O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou neste domingo (17) uma visita histórica a Manaus, no Amazonas, antes de participar do encontro do G20 no Rio de Janeiro. Ele é o primeiro presidente americano em exercício a conhecer a floresta Amazônica. Durante a viagem, Biden anunciou uma série de ações para a conservação ambiental e combate às mudanças climáticas, incluindo um aporte de US$ 50 milhões (cerca de R$ 290 milhões) ao Fundo Amazônia.
A agenda do presidente na capital amazonense incluiu um sobrevoo pela floresta e uma visita ao Museu da Amazônia (Musa), localizado na Reserva Florestal Adolpho Ducke. O anúncio de Biden faz parte de uma série de iniciativas para marcar sua posição na agenda climática global, especialmente diante da iminente posse do republicano Donald Trump, que já expressou ceticismo em relação às mudanças climáticas e prometeu incentivar a produção de combustíveis fósseis.
Compromissos e desafios
O aporte ao Fundo Amazônia ainda depende da aprovação do Congresso americano, que terá maioria republicana a partir do próximo ano. Além disso, os US$ 50 milhões anunciados representam apenas uma fração dos US$ 500 milhões prometidos por Biden em abril de 2023.
Desde que assumiu a presidência, Biden tem buscado reforçar o apoio à preservação da Amazônia.
Pacote de investimentos
Além do aporte ao Fundo Amazônia, Biden anunciou uma ampla lista de medidas, incluindo:
Lançamento da Coalizão de Financiamento para Restauração e Bioeconomia do Brasil;
Investimentos em projetos de reflorestamento e créditos de carbono florestal;
Apoio a iniciativas para combate à extração ilegal de madeira e mineração ilegal;
Doações para organizações como a Nature Conservancy e associações indígenas da Amazônia;
Parcerias com o Brasil em saúde, energia renovável e monitoramento ambiental;
Fortalecimento do gerenciamento de incêndios florestais com investimento de US$ 7,8 milhões pela USAID.
No total, o pacote inclui dezenas de iniciativas que vão desde investimentos na bioeconomia até apoio à gestão territorial indígena e desenvolvimento de sistemas de energia limpa.
Dia Internacional da Conservação
Biden também assinou uma procuração que institui o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação. Segundo a Casa Branca, a iniciativa visa promover a conscientização sobre a importância da preservação ambiental para as gerações futuras, destacando o papel dos ecossistemas na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
Contexto político e ambiental
A visita de Biden ao Brasil ocorre em um momento crítico para a política ambiental global. Com o retorno de Trump à presidência dos EUA em janeiro, muitas das iniciativas anunciadas por Biden podem enfrentar barreiras políticas, especialmente no que diz respeito ao financiamento climático.
No entanto, especialistas avaliam que o simbolismo da visita e os compromissos firmados reforçam a importância estratégica da Amazônia na agenda climática internacional, além de abrir novas perspectivas de cooperação entre os EUA e o Brasil.