Embora o Brasil nunca tenha adotado o sistema de Colégio Eleitoral usado nos Estados Unidos da América (EUA), imaginar uma eleição presidencial brasileira nesse modelo oferece um olhar interessante sobre a representatividade regional e como os votos de estados menos populosos, como o Acre, teriam um impacto ampliado. A ideia de um Colégio Eleitoral destaca as diferenças entre uma eleição baseada no voto popular direto e outra que prioriza a representatividade estadual.
Um levantamento realizado por esse metódo Jornal A Gazeta do Povo, mostra que em um cenário onde a eleição de 2022 fosse decidida pelo sistema de Colégio Eleitoral, com cada estado votando em bloco para o candidato que recebeu a maioria dos votos locais, o resultado poderia ter sido bem diferente. Enquanto Lula venceu a eleição no Brasil com a maioria do voto popular, uma simulação com base no sistema de Colégio Eleitoral indicou que Jair Bolsonaro seria o vencedor, com 221 votos contra 193 de Lula. Isso, apesar de Lula ter conquistado mais de 2 milhões de votos a mais que Bolsonaro em todo o país.
No Acre, estado em que Bolsonaro foi o vencedor, o peso de sua vitória ajudaria para esse resultado hipotetico. Como ocorre nos Estados Unidos, o Colégio Eleitoral tende a aumentar o peso de estados com menor densidade populacional, evitando que apenas as regiões mais populosas e ricas determinem o presidente. No contexto brasileiro, o sistema daria mais voz aos estados das regiões Norte e Centro-Oeste, incluindo estados como o Acre e Rondônia, que são deixados de lados pelos candidatos à presidência da República durante as eleições.
Segundo o levantamento, no modelo simulado de Colégio Eleitoral aplicado ao Brasil, cada estado teria um número de delegados proporcional à sua população, semelhante ao sistema utilizado nos Estados Unidos. São Paulo, com a maior população do país (46,65 milhões), teria 67 votos no Colégio Eleitoral, seguido por Minas Gerais com 34 votos e Rio de Janeiro com 29 votos.
Estados com menor população, como Acre, Amapá e Roraima, teriam uma representação mínima de 4, 4 e 3 votos, respectivamente. Essa distribuição busca garantir que todos os estados tenham uma voz no processo, equilibrando a influência entre regiões mais e menos populosas. Essa divisão refletiria as particularidades regionais, e no caso do Acre, com 0,91 milhão de habitantes, resultaria em uma participação menor, mas ainda relevante no contexto nacional.
A comparação entre os sistemas levanta questões sobre a representatividade regional e a justiça do voto. Nos Estados Unidos, o Colégio Eleitoral permite que os estados menos populosos mantenham um peso significativo, evitando que somente os grandes centros decidam a eleição. Já no Brasil, o sistema atual de voto popular absoluto valoriza a vontade da maioria nacional, o que, para muitos, parece mais justo.
Em contrapartida, as críticas ao Colégio Eleitoral apontam para uma desigualdade de representação: ele favorece estados menores e permite que um candidato vença sem ter a maioria dos votos totais.
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