O sucesso do filme Ainda Estou Aqui e a possibilidade do longa de Walter Salles elencar a lista de indicados ao Oscar 2025 causou um sentimento de “vingança” nos brasileiros. Afinal, Fernanda Torres, protagonista do filme, pode “vingar” a estatueta que sua mãe, Fernanda Montenegro, perdeu para Gwyneth Paltrow por Central do Brasil, em 1999.
A atriz, no entanto, tenta não criar expectativas em torno da possibilidade de levar a estatueta de Melhor Atriz no Oscar 2025, para não causar um sentimento de “derrota” em torno do filme.
“O Oscar é medida de muita coisa. Um filme brasileiro, falado em português, com chances de estar indicado entre os cinco nomeados a filme estrangeiro não é pouca coisa. O Walter [Salles] é um diretor brasileiro que dialoga com o cinema mundial, isso não é pouca coisa. Estamos na short list [previsões] de muitos veículos importantes, como possíveis nomeados, eu como atriz, isso não é pouca coisa”, comentou a atriz, em papo com o Metrópoles.
“Ganhar o Oscar é outra categoria. É um ano com filmes muito potentes, o Ainda Estou Aqui é analógico, até no lançamento, somos um filme pequeno. Se eu for indicada, é milagre, é um ano muito engarrafado de excelentes atuações. O filme tem grande chance de ser indicado como filme estrangeiro, mas tem as mesmas chances do Emília Perez e do filme iraniano”, opinou.
Eu só tento evitar um certo vai levar, já ganhou, que, no fim, possa criar um sentimento de derrota em torno do filme.
Fernanda Torres
Rainha dos memes
Na conversa com a reportagem, Fernanda também comentou sobre o sucesso que faz nas redes sociais por meio de memes e edits no TikTok. “Os memes me fizeram sobreviver entre as novas gerações, isso eu não tenho dúvida. Amo meme, figurinha, considero uma forma superior de arte. O Ainda Estou Aqui está com salas de cinema lotadas, o que é uma coisa maravilhosa, acredito que pelas próprias qualidades do filme, da história, e também pela boa recepção dele pelo mundo”, opina a atriz.
Fernanda ainda diz que, apesar do conteúdo dramático de Ainda Estou Aqui, que mostra um Rio de Janeiro na década de 1970, durante a ditadura militar, os jovens poderão entender o regime fora do padrão “decoreba”.
“Por ser centrado na família Paiva, o filme cria uma enorme empatia com a plateia, não só entre os jovens. Mas creio que os jovens se verão na Veroca, por exemplo, nos cinco filhos de idades tão diferentes, se colocarão no lugar daqueles filhos. E se fosse comigo? É justo um país que tira um pai daqueles de casa e nunca mais devolve? Acho que o filme cria uma possibilidade de entender a ditadura não pela decoreba dos fatos, mas pela identificação com aquela família”, afirma.
Sucesso de Ainda Estou Aqui
Dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) apontam que o longa de Walter Salles levou 50.320 pessoas aos cinemas, arrecadando R$ 1,1 milhão apenas na última quinta-feira (7/11).
Ainda na quinta, o filme liderou a lista de produções mais vistas, desbancando Venom 3 – A Última Rodada, Operação Natal e Todo Tempo que Temos. O primeiro levou 35 mil pessoas às salas.
“Missão cumprida”, diz Marcelo Rubens Paiva sobre Ainda Estou Aqui
Ainda Estou Aqui se passa no início da década de 1970, quando o Brasil enfrenta o endurecimento da ditadura militar. No Rio de Janeiro, a família Paiva — Rubens, Eunice e seus cinco filhos — vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos.
Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice — cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas — é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.
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