O deputado federal Eduardo Velloso (União Brasil), em entrevista neste domingo, 17, ao jornalista Roberto Vaz, no programa do Bar do Vaz, transmitido pelo ac24horas, fez um balanço do mandato, abordou o drama familiar vivido pela sua família no início do ano, a PEC 6×1 e comentou sobre as eleições de 2026.
No bate-papo, Velloso, que recentemente passou por uma experiência dramática ao acompanhar a filha, que acabou sendo internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital de São Paulo, aproveitou para agradecer a fé e o apoio da população acreana, que foram fundamentais para a recuperação dela.
“Eu nunca tinha visto uma comoção tão grande de oração, de corrente positiva, de pessoas unidas para que ela estivesse com saúde. Ela teve uma pneumonia grave e ficou mais de 30 dias internada. Nós tivemos a oportunidade de ficar ao lado dela, tanto eu quanto minha esposa, e naquele momento, eu senti na pele o que muitos acreanos sentem”, relembra Velloso com a voz embargada.
Em um trecho da conversa, o deputado afirmou que foi questionado pela filha se ela iria morrer. “Eu lembro que um dia ela virou pra mim e disse: ‘Papai, eu vou morrer, né?’. Aquilo foi muito difícil, mas eu não podia demonstrar fraqueza, não podia deixar ela ver que eu estava sofrendo também. Então, com fé em Deus, e com o apoio de todos, ela se recuperou. Graças a Deus, ela está melhor agora. Mas foi uma luta, foi muito difícil”, relatou.
Foto: Sérgio Vale
Em seguida, o debate seguiu para questões políticas. Velloso falou sobre a PEC 6×1, proposta que tem gerado grande discussão no Congresso e que visa uma possível redução na carga horária de trabalho no Brasil. O deputado, que foi o último parlamentar do Acre a assinar a proposta, afirmou que pensou muito antes de tomar sua decisão.
“Eu fui o último deputado aqui do estado do Acre a assinar a PEC. Eu gosto de fazer um levantamento e analisar tudo antes. Acho que a maturidade vem com o tempo, mas se podemos aprender com quem já passou por isso, encurtamos o caminho”, relatou.
Apesar da pressão nas redes sociais para se posicionar, Velloso ponderou sobre a complexidade da questão, explicando que a decisão sobre a PEC agradaria apenas uma parte da população. “Quero deixar claro que não existe uma decisão que agrade a todos. Qualquer decisão que tomarmos vai agradar uma parte e desagradar outra. Mas precisamos tomar uma decisão”, afirmou.
O deputado também mencionou que a proposta, que visa diminuir a jornada de trabalho no Brasil, deve ser discutida com mais profundidade, especialmente no momento atual de crise econômica. “O Brasil vive um momento econômico muito difícil, tanto para empresários quanto para trabalhadores, e essa pauta precisa ser discutida. Se eu não assinasse nela, corria o risco de nem ser pautada, nem discutida”, argumentou.
Ainda no campo político, Velloso falou sobre as eleições de 2026 e a possibilidade de reeleição. Questionado sobre sua posição em relação à candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao Palácio Rio Branco, o deputado defendeu o direito dela de ser candidata, afirmando que ela tem todo o direito de buscar a reeleição, assim como ele. “Hoje eu vejo quem está melhor posicionado, se realmente existir o afastamento do governador Gladson, é a governadora Mailza. É legítimo. Concorda comigo?”, afirmou.
“Eu sou deputado federal hoje, certo? Eu teoricamente tenho que ter um direito dentro do nosso grupo de ser candidato à reeleição. Então, é como se já fosse direito nato. Se você está no grupo, olha, Alan Rick, ele já tem a cadeira. Ele está posto, é um bom nome, ou seja, nós temos time. Mas, se ela, lá na frente, se ela estiver bem colocada [Mailza Assis], ele tem que recuar, você não concorda? Nós temos que estar unidos. O Bocalom está na prefeitura. Se ele sair da prefeitura, nós podemos fazer igual ao Marcus, que saiu e perdeu três vezes seguidas para o nosso grupo. Eu acho que, às vezes, se nós não estivermos bem com a Mailza, com o Alan Rick, aí, sim, nós chamamos o Bocalom. Além disso, a gente pode ter uma alternativa, né? Pode ser eu, pode ser o Márcio, pode ser o Ulysses, pode ser a Socorro Neri”, ressaltou.
Foto: Sérgio Vale
Por fim, sobre seu próprio futuro político, Velloso afirmou que, embora esteja alinhado com o grupo do governo, seu foco atual é terminar bem o mandato, priorizando a entrega de obras e serviços à população do Acre, como a instalação de ressonâncias magnéticas e a ampliação dos serviços de saúde.
“Primeiro, eu sempre falo que agradeço à população do Estado do Acre por ter me dado esta oportunidade. Eu acho que o mandato estamos ampliando muito. Por exemplo, conseguimos levar a ressonância magnética para Cruzeiro do Sul, um compromisso que assumimos. Também avançamos na cardiologia e na oftalmologia, e agora estamos levando esses serviços para o Alto Acre”, afirmou.
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