falho. O que esses patriotas são é isso mesmo, uns abestalhados que ficam com essa baboseira de ser contra o “império” das forças lulopetistas instaladas nos três poderes. Um bestão se suicidou e um milhar se deixou ludibriar e prender nas extensas garras da justiça alexandrina. Sob certo ponto de vista, dada a diferença entre abestalhado e terrorista, tem mais razão a Janja do que o Alexandre de Moraes.
Na mesma ocasião, deslumbrada com a presença e aplauso de toda a gente que compareceu ao Janjapalooza, convescote cultural realizado “pelo combate à fome” que custou mais de três dezenas de milhões de reais aos cofres públicos e pagou cachês a dezenas de semi-celebridades do mundo artístico, a Janja apertou o dedo no botão SIFU e mandou SIFU ninguém menos que o homem mais rico do mundo, futuro secretário (ministro) do homem mais poderoso do mundo. FUCK YOU, Elon Musk!, bradou a corajosa e risonha senhora sob aplauso de toda a plateia.
Não foi uma boa ideia. Poucas horas depois, já informado, o próprio Elon Musk respondeu pela rede social X, que lhe pertence, com risos e a frase “eles perderão as próximas eleições”. Parece que o homem que ajudou Donald Trump a ganhar as eleições americanas se deu um novo desafio. As relações do Lula com o governo americano, creio, não avançaram com esta sutileza diplomática da dona Janja.
As redes sociais e sites de notícias não falaram mais em outra coisa. Até as emissoras de TV do consórcio lulopetista se viram obrigadas a falar do troço vergonhoso, ainda que levemente, dando-lhe pouca importância. Até o caso do pobre suicida ficou em segundo plano, assim como a discussão da jornada 6 X 1, o plano de ajuste fiscal etc. Foi uma senhora M* aquela falada pela Janja, dizem nos bastidores seus próprios aliados.
Como se sabe, a Janja é dada as impertinências do tipo representar o Brasil em congressos onde sua “expertise” não cabe, entrar em fotos junto com o maridão em encontros presidenciais e se pendurar em viagens a mais não poder. Enquanto cava a compra de um avião novinho em folha para o Lula ao preço de 1,5 Bilhão, ela se movimenta em nomeações do alto escalão. Quem diria, a Janja está quase no caminho de se tornar uma espécie de Madame Lynch à brasileira (estudem Elisa Alicia Lynch).
Em seguida, foi noticiado que a delegação chinesa impôs a ausência da Janja em qualquer discussão que envolvam interesses do Estado, parece que os chineses andaram se informando a respeito da primeira-dama. Duvido que ela mande um Fuck you para o Xi Jimping, não se faz isso com justos e afetuosos presidentes de democracias pujantes como a China, certo?
Por último, foi noticiado que a Janja resolveu não dar a palestra(sic) que daria no convescote paralelo à reunião do G20, sabe lá sobre qual assunto. A rigor, não creio que sua expertise encontre ali o melhor lugar para ser esplanada. Pelo jeito está na muda, como diriam os antigos. Recolheu-se ao recato que sempre emoldura uma presença feminina respeitável, ainda mais quando se trata da mulher de um presidente da república. Se bem que, no caso do Lula, a regra não vale. Lembro que a Marisa Letícia, a primeira-dama anterior, certa vez mandou ao vivo que os manifestantes contra o Lula enfiassem as panelas no C*. Na época, aquilo pareceu uma reação impensada, mas agora, falando sozinha e livremente, o Fuck you da Janja é um ornamento ao obsceno governo do Lula.
*Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.
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